Epílogo

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¹ Mad World - Tears For Fears
² Naruto Shippuden Unreleased OST - Konoha Peace 2

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“ Querido ruivinho, o que houve? Por que não retornou nenhuma das minhas ligações? Eu quero ouvir a sua voz, estou com saudades!

Ontem, quer dizer ( Eu não sei quando essa carta chegará às suas mãos, então ...) Na primeira segunda-feira de fevereiro de 1985, para agradar a minha mãe, eu me matriculei em uma aula de jazz. Enquanto estava na escola, eu vi alguns alunos dançando e sinceramente, acho que me darei melhor aqui, do que no ballet. Na próxima segunda eu inicio as minhas aulas de natação. Acho que o professor ficará impressionado ao saber que eu já sei boiar. Outra coisa que eu preciso te contar e acho que você ficará orgulhoso é que, mamãe e papai me convenceram a sair da “gangue” da Tenten.

Depois de te exibir ( o meu namorado presidiário) eu conversei a sós com a Tenten. Disse-lhe que foi divertido, mas que os meus  dias de rebeldia acabaram.

Tenten não ficou muito feliz com a minha decisão, mas aceitou a minha saída da gangue.

Graças a você, ruivinho, eu não precisei passar pelo rito de despedida, os membros da gangue, ficaram com medo de fazer algo comigo e que depois você, (um meliante) se vingasse deles.

(Obrigada por ter sido preso, ruivinho, te devo uma.)

O coitado do Pedro, um colega dos tempos de gangue, não teve a mesma sorte. Por não namorar uma mau-elemento, quando pediu para sair, ele teve a cabeça raspada  com gilete e despejaram excrementos sobre ele. É um alívio, ter alguém tão perigoso quanto você, em minha vida!

Enfim, a gestação da mamãe está indo muito bem, hoje eu irei acompanhá-la ao médico, ela fará uma ultrassonografia. Estou ansiosa, há suspeitas de  que possam ser dois bebês. Gêmeos são fofos! Vou ensiná-los a fazer muita bagunça.

Eu sinto a sua falta ruivinho, quero saber como está e o que está fazendo. Você prometeu que manteríamos contato. Não suma.

Atenciosamente, Ino Yamanaka.

P.S. Eu te amo. “

Essa carta chegou há três dias, porém, ela foi escrita, há 7 dias. Eu a leio todos os dias e sempre quando chego no fim, sinto uma quentura no peito e um sorriso singelo brinca em meus lábios.

“Eu te amo.“  Essas três palavras são o combustível que me move. É por causa delas, que eu me levanto da cama e me obrigo a continuar, sobrevivendo.

- Eu também te amo. - Sussurro, olhando, fixamente, o papel em minhas mãos.

Dobro a folha e a guardo no bolso da calça, do meu uniforme escolar.

Depois de me enviar essa carta, a Ino nunca mais telefonou e não enviou outra correspondência. Com certeza ela está magoada comigo. Eu não atendo às suas chamadas e também não respondi a sua carta. A Ino parece estar tão feliz, que eu considero injusto, despejar os meus problemas em seus ombros.

Ouço o barulho do despertador. Levanto da cama e o desligo. Apanho a mochila, jogada sobre o colchão e a penduro em um dos meus ombros.

Hoje é o primeiro dia de aula. Algo não está normal, afinal, eu  acordei antes do despertador soar e ninguém veio esmurrar a porta do meu quarto. Maneio a cabeça e seguro as lágrimas. É claro que algo não está certo e é claro que ninguém irá esmurrar a porta do meu quarto. Pois a minha mãe, está morta. Ela morreu no mês passado, em um acidente de carro. Deixando-me sem chão, sem perspectivas.

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