O Pedido da Jane Faz Sentido

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-Agora você entende por que precisamos da bota?

Já havia se passado mais de uma hora. Minha mãe, eu e a Rowling estávamos sentadas em volta de uma mesa redonda para quatro lugares.

Oops, quer dizer, Jane.

Sim, você leu direito. Eu estava realmente conversando com a J. K. Rowling! Bem, ela pediu para que a chamássemos apenas de Jane. Ela também havia saído de casa sobre o efeito de uma Poção Polissuco, para manter a identidade guardada. Ela contou que sair na rua as vezes era um terror, por isso sempre fazia isso. Sua aparência era de uma mulher de pele branca e cabelos castanhos ondulados cor de chocolate. Os olhos eram de um verde profundo, como os meus, mas ela ainda era alta e elegante, como a J. K. Rowling aparenta ser nas entrevistas. A voz que me recebera? Era a dela.

Também tinha perguntado como ela estava falando em português. Jane explicou que conhecia uma coisa ou outra de magia (leia-se, quase tudo). Havia uma magia que ela conhecia que aumentava o conhecimento que você tinha da língua. Você precisava conhecer um pouco, então ela realmente havia aprendido um pouco de português. Mas ela falou que precisava ficar praticando, ou o feitiço não ia durar. Depois de um tempo, você acabava se apegando a língua.

Durante o tempo que estávamos conversando, a Jane contou algumas coisas importantes. Mesmo depois de termos conversado no livro pela primeira vez, ainda voltamos a escrever uma para a outra. Ela fizera alguns pedidos estranhos durante essas conversas, mas mesmo assim, fizemos o que ela pediu. E agora, ela explicara o porquê.

Uma das coisas, foi uma roupa antiga.

Quando eu era mais nova, eu tinha um problema nas pernas, de forma que meus pés ficavam um pouco para dentro. Então, eu passei um bom tempo usando botas de correção, até os onze anos. A Jane disse que não poderia fazer um feitiço para me fazer voltar aos onze anos, não sem nunca ter me visto com essa idade. Então, ela retiraria algo da bota para misturar numa poção Polissuco, e assim me fazer voltar aos onze anos. Ela já queria que nós fossemos ao Beco Diagonal no outro dia, para comprar logo os materiais e assim me deixar um pouco mais adiantada.

"Vão cobrar muito mais de você por ser quem é. O preconceito existe, e no mundo bruxo não se resume apenas ao sangue, sobrenomes também contam, e muito."

A Jane havia escrito isso no livro quando explicou sobre ir ao Beco Diagonal. Por isso concordamos em ir logo.

-Certo, a bota está na mochila. - falei. - Assim como o livro.

-Ótimo! - Jane sorriu. - Entregue-a para mim.

Peguei a bota na mochila e entreguei para ela. A Jane olhou dentro do sapato e sorriu. Puxou uma varinha não sei de onde (eu e minha mãe até nos assustamos) e balançou na parte de cima da bota. Algo pequeno saiu da bota. Estava envolvido numa pequena película brilhante. A Jane puxou um frasco transparente com um líquido meio marrom dentro. Parecia nojento. Ela destampou o frasco.

-Isso tem que dar.

Colocou a coisa que tirara da bota dentro do frasco. Ele mudou de cor, ficou como sangue. Ele exalava um cheiro interessante, parecia morango misturado a uva.

Amor SonserinoOnde histórias criam vida. Descubra agora