CAP 01 | A gente só se encontra em casamentos, funerais e aniversários
LILA
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QUANDO ME VIRO NA CAMA, percebo que Diego realmente não está lá. "Ah, ótimo!" Reviro os olhos enquanto puxo os cobertores e me levanto bufando.
Sua ausência estava virando frequente desde que conseguiu o novo cargo na CIA e, apesar de ficar contente por seu sucesso, — e aliviada porque não aguentaria mais um dia se quer dele zanzando pela casa procurando por coisas para consertar ou ouvindo o sinal da polícia pelo rádio — me via presa dentro de casa, vivendo uma vida totalmente comum.
Caminho até o banheiro enquanto ajeito meu hobby. "O dia vai ser longo hoje heim!" Digo a mim mesma enquanto faço uma parada pela porta do quarto de Grace, batendo duas vezes antes de girar a maçaneta e colocar a cabeça para dentro do quarto.
"Bom dia meu amor!" Ando para dentro do cômodo enquanto vejo seu pequeno corpo se contorcer na cama em protesto. "Você sabe que dia é hoje?"
Abro as cortinas lentamente para não machucar seus olhos. Grace faz uma careta e cobre o rosto com o edredom, mas me jogo em sua cama, fazendo-a pular. "Feliz aniversário!" puxo as cobertas e a cubro de beijos, o que a faz ter uma crise de riso. "Ei mãe! Para!" Ela diz, em meio as risadas enquanto continuo a atacar. "Hum, parece que foi ontem que eu e seu pai estávamos presos em uma máquina interdimensional disfarçada de hotel, quando contei a ele que estava grávida." Levantei da cama e ela se sentou sobre o colchão, ainda sorrindo.
"Vamos, escove os dentes e troque de roupa. Ainda precisamos passar no mercado e na confeitaria antes de irmos para o salão de festas. O dia vai ser cheio!" Caminho em direção a porta falando alto. "Bem vinda a mais um dia no The Real Housewife suburbano Lila." penso comigo mesma.
DIEGO
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"O DISPARO FOI A QUEIMA ROUPA." Explicava o policial forense. "Pelo ferimento, pode ter sido causado por uma pistola pequena, algo como uma calibre 22."
Olho ao redor em busca de mais pistas que possam corroborar minhas suspeitas sobre o homicídio em um hotel aonde acontecia um torneio de Euchre. "O homem já foi identificado?" Questiono o policial.
"O nome dele é Gary. Tem passagem pela polícia por tráfico de entorpecentes. "Aparentemente ele estava envolvido com outras coisas também."
Me ajoelho ao lado do corpo e observo suas vestimentas. "Dois irmãos disseram que viram um casal agindo de forma suspeita, próximo a hora da ocorrência."
"Nós temos nomes?" Algo chama minha atenção no bolso esquerdo do morto, há um papel dobrado com a ponta para fora. Coloco a luva de borracha em uma das mãos e puxo a folha com cuidado. "Os nomes são Gene e Jean, senhor." O homem responde e olho para ele voltando a me recompor de pé.
"Hargreeves. Tem uma ligação pra você lá no hall." Outro inspetor anuncia, descendo as escadas do estacionamento. "Parece que é a sua mulher." Olho a hora e me dou conta de que estou atrasado para os preparativos do aniversário de Grace. "Merda." Resmungo baixo.
Faço um gesto pedindo um momento ao policial enquanto me afasto. Subo as escadas até o primeiro andar e meneio com a cabeça para o policial que me passa o telefone no hall, agradecendo pela compreensão. O homem retribuí o gesto e segue andando.
"Oi amor, como você conseguiu lig-" "Diego onde é que você tá heim?" O tom de Lila, como sempre, é inquisitivo e impaciente. "Desculpa amor, surgiu um imprevisto no trabalho e-" "Já tá quase na hora da festa e ainda não temos a pinhata nem pegamos o bolo. Achei que tínhamos combinado quando você aceitou o trabalho na CIA de que eu não resolveria tudo sozinha enquanto você brinca de justiceiro."
Eu bufo, dando um riso nervoso. "Lila, amor, me desculpa tá? Eu passo na loja a caminho do salão e levo a pinhata, tudo bem? Prometo chegar no horário." Faz-se um silêncio por um minuto, seguido da voz nervosa de minha mulher. "Tá bom, só não atrasa, certo? A Grace está perguntando por você."
Sorrio com a informação. "Tá, fala pra ela que o papai já está a caminho." "Pode deixar, te encontramos lá." E desliga. Tenho a sensação de que finalmente as nossas vidas estão se encaixando nessa realidade.
Solto um suspiro e me apoio no balcão, colocando o telefone no gancho. Volto a atenção ao papel que encontrei no casaco do homem, na outra mão. Desdobro a folha com cuidado e minha primeira reação ao olhar para a página é de confusão.
No recorte, que parece se tratar de uma página de jornal, há uma manchete onde se lê 'Umbrella Academy salva o dia novamente!' junto de uma foto nossa de quando éramos crianças. "Mas que porra é essa?" Olho em volta me certificando se alguém me observava. Dobro o papel novamente e o guardo no bolso.
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— NOTA DA AUTORA!
o que estão achando até aqui? em breve retorno com mais uma parte dos povs. curiosos para saber por onde andam nossa família querida?
deixem comentários e votem para fazermos essa história chegar a mais pessoas, por favor. isso me motiva a continuar :)
— K.
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The Umbrella Academy | Season Four
Fanfiction"Seis anos se passaram desde o infame incidente no Hotel Obsidian, que transportou toda a família para uma nova realidade, desprovida de seus poderes. Nesse período, o único evento notável foi a chegada da pequena Grace, filha de Diego e Lila. No en...