🐈Capítulo 4

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Ele dormiu de novo, é tão fofo, fica encolhidinho, sabe? Igual quando os gatos ficam deitados naquele estilo rosquinha, bem

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Ele dormiu de novo, é tão fofo, fica encolhidinho, sabe? Igual quando os gatos ficam deitados naquele estilo rosquinha, bem... ele é um gato, então faz sentido. Ele encolhe as pernas contra o corpo e deixa as mãos próximas do peitoral ou entre as pernas e o rosto curvado para baixo, como se fosse de encontro com o joelho, todo pequenino.

Ah, é, eu não dormi, óbvio, logo é o almoço, então logo minha mãe estará em casa, estou tentando não surtar caso ela o veja, e ela vai ver. E junto à isso estou tentando não surtar, pelo fato de que se transformar consome muita a energia dele, bem... ele não me disse, mas é o que pude concluir com todo esse sono que está sentindo e com a incapacidade de voltar a ser... pequeno.

Eu achava que seria algo parecido com viver com meus amigos, mas é claro que estava muuuito errado, Lino é mais como... como uma criança, o que é muito estranho já que seu corpo não condiz nem um pouco com isso. Me dá nos nervos quando ele começa a choramingar por atenção, então você desiste de ignorar e dá a atenção que ele deseja por três segundos, aí ele sai de perto em silêncio, sem mais nem menos.

Ele é estranho, mas não posso culpá-lo, quem não seria estranho passando a vida toda como um gato doméstico, na verdade, não sei se ele passou a vida toda assim. Quando adotamos ele, sua estrutura animal já era de um gato adulto, achei ele em um beco, as patas traseiras estavam quebradas e ele tinha uma mordida feia nas costas, imaginamos que tivesse brigado com algum cachorro e saiu na pior.

Ele era bem arisco, rosnava para todos que chegassem perto, mesmo se fosse para dar água ou comida, parecia o tempo todo alerta, se tivesse uma pessoa no local ele ficava com os olhos grandes observando cada ação, encolhido no fundo do espaço que ficava preso.

Foi difícil para ele me aceitar também, no começo eu ia vê-lo depois da escola, mas como ele era arisco demais, e eu medroso demais, apenas ficava olhando para ele, Lino me encarava de volta, os olhos grandes e o corpinho alaranjado trêmulo e arrepiado, as vezes eu tentava falar algo, mas isso geralmente o estressava e fazia rosnar, então parei.

Foi cerca de um mês nessa rotina até que ele aceitasse que eu falasse, passei a fazer meus trabalhos da escola com ele. Colocava a cadeira ao lado da grande gaiola, apoiava o caderno nas pernas e passava a resolver as atividades, muitas das vezes falando em voz alta. Ele se acostumou mais rápido, nem um mês completo e ele não ficava mais arrepiado ou trêmulo, seus olhos ainda eram grandes e medrosos, totalmente desconfiado, mas ele me aceitava melhor.

Certo dia, quando suas patinhas já estavam melhores e ele tentava voltar a andar, achei que seria uma boa hora para tentar contato, comprei um sache gostosinho, bem, eu acho que deve ser gostoso, né? E segui a rotina de sempre.

Cheguei lá, pus a cadeira ao lado dele após cumprimentá-lo e estudei, quando terminei as atividades e me despediria resolvi pôr a ideia em prática.

Meu Gatinho - MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora