Amanheceu e severo estava na janela de seu quarto observando o movimento como sempre fazia. Como sempre, as coisas corriqueiras como o leiteiro deixando as garrafas nas portas das casas, carteiros entregando as correspondências, operários saindo para o trabalho e tudo mais.
Toc Toc.
Alguém bateu a porta.
— Severo — Tobias abrira a porta e chamava-o com sua comum voz grave — estamos indo agora para a casa do seu avô Snape, não faço questão de você ir, mas sua mãe mandou te chamar, então, se apronte logo sem demora e desce lá pra baixo.
Severo continuava com raiva dele, não somente a habitual ou a de sempre, mas também pela surra de ontem à noite e pelos gritos na mãe, mas sempre gostou do vovô Snape que é muito diferente do filho. Eles não se parecem em nada, nada mesmo pensa Severo. Mesmo não dando a mínima as ordens dispostas por Tobias, ele se arruma e desce com rapidez.
— Estou pronto — disse ele naquela voz bem sem-emoção.
— Então podemos ir.
E partiram para Surrey.
***
O ônibus quase cheio parara no começo da Rua da Fiação, a família Snape descia e voltava para casa. Já entardecendo eles apressavam mais o passo. Severo quando chegou a sua casa saiu para o bosque que tinha detrás da sua rua, nele passava um pequeno rio que devia atravessa-lo. Para uma criança antissocial ali era seu refugio, não havia ninguém para perturba-lo e chateá-lo, ficava na mais calma e pura paz. Exceto por este dia.
— Eu vou contar sim Lilian.
Vozes detrás de uma miúda colina ecoavam por ali onde Severo estava.
— Não, por favor, Túnia. Eu não fiz nada mal. Não vá. — suplicava uma segunda voz.
Severo não sabia de quem era essas duas vozes, nunca escutou. Curioso subiu a pequena colina e foi para um pequeno mato observando de longe, uma garota ruiva parada num parquinho plano. Mas eu escutei duas vozes diferentes pensou Severo, Cadê a outra pessoa?
Depois ele percebeu onde estava ela. Ela, outra menina morena, veio dizendo:
— Olha ela ai mamãe, estava fazendo aquilo que eu te contei.
— Lily, o que te falei sobre isso, meu Deus. Entra já para dentro sem demora.
— Mas mamãe eu não fiz nada de mais.
— Não quero saber sua menina levada, quantas vezes eu já te falei sobre isso em? Pra casa agora!
A menina chamada por Lily obedeceu a sua mãe sem dizer um 'a'. A segunda menina com o nariz empinado imitava a mãe de uma forma autoritária.
Agora o parque não tinha ninguém, e o sol também estava de saída, Severo correu para casa já que estava na hora do jantar.
Eileen já estava a sua espera quando ele chegou. Os dois sempre almoçavam juntos, só os dois, já que Tobias estava no trabalho e sua jornada de trabalho ia até às dezoito horas, fazendo-o comer um pouco mais tarde que os outros dois membros da família. Mas hoje ele estava com o dia livre, então o pequeno Severo teve que atura-lo o dia todo. Reclamava da comida, da cadeira em que estava sentado, da casa, da família, da vida.
Ao terminar sua refeição, Severo ira para seu quarto se vestir para dormir. Chegou à porta e encontrou uma coruja piando freneticamente. Questionou-se no começo se pegaria o envelope na sua perna fina, depois acabou pegando, a coruja abriu as asas e com um impulso saiu livremente da janela.
Severo não recebe cartas há meses, as únicas que recebeu foram de seus avós paternos de felicitações de aniversários entre outras festividades comemorativas, acompanhadas de presentes, em geral; com certeza, amanhã receberá já que completa dez anos de idade. Por um momento, um pensamento bobo veio em sua mente, à carta de Hogwarts, mas foi só no inicio. Severo não seja tão burro pensou ele de si mesmo. Por fim abriu a carta.
Olá Severo,
Quero te ver novamente e conversar com meu neto. Encontre-me na Rodovia Grolteriht, localizado no leste da Rua da Fiação, amanhã às sete horas.
Severo Prince
Depois de ter lido a carta de seu avô Prince, só pensava agora nisso e mais nada, quase não dormiu de tanta ansiedade, gostou muito do seu avô materno, até mais que o Snape. Esquecera até, que amanhã era o dia de seu décimo aniversário.
Com a chegada da noite, começava mais um capítulo das brigas na sua casa. Não era todo dia, dependia do humor de seu pai e se estava alcoolizado, mas era constantemente.
Quase que não conseguia, mas enfim dormiu.
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Always - A Vida do Príncipe Mestiço
FanfictionA palavra 'Sempre' é uma palavra forte e dura, como foi a vida do filho de Eileen Prince, o homem mais corajoso que conhecemos.