Capítulo 2 - Parte 2: 5º ano

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Snape desceu sem demora para comer alguma coisa no salão principal. Passou por um grupo de meninos da grifinória que comentavam exageradamente sobre um jogo de quadribol que aconteceria semana que vem, ao desaparecer de vista teve a impressão de ouvir a palavra Ranhoso, mas não ligou. Sentou do lado de Júlia Walter que se escondia em um livro azul-marinho. Severo começou a comer algo mas depois de alguns minutos (alguns mesmo, quase não comeu), tirou três livros de sua bolsa gasta, um deles igual à de Júlia, que se intitulava Feras das Américas, ele revisou alguma coisa por alguns minutos e depois pegou outro, vermelho intitulado de Animais Fantásticos e Onde Habitam, sua leitura interrompida por Júlia deixou-o bravo. Odiava ser interrompido.

— Acho que o livro de Newt Scamander não tenha muito à oferecer para esse N.O.M. de Trato das Criaturas Mágicas — disse ela baixando seu exemplar de Feras das Américas.
Severo olhou-a com um sorriso afetado. Voltou ao seu livro ignorando-a completamente. Ela fechou seu livro com violência e saiu zangada. Severo voltou a estudar seu livro com muita atenção. Já tinha passado alguns minutos quando muitas pessoas já tinham saído do salão. Severo ao ver que já tinha estudado o bastante foi-se para a Masmorra da Sonserina. Não era estranho ver que seus amigos não ligavam em estudar para os N. O. M 's. Mulciber não faria pois achava que era uma perda de tempo, Avery fez alguns mas faltava em muitos outros, Wilkes e Evan fazendo o mesmo. Apenas Severo estudava para todas as matérias, ele era excelente em todas.

Depois de fazer o exame ele saiu pelo saguão olhando para um livro enquanto caminhava lentamente. Olhava o que errou e o que devia ter dito, e também o que acertou que fora a maioria. Também em suas mão tinha a prova com as perguntas. Saindo do saguão para o jardim ele caminhou até o lago, ele procurou um lugar cercado lateralmente por arbustos e sentou na grama verde à beira do lago. Ele achou que ali não estaria estudando de verdade, mesmo que a visão fosse ótima, então levantou-se, guardou seus livros e as folhas de perguntas e começou a subir pelo gramado. #Quando deixou a sombra dos arbustos e começou a atravessar o gramado, Sirius e Tiago se levantaram. Lupin e Rabicho continuaram sentados: Lupin lendo o livro, embora seus olhos não estivessem se movendo e uma ligeira ruga tivesse aparecido entre suas sobrancelhas; Rabicho olhava de Sirius e Tiago para Snape, com uma expressão de ávido antegozo no rosto. — Tudo certo, Ranhoso? — falou Tiago em voz alta. Snape reagiu tão rápido que parecia estar esperando um ataque: deixou cair a mochila, meteu a mão dentro das vestes e sua varinha já estava metade para fora quando Tiago gritou: — Expelliarmus! A varinha de Snape voou quase quatro metros de altura e caiu com um pequeno baque no gramado às suas costas. Sirius soltou uma gargalhada. — Impedimenta! — disse, apontando a varinha para Snape, que foi atirado no chão ao mergulhar para recuperar a varinha caída. Os estudantes ao redor se viraram para assistir. Alguns haviam se levantado e foram se aproximando. Outros pareciam apreensivos, ainda outros, divertidos. Snape estava no chão, ofegante. Tiago e Sirius avançaram empunhando as varinhas, Tiago, ao mesmo tempo espiando por cima do ombro para Lilian e suas amigas à beira do lago. Rabicho se levantara assistindo à cena avidamente, contornando Lupin para ter uma perspectiva melhor. — Como foi o exame, Ranhoso? — perguntou Tiago. — Eu vi, o nariz dele estava quase encostando no pergaminho — disse Sirius maldosamente. — Vai ter manchas enormes de gordura no exame todo, não vão poder ler nem uma palavra. Várias pessoas que acompanhavam a cena riram; Snape era claramente impopular. Seu coração batia forte com raiva. Rabicho soltava risadinhas agudas. Snape tentava se erguer, mas a azaração ainda o imobilizava; ele lutava como se estivesse amarrado por cordas invisíveis. — Espere... para ver — arquejava, encarando Tiago com uma expressão de mais pura aversão — espere... para ver! — Espere para ver o quê? — retrucou Sirius calmamente. — Que é que você vai fazer, Ranhoso, limpar o seu nariz em nós? Snape despejou um jorro de palavrões e azarações, mas com a varinha a três metros de distância, nada aconteceu. — Lave sua boca — disse Tiago friamente. — Limpar! Bolhas de sabão cor-de-rosa escorreram da boca de Snape na hora; a espuma cobriu seus lábios, fazendo-o engasgar, sufocar... — Deixem ele em PAZ! Tiago e Sirius se viraram. Tiago levou a mão livre imediatamente aos cabelos. Era Lilian Evans. — Tudo bem, Evans? — disse Tiago, e o seu tom de voz se tornou imediatamente agradável, mais grave e mais maduro. — Deixem ele em paz — repetiu Lílian. Ela olhava para Tiago com todos os sinais de intenso desagrado. — Que foi que ele lhe fez? — Bom — explicou Tiago, parecendo pesar a pergunta — é mais pelo fato de existir, se você me entende... Muitos estudantes que os rodeavam riram, Sirius e Rabicho inclusive, mas Lupin, ainda aparentemente absorto em seu livro, não riu, nem Lílian tampouco. — Você se acha engraçado — disse ela com frieza. — Mas você não passa de um cafajeste, tirano e arrogante, Potter. Deixe ele em paz. — Deixo se você quiser sair comigo, Evans — respondeu Tiago depressa. — Anda... sai comigo e eu nunca mais encostarei uma varinha no Ranhoso. Às costas dele, a Azaração de Impedimento ia perdendo efeito. Snape estava começando a se arrastar pouco a pouco em direção à sua varinha caída, cuspindo espuma enquanto se deslocava. — Eu não sairia com você nem que tivesse de escolher entre você e a lula-gigante — replicou Lílian. — Mau jeito, Pontas — disse Sirius, animado, e se voltou para Snape. — Oi! Mas tarde demais; Snape tinha apontado a varinha diretamente para Tiago; houve um lampejo e um corte apareceu em sua face, salpicando suas vestes de sangue. Ele girou: um segundo lampejo depois, Snape estava pendurado no ar de cabeça para baixo, as vestes pelo avesso revelando pernas muito magras e brancas e cuecas encardidas. Muita gente na pequena aglomeração aplaudiu: Sirius, Tiago e Rabicho davam gargalhadas. Lílian, cuja expressão se alterara por um instante como se fosse sorrir, disse: — Ponha ele no chão! — Perfeitamente — e Tiago acenou com a varinha para o alto; Snape caiu embolado no chão. Desvencilhou-se das vestes e se levantou depressa, com a varinha na mão, mas Sirius disse: "Petrificus Totalus", e Snape emborcou outra vez, duro como uma tábua. — DEIXE ELE EM PAZ! — berrou Lílian. Puxara a própria varinha agora. Tiago e Sirius a olharam preocupados. — Ah, Evans, não me obrigue a azarar você — pediu Tiago sério. — Então desfaça o feitiço nele! Tiago suspirou profundamente, então se virou para Snape e murmurou um contra-feitiço. — Pronto — disse, enquanto Snape procurava se levantar. — Você tem sorte de que Evans esteja aqui, Ranhoso... — Não preciso da ajuda de uma sangue ruim imunda como ela! Lílian pestanejou.

Severo acordou novamente. Estava em seu quarto de Hogwarts. Olhou para a janela defronte a sua cama. Estava amanhecendo. Para aliviar a dor de cabeça tomou um remédio com uma água de uma jarra sobreposta em uma mesa de cabeceira. Ele esperava que seu plano tivesse dado certo. Esperava que Harry tivesse encontrado a espada de Godric Griffindor. Ele não sabia para que Dumbledore mandou-o fazer isto. Não sabia o que Harry faria com a espada, só fez o que o ex-diretor mandou.
Seu sonho que mais era um pesadelo deixava-o atormentado. Depois daquele dia nunca mais falou ou teve alguma aproximação com Lilian. Machucava-o. Não conseguia parar de sonhar com aquelas lembranças, o que teria que fazer era tentar não dormir.

Always - A Vida do Príncipe MestiçoOnde histórias criam vida. Descubra agora