ALISSON
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"ANDA CLAIRE! VAMOS NOS ATRASAR!" Digo ao pé da escada, olhando na direção do andar superior. Ainda não estou muito segura sobre comparecer a festa de aniversário, mas prometi a Viktor que passaria lá se ele fosse. Talvez ficasse no carro e os cumprimentasse somente na entrada, dando alguma desculpa do trabalho — o que não seria de um todo mentira, já que realmente vinha trabalhando muito.
"Só mais um minuto mãe, estou terminando de me arrumar." Claire exclama de seu quarto e solto um suspiro andando em direção a cozinha.
Percebo um pequeno pedaço de papel sobre a bancada, ao lado de uma rosa. Me aproximo e leio o bilhete que Ray deixou: 'Divirtam-se no aniversário, querida. Nos vemos no final de semana. Com amor, Ray.' Um sorriso surge em meu rosto, misturando ternura com uma ponta de melancolia.
Desde que voltamos, há seis anos, eu acreditava que nosso relacionamento retomaria a simplicidade de antes. Mas mal conseguimos nos encontrar sem que o trabalho nos chame. 'Allison Hargreeves e Raymond Chestnut, o casal do momento!' diz a capa de uma revista emoldurada no corredor. 'Conheça a atriz e o ativista político que dominaram as notícias do mundo em 2023 por suas iniciativas pelos direitos civis e igualdade racial.'
"Pronto, mãe! Podemos ir." Claire desce as escadas enquanto ajeita a mochila. Ainda me surpreendo com o quanto ela cresceu cada vez que a vejo.
"Ok, próxima parada: aniversário da Grace!" Apesar de ter me distanciado dos meus irmãos nos últimos anos, por medo e vergonha do acordo que fiz com nosso pai, nunca privei minha filha de se relacionar com a família.
"Você pegou o presente né?" Pergunto enquanto pego as chaves do carro que estão em um gancho ao lado da porta e dou passagem para que minha filha possa sair. "Claro mãe. Está na mochila."
Indiscutivelmente, os últimos seis anos da minha vida foram os melhores ao lado dela.
DIEGO
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"ELES SE AUTO INTITULAM 'OS KEEPERS', SENHOR." Estou sentado no gabinete do diretor do setor em que trabalho na CIA. "Aparentemente formam uma comunidade de apoio." Estendo sobre a mesa uma pasta contendo o relatório que venho preparado no último mês. "Mas possuem fortes tendências similares a seitas." O homem pega a pasta para si e me recosto novamente na cadeira.
Ele folheia os papéis dentro da pasta escaneando o conteúdo desinteressadamente. Depois faz uma pausa e me encara. "Muito bem, e qual a motivação deles?"
"Ao que tudo indica, acreditam que de algum jeito estão presos na linha do tempo errada." Digo, com uma expressão séria no rosto e ajeito minha postura. Percebo que ele me lança um olhar cético e junta os papéis dentro da pasta.
"Bom, me parece se tratar de um bando de lunáticos, na minha opinião." Seu tom é desdenhoso e começo a ficar um pouco impaciente com o rumo que a conversa está tomando. "Mas senhor, tenho fortes indícios de que eles podem estar envolvidos com algo maior. Tráfico de armas e talvez até mesmo assassinatos." Reclino para frente, perto da mesa, e a lembrança do recorte de jornal que guardei no bolso volta a me inquietar.
Comecei a investigar o caso depois de apreendermos um carregamento ilegal de armas vindas da Europa, em que reconheci uma estranha tatuagem de guarda-chuva ao contrário no pulso de um dos envolvidos. O sentido daquilo não parou mais de martelar dentro de minha cabeça desde então.
"Nós temos provas que corroboram com essa hipótese?" Ele me encara, sério. "Essa madrugada houve um incidente no hotel Lake Front Inn. Nos chamaram porque encontraram possíveis evidências ligando a cena do crime ao grupo que estamos investigando. Um homem foi morto e testemunhas informaram que haviam dois suspeitos no local, um casal chamado Gene e Jean. Acredito que eles podem estar ligados ao caso das armas apreend-"
"Esquece essa besteira dos Keepers." Ele entrelaça as mãos sobre a pasta na mesa e me lança um olhar firme. "Recomendo que você pare de correr atrás dessa história fantasiosa e volte para seus outros casos." "Mas sinto que estou progredindo mui-" "Diego." Ele me interrompe novamente. "Você tem que me ouvir." O diretor se levanta da cadeira e começa a andar pela sala com as mãos nos bolsos.
"Você tem tudo para se tornar um agente fantástico." O observo caminhar pela sala. "Possuí habilidades de investigação, paixão pela resolução de problemas e a atenção aos detalhes que o trabalho demanda." Permaneço calado escutando. "Jogue direitinho e tenho certeza que vai trilhar um caminho brilhante aqui dentro."
Penso em toda a minha trajetória até chegar aqui. Na infância combatendo criminosos, nos anos de treinamento, os casos que acompanhei furtivamente com Eudora. Penso também em como minha vida parece finalmente estar tomando um rumo, na família que estou construindo com Lila. Tudo parece se encaixar e me questiono se o homem a minha frente não tem razão.
"Obrigado por dizer isso, senhor." Digo, ao final. O quanto valeria ficar remexendo nessa história?
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— NOTA DA AUTORA!
a festa já vai começar! coloquem seus chapeuzinhos e se preparem, o fim do mundo estará próximo mais uma vez. ah, e o pov do cinco vem na próxima parte!
comentem aqui o que vocês mais gostariam de ver acontecendo na história.
— K.
ENQUETE: Vocês gostariam de ver personagens inéditos nessa história? Estou com uma ideia em mente e espero que curtam.
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The Umbrella Academy | Season Four
Fanfiction"Seis anos se passaram desde o infame incidente no Hotel Obsidian, que transportou toda a família para uma nova realidade, desprovida de seus poderes. Nesse período, o único evento notável foi a chegada da pequena Grace, filha de Diego e Lila. No en...