Capítulo 1 - Parte 1: O Pai trouxa e o avô Prince

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A casa mais mal iluminada daquela rua ficava ainda mais sombria quando aquele homem chegava a casa, segundo o sr. Vandeore um vizinho reclamão. Ele, o homem, era operário de uma fábrica bem próxima dali, ao chegar a casa descontava toda sua raiva, causada por estresse no trabalho ou qualquer outra coisa da rua, na sua esposa e no seu filho de nove anos de idade. Ainda mais por eles serem puros-sangues, já o marido, um trouxa.

"Eileen?" berrava ele da sala de estar. A mulher chamada descia as escadas em direção ao pequeno salão rodeado por estantes com enfeites e retratos, a maioria deles dela jogando bexigas há alguns anos atrás no seu tempo de Hogwarts. Com uma expressão de sem-emoção alguma perguntava o que ele queria. O marido fumando um cigarro mandava-a trazer algo para beber.

- Você tem pernas seu idiota - soltou Eileen.

O marido levantou-se e disse frente a ela:

- Porque não usa aquele seu graveto mágico? Mas só dessa vez sua abominação.

Gotículas deslizavam sobre o rosto pálido de Eileen ao escutar a última palavra.

- É uma varinha seu imbecil, entenda isso de uma vez.

A varinha de Eileen não ficava com ela, como de normal seria no mundo bruxo, mas sim em um cofre improvisado lá no quarto do casal por seu marido para que ela não fizesse aquelas coisas estranhas. Eileen sabia que se quisesse ela pegaria facilmente.

- Porque se casou comigo?

- Essa historia de novo, mulher - Ele voltava para a poltrona sentando-se novamente ignorando-a.

Eileen agachou-se aos seus pés e balançando-o ficou perguntando novamente a mesma pergunta. O homem gritou dizendo para ela parar, ela deitou-se no chão e começou a chorar com mais intensidade causando muito barulho.

- Pare com isso! - Ele saltou da poltrona e foi levanta-la. - É porque eu te amo. E você sabe muito bem disso.

- Hipócrita! Amar é respeitar e aceitar tudo, o que você não faz.

- Eu quero muito deixar de te tratar assim, mas é você que me faz fazer assim.

"Eu te peço sempre para que você se afaste dessas... coisas... e você não me escuta, e quando diz que vai se afastar sempre te pego fazendo alguma coisa do tipo".

- Essa coisa vive em min Tobias, está no meu sangue. Três coisas que amo nesse mundo, é você, meu filho e...

Com uma exaltação estrondosa ele gritou:

- NÃO, PARE DE FALAR ISSO SUA ESTRANHA. - seguido por uma bofetada.

- Não faz isso seu trouxa malvado. - o filho do casal, de pijama branco duas vezes maior que ele, chegara de mansinho ficando entre os pais, cuspindo no pai.

Tobias puxou o menino para o sofá e começou a lhe dar um corretivo fisicamente, na Rua da Fiação os gritos do garoto ecoavam ao máximo volume, vizinhos tinham mais ideias sobre aquela família estranha, e perceberam que depois que os pais daquele homem deixaram-no aquela casa, e ele juntou os trapos com Eileen, perderam um pouco da paz que aquela rua tinha de a oferecer, não é atoa que eles não deixavam os seus filhos brincarem com o filho deles. Eileen assistia do chão choramingando demais o espancamento quase que diário. Estava em um beco sem saída, divida entre o amor a magia e ao mundo mágico em que seu filho estava nele, e o amor a aquele homem bruto, selvagem e não só trouxa, mas também que odiava a raça de Eileen.

Com um tempo depois, tudo estava na mesmíssima calma de uma recém-chegada madruga. Eileen estava cuidando do seu filho, ele com a cabeça sobre o seu colo olhando para a parede, e pensando na sua vida. Tobias estava na sua cama dormindo.

Always - A Vida do Príncipe MestiçoOnde histórias criam vida. Descubra agora