Capítulo 7

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Manas do céu, quanto tempo, heim?

Eu sinto muito pela demora, vidas, mas a minha vida está de cabeça pra baixo e eu tô dedicando o meu tempo aos estudos, que nem sobra tempo para vir aqui 💔

Não vou prometer voltar rápido, porque eu sei que isso não vai acontecer, infelizmente.

Ps: Alerta gatilho, se você for sensível ao conteúdo, por favor, pule essa parte da história.

Espero que aproveitem, na medida do possível 🧡


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“Um mês depois”



Um mês havia se passado e as coisas entre Hande e Mirna não podiam estar melhores. As duas faziam fisioterapia juntas e era nítida a evolução da mais velha, assim como a recuperação. O fisioterapeuta ainda tentava conversar com a ponteira, mas ela não lhe dava brecha para isso.

- Ele claramente gosta de você. – disse Mirna, quando as duas chegaram ao estacionamento para aguardar por Tijana.

- Eu tenho percebido. – deu de ombros.

- Por que não tenta dar uma chance ao rapaz? – indagou, sentando no banco do passageiro, com a ajuda da turca.

- Eu não gostaria de que ficassem comigo apenas para tentar esquecer outra pessoa. – rebateu.

- Está falando da minha neta, eu presumo.

Hande suspirou.

- Estou falando da sua neta. – confirmou. – Ela pode ter seguido em frente, mas eu ainda não consigo e não quero alimentar falsas esperanças em ninguém.

- Você fala com tanta certeza de que ela seguiu em frente...- resmungou.

- Bem, ela tem um namorado, Mirna. – pontuou pacientemente.

- Tem mesmo? – a encarou.

A turca arqueou a sobrancelha e, quando ia falar algo, a Boskovic mais nova apareceu.

- Aí estão vocês! – exclamou, se aproximando de seu carro. – Hande, aquele homem pediu para te entregar isso. – ela estendeu um envelope para a outra garota, a contragosto.

Hande o pegou e abriu.

- Ah, são ingressos para o jogo de hoje a noite! – exclamou feliz. – Eu acabei me esquecendo. Obrigada, Tijana.

- Não por isso. – fingiu indiferença.

- Vocês vão juntos? – Mirna vez a pergunta que a neta não podia fazer e ela quase a beijou por isso.

- Não. – deu de ombros. – Eu havia comprado os ingressos mais cedo e acho que esqueci de colocar na minha bolsa. Devo ter deixado em algum dos bancos.

- Que bom que vai sair com os seus amigos, minha filha. – Mirna sorriu. – Você me parece tão cansada.

- Na verdade, vou com os seus netos. – disse envergonhada pela presença da morena.

- Não me diga que Vulk e Dajana estão importunando você de novo...- reclamou Mirna.

Tijana tentava a todo custo manter a expressão neutra. Ela não queria demonstrar, mas amava a proximidade que a turca tinha com a sua família, especialmente com os seus irmãos.

- Eles gostam de baquete, Mirna. Já fomos a um jogo, mas hoje é um jogo especial. – sorriu ao lembrar. – É o jogo das estrelas do basquete, em prol das vítimas do último terremoto. – explicou. – Eu consegui acesso vip para o Vuk conhecer os jogadores.

- Ele vai cair duro quando souber...- Tijana pensou em voz alta.

Hande a olhou rapidamente e desviou o olhar em seguida.

- Bem, eu preciso ir. – se despediu. – Nos vemos em breve, Mirna.

- Até logo, meu bem. – sorriu para ela.

Hande foi até o seu carro, sentindo que estava sendo observada e estava.

- Você pensou que ela iria com aquele cara, não pensou? – Mirna provocou a neta.

- Sim. – confessou, dando a volta no carro e entrando no banco do motorista. – Foi exatamente o que eu pensei.

- Uma hora ou outra, ela vai aparecer namorando. – a mais velha alertou. – Ou você acha que uma garota como ela vai ficar solteira para o resto da vida?

- O que a senhora quer que eu faça? – resmungou.

- Eu quero que reaja!

- Nós não podemos ficar juntas! – rebateu. – A senhora sabe os motivos...

- Eu mesmo posso acabar com a mãe dela para você!

Tijana teve vontade de rir, mas não o suficiente.

- Não sei do que aquela mulher é capaz. – sussurrou. – Não quero que ela faça com que o próprio povo odeie a filha...a Hande já passou por tanta coisa e ainda passa. Eu não quero que ela tenha que sofrer com o ódio gratuito das pessoas. – disse. – Ela é apaixonada pela Turquia, não pode sofrer com as represálias dos turcos.

- Isso não é justo. – rebateu.

- Não, não é. – falou baixinho. – Mas é o que está acontecendo.

As duas ficaram em silêncio por alguns segundos.

- Você ainda a ama? – questionou Mirna.

- Mais do que tudo, vovó. – suspirou. – Vê-la com outra pessoa, seria a minha ruína. Mas eu não tenho o direito de sentir nada.

- Como não? – perguntou revoltada. – Você a ama e não luta pelo amor dela porque aquela mulherzinha horrível acha que pode mudar o destino das coisas!

- Vovó...

- Vocês nasceram para ficarem juntas, minha filha. – a interrompeu. – Eu soube disso no momento em que vi vocês duas juntas. – completou. – E eu vou fazer de tudo para que isso aconteça novamente, ou não me chamo Mirna Boskovic!


(...)


A noite logo havia chegado e Hande buscou os dois na casa da oposta, antes de irem para o estádio.

- Alguém já disse que o seu carro é irado? – perguntou Vuk.

- Você gosta dele? – devolveu a pergunta.

- Quem não gosta? Ele é lindo! – a turca encarou o sorriso do garoto pelo retrovisor. – Se eu tivesse um desse, levaria uma garota para sair...

- Vuk! – Dajana o repreendeu. – Você ainda não tem idade para ter um carro, garoto.

- Mas eu já tenho quase 16 anos...- resmungou.

- Papai disse que você só teria um carro quando atingisse a maior idade. – o lembrou.

- Com quantos anos? – Hande perguntou, curiosa.

- 21. – respondeu Dajana.

- Mas a Tijana dirigia antes disso, não dirigia? – a turca lembrou.

- A Tica era apenas inconsequente. – a mais velha deu de ombros.

- Eu também quero ser inconsequente! – insistiu Vuk.

- Você quer apenas sair pegando as garotinhas, irmão! – revirou os olhos.

Hande não segurou a vontade de rir, mas acabou gargalhando.

- Eu gosto de uma garota turca, tá legal? – o garoto se defendeu.

- Ótimo. Falta apenas eu para completar a sina. – pontuou Dajana. – Os Boskovic buscam por amor sempre no mesmo país...

Hande ficou em silêncio.

- Você acabou de constranger a Hande. – chamou a atenção da irmã.

Dajana arregalou os olhos.

- Hande, eu não...

- Está tudo bem. – tentou sorrir. – Não estou constrangida por isso, estou lisonjeada pela preferência.

- Vocês são muito bonitas mesmo. – concordou Dajana. – Se eu fosse lésbica...

- Iria encontrar um amor na Turquia? – o irmão debochou.

- Ah, então você já ama a garota? – debochou de volta.

O garoto sentiu as bochechas esquentarem.

- Você deixou ele envergonhado. – Hande sorriu para ele. – Você quer impressionar a garota? Eu posso te dar umas dicas...

- Se ela conquistou a Tica, você pode conseguir qualquer coisa...- novamente, Dajana falou sem que percebesse.

- Daj! – Vuk a repreendeu novamente. – Da próxima vez, você não precisa trazê-la, Handem...

- Eu prometo não falar mais nada! – tentou remediar. – Me desculpe, Hande.

Dessa vez, a turca sorriu de verdade.

- Meninos, está tudo bem. – pontuou. – Eu não vou quebrar se falar da minha relação com a irmã de vocês. – disse. – Não é inconveniente falar sobre isso, porque já passou.

- Infelizmente...- resmungou Vuk.

- É uma pena mesmo...- Dajana resmungou de volta.

A turca suspirou, prestando a atenção na estrada.

- Se eu fosse um pouco mais velho, daria em cima de você. – disse Vuk e a turca gargalhou.

- E a Tica mataria você! – retrucou Dajana. – Você não estava apaixonado há cinco minutos?

- Não queremos perder o convívio com ela, não é mesmo?

- É, mas também não queremos uma briga em família, seu tonto.

- Meninos, seremos sempre amigos, não se preocupem. – a turca os tranquilizou.

- Ainda bem. Eu não faria isso com a Tica. – ele deu de ombros.

- Vuk! – a irmã chamou a atenção dele. – Céus, somos péssimos, Hande...

- Eu deveria chutar vocês para fora do meu carro! – brincou. – Foquem apenas na garota do Vuk, ok?

- Que bom que voltamos ao assunto! – ele sorriu. – Me empresta o seu carro?

- Não! – Dajana interviu.

- Vuk, se ela ficar impressionada com os seus bens materiais, ela não vale a pena. – pontuou Hande.

- Como soube que a Tica não estava impressionada com a sua fortuna? – o garoto quis saber.

- A sua irmã não sabia do meu patrimônio, antes de voltar para a Turquia. – explicou. – Ela só descobriu seis meses depois e não ficou nada impressionada, muito pelo contrário. A última coisa que ela queria de mim, era o meu dinheiro.

- É a minha garota! – Dajana pontuou orgulhosa.

- Então o que eu faço para impressionar a Salim?

- Agora temos um nome...- debochou Dajana.

- Apresente a sua avó para ela. – sugeriu Hande. – Acho que me apaixonei primeiro pela Mirna do que pela Tijana.

- Vovó é um amor. – sorriu Dajana. – Mas, se ela não gostar da garota...

- Tem razão. – concordou Hande, estacionando o carro no estacionamento do estádio. – Leve ela para tomar um sorvete a tarde, na praia e converse sobre interesses em comum. Nunca perca a oportunidade de fazê-la rir e, se ela disser que não quiser ficar com você, aceite isso bem, ok?

- É uma boa ideia, Handem. – ele desceu do carro.

- O que acha, Daj? – questionou Hande.

- Você domina a arte de conquistar as garotas, Hande. Eu apenas acompanho. – sorriu para ela.

- Não tenho tanta experiência. Namorei apenas uma vez. – a lembrou.

- E não foi uma pessoa muito fácil. – os três começaram a andar para dentro do estádio. – Então merece um crédito a mais, por isso concordo com você.

- Vou disponibilizar um motorista para vocês. – disse Hande. – Já que não tem idade o suficiente.

- Caso vocês tenham um carro que não chame tanto a atenção, seria o ideal. – observou Vuk.

- E quanto ao meu esportivo de luxo? – brincou Hande.

- Você tem razão quando diz sobre os interesses dela. – pontuou. – Obrigada, Handem. Você sempre será a melhor.

Love Story (Season two)Onde histórias criam vida. Descubra agora