Capitulo 6 - Imagina só pra você.

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Sempre que der
Mande um sinal de vida de onde estiver dessa vez
Qualquer coisa que faça eu pensar que você está bem
Ou deitada nos braços de um outro qualquer
Que é melhor
Do que sofrer
De saudade de mim como eu to de você, pode crer
Que essa dor eu não quero pra ninguém no mundo
Imagina só pra você

Rayssa estava deitada na cama, fitando o teto escuro do quarto com os olhos marejados. A escuridão ao seu redor parecia se fechar a cada segundo, sufocando-a lentamente. O tic-tac do relógio na parede marcava o passar do tempo, cada segundo ecoando como um martelo batendo em sua cabeça. Ela já tinha perdido a noção de quantas noites passara assim, lutando contra o sono, tentando afastar os pensamentos que a atormentavam.

Nathalia.

Seu nome era como um mantra que se repetia em sua mente, uma lembrança constante do que havia perdido. Não importava o que fizesse, não conseguia parar de pensar nela. As memórias estavam por toda parte: nas músicas que elas costumavam ouvir juntas, nas roupas que ainda tinham o cheiro de Nathalia, nas mensagens que elas trocaram e que Rayssa relia obsessivamente.

A ligação anônima da noite anterior não saía da sua cabeça. Ela sabia que não deveria ter feito aquilo, que foi uma tentativa desesperada de se reconectar, mesmo que de forma indireta. Mas a saudade era insuportável. Ela precisava ouvir a voz de Nathalia, mesmo que fosse apenas por alguns segundos, mesmo que Nathalia não soubesse que era ela.

Com um suspiro pesado, Rayssa pegou o celular na mesa de cabeceira e desbloqueou a tela. Suas mãos tremiam levemente enquanto abria o aplicativo de mensagens, rolando até o nome de Nathalia. Ela hesitou, o polegar pairando sobre a tela, antes de finalmente digitar uma nova mensagem.

"Me desculpe..."

As palavras pareciam vazias, insignificantes diante da imensidão do que sentia. Ela sabia que pedir desculpas não era suficiente, mas era tudo o que conseguia pensar em dizer. Sabia que Nathalia estava se esforçando para seguir em frente, que estava saindo com os amigos, postando stories em festas, tentando viver sua vida. E, por mais que doesse ver isso, Rayssa sabia que Nathalia tinha o direito de seguir em frente. Mesmo assim, o ciúme ardia dentro dela, uma chama que ameaçava consumi-la.

Rayssa apagou a mensagem antes de enviá-la, jogando o celular de volta na cama. Fechou os olhos com força, tentando afastar as lágrimas que se formavam. A dor era quase física, como uma faca cravada em seu peito. Ela queria tanto consertar as coisas, voltar no tempo e fazer tudo diferente. Mas sabia que isso era impossível.

Abraçando o travesseiro como se fosse uma âncora. A madrugada parecia interminável, cada minuto se arrastando enquanto Rayssa lutava contra os próprios demônios. Ela sabia que precisava encontrar uma maneira de seguir em frente, de deixar Nathalia ir, mas o medo de ficar sozinha, de perder para sempre a pessoa que mais amava, a paralisava.

As horas passaram, e Rayssa finalmente caiu em um sono agitado, atormentado por sonhos confusos e fragmentados. Mesmo em seus sonhos, Nathalia estava lá, sempre presente, como um fantasma que ela não conseguia afastar. E, ao acordar na manhã seguinte, sentiu-se ainda mais cansada do que antes, como se a noite tivesse sugado toda a sua energia.

Ela sabia que não podia continuar assim. Precisava tomar uma decisão, seja para tentar reconquistar Nathalia ou para finalmente deixá-la ir. Mas naquele momento, presa entre o amor e o medo, Rayssa não sabia qual caminho seguir.

Quando o Silêncio Fala - Rayssa Leal Onde histórias criam vida. Descubra agora