Capítulo 10

751 74 31
                                    

⠀⠀Às vezes, Louis se perguntava o que raios eles estavam fazendo.

⠀⠀Não acontecia com tanta frequência. Em geral, ele lidava com a questão não pensando nela. Não pensar nisso era surpreendentemente fácil quando ele tinha um cara gostoso chupando seu pau sempre que queria. Ou melhor, um cara gostoso que o deixava usar sua boca quando ele queria. A distinção era muito clara e Harry não o deixava esquecer.

⠀⠀Eles realmente precisavam conversar sobre isso. As pessoas geralmente não faziam esse tipo de coisa sem discutir explicitamente o que cada parte ganhava com esse tipo de relacionamento. Não que fosse um relacionamento. Era... um acordo mutuamente benéfico, nada mais. 

⠀⠀Louis sabia que não se tratava realmente de sexo para Harry. Para ele, também não se tratava de sexo. O sexo era apenas uma maneira de eles se sentirem menos solitários. Uma afirmação física da vida e, ao mesmo tempo, uma rota de fuga dela. Uma forma de se sentir bem, uma liberação de tensão. O sexo era uma fuga, como as drogas e o álcool. Os orgasmos eram secundários, quase ao ponto de não terem importância. A gratificação sexual não parecia ser o principal motivo pelo qual Harry gostava de chupar seu pau e ele claramente gostava, por mais que gostasse de fingir que estava sendo forçado.

⠀⠀No início, Louis tinha ficado um pouco desconfortável com tudo aquilo, mas era inegável que o outro homem gostava de ter sua boca fodida. "Gostar" poderia ser, na verdade, um eufemismo. Louis nunca havia conhecido um homem que gostasse tanto de ter sua boca usada quanto Harry: ele podia gozar sem se tocar. Harry também gostava de deixá-lo duro. Às vezes, ele estendia a mão e tocava o pênis de Louis sem motivo algum e o observava ficar duro com um olhar fascinado. Louis não sabia ao certo por que Harry gostava tanto disso, a mente de Harry era um lugar estranho e funcionava de forma misteriosa. Louis não tentou entendê-lo. Ele não queria entendê-lo. Havia apenas um passo entre entender alguém e se apegar a essa pessoa, e Louis não estava fazendo isso. Não com um cara que era uma confusão preconceituosa e reprimida.

⠀⠀Mas, porra, Harry parecia tão delicado depois de deixar Louis usar sua boca: todo corado, com os olhos vidrados e calmo. Isso fazia coisas com ele. Coisas que Louis tinha de cortar pela raiz. Por isso, ele tentava não olhar para Harry naqueles momentos – se olhasse, queria enfiar o cara embaixo dele e beijá-lo até que ele esquecesse o próprio nome.

⠀⠀Eles não se beijavam. Nunca.

⠀⠀De qualquer forma, estava tudo bem, desde que Louis não se deixasse pensar nas coisas por mais de alguns segundos. 

⠀⠀A situação era... bastante controlável até que um dia, semanas depois de terem começado a se divertir, tudo desandou.

⠀⠀Louis estava olhando para o horizonte, observando o espetacular pôr do sol, com seu pênis meio duro na boca do outro cara. Ele já havia gozado há menos de uma hora, portanto, não havia urgência. Ele apenas gostava de manter seu pau na boca de Harry, para usá-lo como um aquecedor de pênis até que ele começasse a endurecer novamente. Era uma mania que ele nem sabia que tinha, até Harry. Isso também trazia a vantagem de Harry ficar quieto e tranquilo.

⠀⠀Sem pensar, Louis acariciou atrás da orelha de Harry.

⠀⠀Um som baixo, parecido com um ronronar, o fez congelar.

⠀⠀Ele olhou para o homem sentado na areia entre suas pernas. Os olhos de Harry estavam fechados, seus belos lábios esticados pelo pau de Louis, uma expressão de total satisfação e paz em seu rosto. 

⠀⠀Depois de um momento, a mão de Louis se moveu novamente. Harry ronronou como um gato satisfeito, inclinando-se em seu toque, seus lábios se apertando em torno do pênis de Louis, que agora estava duro como uma rocha novamente.

between hatred and desire - l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora