Cidade das Cinzas

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No fim Jimin fez apenas duas Marcas em Taehyung, uma no dorso de cada mão. Uma era o olho aberto que havia na mão de todos os Caçadores de Sombras. A outra era como duas foices cruzadas; Jimin disse que era um Símbolo de Proteção. Ambos os símbolos queimaram quando a estela tocou a pele, mas a dor diminuiu enquanto Taehyung, Jimin e Yoongi iam para a zona sul no táxi. Quando chegaram à Second Avenue e saltaram, as mãos e os braços de Taehyung pareciam leves como se ele estivesse usando asas.

Os três ficaram em silêncio enquanto passavam sob o arco de ferro e entravam no Cemitério de Mármore. Na última vez em que Taehyung tinha estado naquele pequeno jardim, estava correndo apressado atrás do Irmão Jeremiah. Agora, pela primeira vez, notou os nomes marcados nas paredes: Youngblood, Fairchild, Kim, Ravenscar . Havia símbolos ao lado dos nomes. Na cultura dos Caçadores de Sombras cada família tinha o próprio símbolo: o dos Wayland era um martelo de ferreiro, o dos Lightwood era uma tocha, e o de Valentim, uma estrela.

A grama crescia sobre os pés da estátua do Anjo no centro do jardim. Os olhos do Anjo estavam cerrados, as mãos esguias fechadas sobre a haste de um cálice de pedra, a reprodução do Cálice Mortal. A face de pedra era impassível, riscada de sujeira e fuligem.

— Na última vez que vim aqui, o Irmão Jeremiah usou um símbolo na estátua para abrir a porta para a Cidade — disse Taehyung.

— Eu não ia querer usar um dos símbolos dos Irmãos do Silêncio — disse Yoongi. Seu rosto era severo. — Eles deveriam ter sentido a nossa presença antes de chegarmos até aqui. Agora estou começando a me preocupar. — Ele pegou uma adaga no cinto e passou a lâmina na mão exposta. Sangue escorreu do corte. Cerrando o punho sobre o cálice de pedra, Yoongi deixou o sangue cair dentro dele. — Sangue de Nephilim — disse. — Deve funcionar como chave.

As pálpebras do Anjo de pedra se abriram. Por um instante, Taehyung quase esperou ver olhos encarando-o por entre as saliência de pedra, mas só havia mais granito. Um segundo depois, a grama aos pés do Anjo começou a se dividir. Surgiu uma linha preta torta, rasgando o chão como uma cobra, curvando-se para longe da estátua.

Taehyung pulou para trás apressadamente enquanto um buraco negro se abria a seus pés. Ele espiou dentro dele. Escadas continuavam além da sombra. Na última vez que estivera ali, a escuridão era iluminada em intervalos por tochas que clareavam os degraus. Agora havia apenas trevas.

— Tem alguma coisa errada — disse Taehyung.

Nem Jimin ou Yoongi pareciam inclinados a discordar.

Taehyung pegou no bolso a pedra de luz enfeitiçada que Jungkook tinha lhe dado e a ergueu sobre a cabeça. Uma luz se espalhou através de seus dedos.

— Vamos.

Yoongi pisou à frente dele.

— Eu vou na frente, e você me segue. Jimin, você fica atrás.

Eles avançaram lentamente. Os sapatos molhados de Taehyung escorregavam pelos degraus envelhecidos. Ao pé da escada havia um túnel curto que se abria em um salão enorme, um pomar de arcos brancos com pedras semipreciosas incrustadas. Fileiras de mausoléus acumulavam-se nas sombras como casas de cogumelos em um conto de fadas. O mais distante deles desaparecia na sombra; a luz enfeitiçada não era forte o suficiente para iluminar todo o salão.

Yoongi olhou sombriamente pelas fileiras.

— Nunca pensei que fosse entrar na Cidade do Silêncio — disse ele. — Nem depois de morrer.

— Eu não falaria com tanta tristeza — disse Taehyung. — O Irmão Jeremiah me contou o que fazem com os seus mortos. Queimam e usam quase todas as cinzas para fazer o mármore da Cidade. 

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⏰ Última atualização: Sep 05 ⏰

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Shadowhunters: City of Ashes | TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora