between hatred and desire - l.s

Capítulo 13

aviso importante: neste capítulo temos apariação de louis e harry de just a bit bossy, ou seja, tive que alterar o nome deles, afinal, é a junção de dois universos. desta forma, aqui eles se chamam edward e william.

⠀⠀Acontece que Shawn não estava brincando quando disse que o pessoal de Caldwell estava agora no comando da Rutledge Enterprises. Harry passou os dias seguintes alternando entre ler o contrato e, educadamente, discutir com o pessoal de Caldwell.

⠀⠀Ler o contrato foi um exercício de grande frustração: ele estava dividido entre admirar Ian Caldwell por ter conseguido inserir tantas brechas no contrato e ficar frustrado com os Rutledge por terem caído nessa. Se ele estivesse lá, nunca teria deixado–

⠀⠀Mas ele não estava lá.

⠀⠀Ninguém o deixava esquecer isso. Embora não morasse mais na Rutledge Manor, o fantasma de Taylor, e da ilha, parecia segui-lo por toda parte. Os olhares de pena já eram ruins o suficiente, mas os de curiosidade eram ainda piores. Como era isso? Sobreviver a um acidente de avião? Ficar preso em uma ilha deserta por tanto tempo? Foi horrível? O que ele fazia com seu tempo?

⠀⠀As perguntas lhe davam vontade de gritar. Ele estava se esforçando tanto para não pensar na ilha, mas as pessoas continuavam a lembrá-lo dela repetidas vezes, com uma curiosidade insaciável. Como era a ilha? Como era a ilha? Como era?

⠀⠀Isso o deixava louco. Não ajudava o fato de que ele ainda tinha dificuldade em ficar perto das pessoas, seus olhares, sua atenção e suas vozes faziam sua pele arrepiar. Ele ficava esperando que a terrível sensação desaparecesse, querendo se sentir normal novamente, mas até agora isso não havia acontecido. Ele não se sentia melhor. Na verdade, o nó em seu peito parecia ficar mais apertado a cada dia que passava. Sentia-se nervoso e distraído, e metade do tempo parecia não saber o que fazer consigo mesmo, no sentido mais literal e físico.

⠀⠀Chega. Ele precisava se concentrar no trabalho.

⠀⠀Harry saiu de seu escritório – seu novo escritório temporário – e foi para o antigo. O escritório estava ocupado pelo vice-presidente do Caldwell Group, que estava desempenhando as funções do CEO enquanto Ian Caldwell estava incapacitado.

⠀⠀Ele não estava muito ansioso pela conversa.

⠀⠀Para ser justo, o homem era um executivo experiente, com uma reputação fantástica nos círculos empresariais, mas Harry não estava realmente com vontade de ser justo. Primeiro, ele havia perdido a empresa na qual havia trabalhado durante anos para Derek Rutledge; agora, ele havia perdido o cargo de CEO graças à falta de vontade de Derek de se importar com a empresa. Harry havia lido o contrato; ele sabia que se Derek tivesse se dado ao trabalho de lê-lo, ele teria visto as letras pequenas. Mas ele claramente não tinha dado a mínima, e agora Harry tinha que limpar a bagunça dele.

⠀⠀Porra, ele queria um drinque. Ele queria–

⠀⠀Ele queria Louis.

⠀⠀Harry se encolheu e afastou o pensamento de sua mente. Ou tentou. Ele sabia que o desejo voltaria. Sempre voltava. Deus, ele odiava esses pensamentos de necessidade que voltavam à sua mente a cada vinte minutos. Ele não precisava de Louis. Quanto mais cedo ele se esquecesse de tudo o que havia acontecido na ilha, melhor. Não tinha sido real. Esta vida era real.

⠀⠀Suspirando, ele cumprimentou o assistente do CEO, um jovem moreno de aparência agitada. "Ele está aí?", disse ele, acenando com a cabeça para a porta fechada.

⠀⠀O rapaz, Edward, fez uma careta. "O demônio? E quando é que ele não está, né?"

⠀⠀Harry fez um som de simpatia. Ele tinha ouvido falar que William Angel era um pesadelo para trabalhar. O italiano era um dos principais acionistas do Caldwell Group e seu vice-presidente e diretor de operações. Somente Ian Caldwell tinha mais poder na empresa do que Angel. Mas enquanto Ian Caldwell tinha a reputação de um empregador exigente, William Angel tinha a reputação de um tirano. Seu pobre assistente parecia que não dormia há dias.