Um acordo quase perfeito

61 9 16
                                    

— Muito bem - falou o beta que usava um jaleco

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Muito bem - falou o beta que usava um jaleco. Ele terminava de guardar seus instrumentos enquanto prosseguia. — Seu ômega ainda parece não estar totalmente acordado, é devido ao seu corpo estar começando a se adaptar como ômega, por isso poderá ter problemas de controlar seus feromônios.

— Então vou ficar assim até quando? - O bicolor perguntou arrumando a roupa.

— Iremos te passar alguns supressores que irão te ajudar, porém só poderá tomar dia sim e dia não, para que seu corpo normalize sem problemas. - O senhor que já aparentava ter certa idade, retirou da pequena bolsa que carregava um pote de remédios, que não era tão diferente dos anteriores que tomava. — Começará hoje e voltaremos a ter outra consulta daqui um mês, caso não surgir nenhum acontecimento repentino.

Concordou com a cabeça tendo um pequeno frasco em sua mão. Com isso, viu o médico e sua mãe saírem do cômodo, o deixando sozinho novamente.

As consultas como sempre, acontecia em seu quarto, mas diferente de antes que achava ser um alfa com deficiência, agora era sobre como seu corpo estava se adaptando ao seu lado omega. Estava começando a se aceitar como ômega, mesmo que na maioria das vezes não gostasse nem um pouco disso. Mas a cada dia que passava, seu corpo dava sinais do seu segundo gênero.

Como seu cheiro doce de morango, sua pele estava mais macia e clara.

As consultas também se tornaram algo bom, já que com elas começou a ter ideia dos dias, pelo fato de não ter nenhum meio de acesso ao mundo exterior que não fosse os médicos e seu "noivo". Esse segundo que começou a vir cada vez com mais frequência.

E já havia percebido algumas coisas que...

Primeiro, se passou mais de um mês desde sua descoberta como ômega na universidade. Sentia tristeza por estar perdendo aula do curso que sempre sonhou em fazer, ainda mais na universidade que almejava estudar. Também sentia saudades dos seus amigos, se perguntava se ainda o aceitariam como um ômega depois de anos mentindo ser um alfa, mesmo que até ele tivesse sido enganado nessa mentira.

Segundo, desde a primeira yukata e o broche que havia usado no dia em que conheceu o noivo, até seus atuais perfumes, cremes, roupas e acessórios, eram presentes do alfa. O motivo era que gostava que o ômega fosse lindo e apresentável para ele. E nesses dias, percebeu como o homem de cabelo loiro gostava de ser tratado como um alfa forte e respeitado, anos rodeado de alfas ajudou a ter essa percepção.

Terceiro, se queria ter um pouco de liberdade, teria que convencer o seu noivo a deixar que voltasse a estudar. Não aguentava mais ficar sozinho naquele quartinho sem poder ter contato com seus amigos, sem nem poder sequer estudar.

Estava determinado a fazer de tudo para poder sair daquela maldita rotina, nem que isso significasse fingir ser um ômega submisso como todos esperam que fosse.

— Se prepare, o seu noivo virá almoçar com você. -  A mulher de cabelo branco disse antes de fechar a porta do quarto.

Soltou um suspiro que estava na garganta, sua relação com a mãe havia mudado drasticamente, a mulher que antes o olhava com carinho e ternura, agora tinha o olhar frio e arrogante. Desde que obedecesse sem dizer uma palavra, não recebia tratamento agressivo, porém teria que dar um jeito de sair nem que fosse por algumas horas, daquele lugar e se afastar daquela mulher.

O ômega dentro de mim Onde histórias criam vida. Descubra agora