The Umbrella Academy | Season Four

QUATRO

CINCO

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"EU PERCEBI QUE NÃO TINHA NADA DE ERRADO COMIGO." Ouço o homem a minha frente gesticular e todos sentados no círculo ao redor assentem com a cabeça. "É essa linha do tempo cara. Ela tá ferrada."

São quatro da tarde e estamos sentados em roda, dentro de um salão mal iluminado com piso de taco e decorações antigas.

Estreito meus olhos e tento prestar atenção em cada participante ao meu redor enquanto o homem continua. "Eu sei que posso vir aqui e dizer qualquer coisa. Eu posso dizer que Sir Reginald Hargreeves é um alienígena que está secretamente criando uma cabala de super soldados adolescentes." Um arrepio percorre minha espinha ao ouvir isso e troco o peso de uma perna para outra.

"Todos vocês vão saber do que eu tô falando." O homem sorri e nos entreolhamos, concordando com sorrisos complacentes. "E agora, eu tenho esperança." Ele se vira para os colegas e dão as mãos um pouco emocionados. "Porque eu sei que a purificação tá chegando." Ouço os outros sibilando "Amém, isso!", ao meu redor, e logo estamos todos batendo palmas.

"Lindo discurso Gus, suas palavras foram tocantes, não acha Gene?" A Dra. Jean Thibodeau bate palmas enquanto congratula o participante. "Concordo plenamente Jean. Obrigado Gus, obrigado! Agora quem quer ser o próximo?" O Dr. Gene Thibodeau prossegue e um murmurinho se inicia. "Oh, você aí, de bigode. É novo por aqui não é? Gostaria de compartilhar alguma coisa conosco?" A Dra. Jean estreita os olhos me encarando.

"Claro" Me ajeito na cadeira de metal, tentando controlar qualquer nervosismo que possa se sobressair. "Oi, o meu nome é Jerome." Inicio e sou recebido em coro com um "Oi Jerome!".

"Eu ainda sou novo em tudo isso. Só o que eu posso dizer é: o que vocês estão dizendo é real." Encaro cada rosto no salão durante o meu discurso. "Vocês não são doidos. Eu sei por que eu estive em outras linhas do tempo." Escuto alguém concordar com um "É isso aí" e prossigo. "Não parece, mas eu tenho 63 anos. Eu passei 45 anos perdido em um apocalipse do futuro. E eu me envolvi no assassinato do Kennedy." As pessoas ao meu redor assentem com a cabeça.

"Tudo o que tá acontecendo agora... Eu não sei mais o que é e o que não é real. Sinto que eu não posso confiar em ninguém." Faço uma pausa e suspiro. "Só o que eu sei é que tô feliz por ter achado vocês." Encaro Gene e Jean quando finalizo minha fala. Os participantes começam a comentar e concordar baixinho e Jean inicia uma salva de palmas. "É isso, é só isso." Digo, abaixando meu olhar e recostando no assento.

"Mandou bem." O homem ao meu lado diz olhando para mim e o encaro de volta. "Você quer ouvir uma parada séria, garoto?" Ele chega mais perto e assinto com a cabeça. "Vou te levar pra uma reunião."

"Muito bem pessoal. Obrigada por comparecerem ao nosso encontro de hoje! Não se esqueçam de que temos café e bolachas na mesa ao lado. Nos vemos novamente na semana que vem!" Jean encerra o encontro com mais palmas e aos poucos os participantes começam a se levantar.

"Então, onde é essa tal reunião?" Pergunto ao rapaz quando nos levantamos. Ele faz uma pausa e responde "Me encontra sexta-feira na rua Elm com a Maple." Nos entre olhamos por um segundo, como se alguma trama estivesse sendo elaborada e por fim o agradeço com um aceno de cabeça e ele vai embora.

Muitas perguntas se formam em minha cabeça nesse momento e tenho a impressão de que posso encontrar algumas respostas nessa reunião.

Olho o relógio. Já são quase cinco horas e estou atrasado para o aniversário de Grace.

LILA

CHEGAMOS NO SALÃO pontualmente às cinco, e quando estaciono a mini van na frente do local para descarregar as coisas, avisto Luther na entrada.

Há uma fila de carros se formando atrás de mim quando desço e aceno para ele da calçada, enquanto uma mulher começa a buzinar. "Ah oi!" Luther vem ao meu encontro animado. "E aí grandão, a quanto tempo! Consegue me ajudar com essas coisas aqui?" Dou a volta no carro e abro a porta de correr onde Grace está sentada presa a cadeirinha.

Solto-a e seguro sua mão, ajudando-a a descer do carro. "Feliz aniversário Grace!" Luther a saúda, bagunçando seu cabelo com a mão. Enquanto isso, retiro alguns balões do banco traseiro e repasso para ele, pegando também o bolo que está cuidadosamente posicionado ao lado do carona. "As bebidas estão no porta-malas." Indico. A motorista no carro de trás continua disparando a buzina.

Voltamos a calçada e levo Grace por uma mão enquanto seguro o bolo com a outra. A insistência do barulho me irrita cada vez mais. "Acho melhor eu estacionar o carro em alguma vaga para tirarmos as bebidas." Tento dizer, mais alto que o som. "Tudo bem." Responde Luther. "Posso esperar aqui com a Grace se preferir." A mulher do carro de trás começa a dar estocadas cada vez mais frenéticas na buzina e sinto que estou a ponto de perder a paciência.

Fecho os olhos por um minuto e respiro fundo. O barulho se mantém e agora há uma sinfonia completa se formando na fila. "Você me dá um segundo?" Pergunto a Luther, passando a mão de Grace para ele e me direcionando para o carro atrás do meu.

Os dois observam enquanto me aproximo da janela e bato delicadamente no vidro, gesticulando para que a mulher ao volante, que reconheço como uma das mães da escola de Grace, abaixe o vidro. Ela assente e me abaixo na altura dela quando a janela se abre. "Se você meter a mão nessa buzina de novo eu juro que vou te arrancar desse carro e desconectar o seu tronco encefálico. Entendeu?" Ela não responde. "Ah, oi Steven!" Comprimento simpática o menino no banco do carona e me afasto. Preferia ter de lidar com um bando de assassinos do que com as mães narcisistas do primeiro ano.

"Bora!" Digo aos dois, que me esperam na porta e entramos no local.

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— NOTA DA AUTORA!

espero que estejam gostando da história até aqui! =) nas próximas partes já teremos o desenrolar da festa e o futuro é uma surpresa! estou tentando pensar em ideias de narrativa e escrever o máximo que posso (estou em período de TCC da pós graduação ;) ), então se curtirem, não se esqueçam de votar e deixar seus comentários aqui. vejo vocês em breve!

— K.

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