Capítulo 6

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Desde que o Gavi tinha me entregado a sua camisa na frente de todos no estádio, o meu pai me olhava com uma cara de desconfiado, mesmo que eu já tenha lhe dito que não era nada e ele apenas quis ser gentil

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Desde que o Gavi tinha me entregado a sua camisa na frente de todos no estádio, o meu pai me olhava com uma cara de desconfiado, mesmo que eu já tenha lhe dito que não era nada e ele apenas quis ser gentil.

A verdade é que até eu tinha me surpreendido com a sua atitude, já que antes ele não queria aparecer nem perto de mim para não imaginarem coisas. E claro que a sua atitude deu o que falar, muitas pessoas estavam comentando que talvez estivéssemos juntos e escondendo de todos por eu ser uma princesa e ele um jogador de futebol, o que não tinha nada a ver, já que ele sequer olhava para mim com qualquer interesse romântico.

Naquele mesmo dia, à noite, eu enviei uma foto minha para ele sem mostrar o meu rosto, agradecendo pelo seu presente e eu acho que ele entendeu que era eu, porque na mesma hora deixou um coraçãozinho e me seguiu. Eu não tinha muitas pessoas no meu Instagram, pois não queria ninguém fora do meu ciclo de amigos, para que não descobrissem que era eu por trás daquele perfil. Tinha que assumir, eu dormi com a camisa que me deu por algumas noites, ja que ela tinha seu cheiro e não posso mentir, era muito bom.

Estava em mais uma viagem junto com a Camila para cumprir os compromissos em minha agenda. Dessa vez, eu teria uma reunião com dois chefes do exército, já que muito em breve teria que passar pelo treinamento.

Já era quase meia noite e eu já tinha deitado para dormir faziam algumas horas, mas não conseguia pregar o olho. Minha respiração estava acelerada e eu sentia uma angústia no peito sem explicação. Por impulso, me levanto e visto um conjunto de moletom, pegando meu celular e a chave do quarto e indo em direção ao elevador.

Aperto o botão do terraço porque lá eu sei que estarei sozinha e poderei respirar um ar puro e em poucos segundos eu chego ao andar. Caminho até um dos sofás e percebo que já tem alguém ali, mas não consigo ver porque o seu rosto está coberto pelo capuz do seu moletom. Me aproximo, receosa, o que faz a pessoa levantar o olhar para mim e eu finalmente percebo quem é.

- Você por aqui? Ta me seguindo em todo jogo agora? - Gavi pergunta.

- Só queria ficar um pouco sozinha. E não, eu não estou te perseguindo, vou ter um compromisso nessa cidade, por isso estou aqui. - dou de ombros.

Gavi me analisa dos pés a cabeça e por fim, aponta para o espaço ao seu lado para que eu me sente. Ele volta a se recostar no sofá, observando as estrelas e eu faço o mesmo, até que ele decide quebrar o silêncio.

- A camisa combinou com você. - sussurra, suas palavras me deixando surpresa e me fazendo encara-lo.

- Não imaginava que você iria fazer aquilo na frente de todos.

- Ahh, tô nem aí. A camisa que você tava usando já era antiga e você tava precisando de uma nova. Fora que, já que tem a assinatura do seu jogador favorito, vulgo eu... - sorri convencido - Você deveria emoldurar e não usar.

- Besta. - dou um tapa fraco em seu braço - Não sei se você ainda é meu jogador favorito... - deixo no ar e ele me olha indignado.

- Sou sim, você só não quer admitir. - diz e eu reviro os olhos, deixando um sorriso bobo escapar.

Me aconchego ainda mais no sofá, sendo atingida por um vento frio e me encolhendo contra o estofado. Gavi percebe que estou arrepiada e cola ainda mais em mim, para que eu possa me esquentar com o calor que emana do seu corpo.

- Afinal, o que você estava fazendo aqui sozinho? - pergunto, quebrando o silêncio novamente.

- Temos um jogo importante amanhã e eu estava me sentindo um pouco angustiado. - fala cabisbaixo e eu o encaro - Sabe... ser jogador de futebol não é só flores, eu sinto todo o peso de vestir essa camisa e sei que tem milhares de torcedores com expectativas em cima de nós. - suspira.

- Imagino que a pressão deve ser grande, porém sei do seu potencial e o quanto você se esforça em campo mesmo sendo um dos mais novos. Você irá se sair bem. - tento tranquiliza-lo.

- É o que eu espero... - ele fixa seu olhar em mim - Mas e você princesa? Como é ter a pressão da sociedade em cima de você?

- É cansativo. Eu fui treinada a minha vida toda para um dia assumir o lugar que é do meu pai hoje em dia, porém não sei se é realmente o que eu quero. As vezes só queria ser uma pessoa normal, poder fazer a faculdade que eu quisesse e ser irresponsável as vezes. - desabafo.

- Então quer dizer que você tá afim de quebrar umas regras? - arqueia a sobrancelha, me fazendo rir.

- Bobo... - sorrio - Você entendeu.

Gavi segura uma mecha do meu cabelo entre os dedos, colocando ela atrás da orelha enquanto mantemos o olhar fixo um no outro. O clima entre nós muda e sinto meu rosto aquecer ligeiramente com o contato. Quando ele percebe o quão próximo estamos e o que ele estava fazendo, afasta suas mãos de mim e volta a olhar para o céu.

- D-Desculpa. - diz envergonhado e eu assinto, fazendo ele relaxar um pouco - Agora me conta, que faculdade você tem o sonho de fazer? - questiona, parecendo genuinamente curioso.

- Eu faria algo relacionado a saúde, acho fascinante salvar vidas e poder ajudar as pessoas.

- Uau, então temos uma pequena gênia por aqui. - sorri - Eu não sei se faria algo diferente do futebol, isso aqui sempre foi minha vida e a minha paixão.

- E temos que concordar, você manda muito bem no que faz. - complemento.

- Não só nisso. - pisca e um rubor volta a crescer em meu rosto.

Continuamos conversando por mais algumas horas e nem percebo quando acabo pegando no sono. Acordo na manhã seguinte com os raios solares atingindo o meu rosto e percebo que estou aconchegada contra algo duro, me fazendo notar que estou deitada no peitoral do Gavi, que me abraça enquanto dorme um sono tranquilo.

Levanto devagar, tentando não desperta-lo e tiro com cuidado as suas mãos da minha cintura. Com medo de que alguém possa chegar e nos flagrar aqui, saio dali rapidamente e volto para o meu quarto. Sigo direto para o banheiro para me arrumar para os compromissos do dia, mas as memórias do quanto me senti leve com ele e o encaixe perfeito dos nossos corpos, me fazem entender que preciso me afastar dele o mais rápido possível antes que seja tarde demais para o meu coração.

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Essa amizade tá crescendo ein 👀

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