Ana Lacerda.
Abri os olhos lentamente, sentindo a luz suave do quarto de hospital penetrar minhas pálpebras. O cheiro de desinfetante e o som constante dos monitores me cercavam, criando uma atmosfera estranha e opressora. Confusa, tentei me lembrar do que havia acontecido, mas minha mente estava turva.
Quando finalmente consegui focar no ambiente ao meu redor, meu olhar encontrou Taehyung sentado ao lado da minha cama. Ele parecia exausto, com olheiras profundas e um semblante preocupado, mas havia uma ternura em seu olhar que me fez sentir uma onda de emoções. A princípio, um frio na barriga tomou conta de mim — lembranças da briga entre nós antes do acidente vieram à tona.
— Taehyung… – minha voz saiu fraca e rouca, como se não tivesse sido usada em muito tempo. Eu tentava compreender a situação, mas o olhar dele transmitia uma mistura de alívio e dor. Ele se inclinou para frente, como se quisesse estar mais próximo de mim, e percebi que ele estava ali por mim, apesar de tudo.
— Oi, Ana. Você acordou. – ele disse com um sorriso suave que não conseguia esconder a tristeza em seus olhos. O timbre da sua voz era familiar e reconfortante, trazendo à tona memórias felizes que contrastavam com o momento atual.
Apenas assenti lentamente, tentando transmitir que estava grata por ele estar ali.
A tensão entre nós era palpável; o passado ainda pairava no ar, mas naquele instante delicado havia algo mais forte: um laço de preocupação mútua e um desejo silencioso de reconciliação. Taehyung estendeu a mão e segurou a minha delicadamente, como se estivesse com medo de quebrar algo precioso.
— Eu estou aqui. – ele murmurou, e senti meu coração aquecer com aquelas palavras simples. Era um momento frágil e cheio de significado; ambos estávamos cientes da gravidade da situação e da fragilidade da vida. Naquele quarto de hospital, nos encontrávamos em meio a toda a dor e incerteza.
— Cadê o Minho?
No momento do acidente tudo o que se passava em minha mente era o Minho e o bebê.
— Sobre os cuidados do Namjoom. – apenas acenti baixando o meu olhar para a minha mão enfaixada que estava sobre a minha barriga. — O médico disse que nosso bebê está bem mas que por conta da gravidade no acidente a gravidez é de risco.
Imediatamente eu olho para ele.
— O bebê pode morrer?!
— Não. Como eu disse, o bebê está bem mas a gravidez é de risco por conta do acidente que foi super grave, você não pode passar raiva e nem fazer esforços, se você se cuidar durante a gravidez o bebê sobrevive.
— Eu tive tanto medo de perdê-lo. Tudo o que eu conseguia pensar no momento em que o carro rodava era no bebê e no Minho, pensava nas possibilidades de fazê-lo crescer sem mãe.
— Mas graças a Deus você foi uma mulher forte e aguentou toda aquele terrível momento e agora está aqui, viva e gerando o nosso filho.
— Sim... – minha voz saiu fraca. — Você está bem? – perguntei um com um certo receio.
— Melhor agora te vendo acordada. – ele sorrir sem jeito e eu retribuoo. — Irei avisar ao médico que você acordou, eu já volto.
Apenas concordei com a mãe.
[...]
Estava tudo tão silencioso no quarto do hospital. Eu deitava na cama, olhando para o teto, enquanto meu coração batia descompassado. A médica se aproximou, com aquela expressão calma que tentava me transmitir segurança.
— Ana, você sente algum desconforto em alguma parte do seu corpo?. – ela perguntou.
Eu respirei fundo e respondi:
— Eu... sinto fortes dores na minha perna direita.
Ela olhou nos meus olhos, como se quisesse entender a profundidade da minha dor.
— Apenas dores?
— Não... eu não sinto a perna. – eu disse, tentando movimentá-la, mas nada aconteceu. Um frio percorreu minha espinha. — Quando tento movimentá-la, não sinto nada... O que está acontecendo? Por que não estou sentindo a minha perna?
— Ana, calma. Você acabou quebrando a perna no acidente de carro, por conta da forte pancada.
Meu coração despencou. Quebrada? Como assim? Um desespero tomou conta de mim. Eu gritei:
—Mas... mas eu não sinto nada! Como isso pode acontecer? Eu não quero ficar assim! As lágrimas começaram a escorregar pelo meu rosto, inundando meu desespero.
Foi então que Taehyung se aproximou de mim. Ele percebeu a tensão e correu até mim, segurando minha mão com força, como se quisesse me ancorar naquele mar de incertezas.
— Ana, por favor, respira. – ele disse com sua voz suave. — Estou aqui com você.
Olhei em seus olhos e vi um reflexo de esperança e amor. Ele estava ali, e isso me deu um pequeno alívio em meio à tempestade que se formava dentro de mim.
— E se eu nunca mais sentir? E se tudo mudar? – eu perguntei, entre soluços.
— Vai ficar tudo bem princesa se acalma.
Suas palavras eram como um farol na escuridão que me cercava. A médica observava a cena.
— Irei trazer um calmante e logo mandarei que tragam a sua comida.
A médica então saí do quarto deixando Taehyung e eu a sóis no quarto.
●○●
VOCÊ ESTÁ LENDO
•/Apenas sexo e nada mais/• Livro/02
Ficção Adolescente"1° temporada já lançada" Livro 1/2 Após construir uma família cheia de sonhos e promessas, Kim Taehyung e Ana Lacerda se veem à beira de uma separação devastadora. Uma traição inesperada abala os alicerces do relacionamento, deixando Ana desolada e...