Capítulo 2 - Parte 1: Hogwarts

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"Evans, Lilian... hm... GRIFINÓRIA!"

Aplausos e mais aplausos ecoavam pelo salão principal. Foram meses de amizade e agora estava tudo acabado, pensou Severo, ao ver que ela iria para a casa da grifinória. Quando chegou a vez do estranho Severo não fora novidade ser escolhido para a Sonserina. Sua mãe Eileen e seu avô foram de lá, estranho seria se não fosse também para a casa. Completara um ano em que viu pela primeira vez aquela garotinha ruiva. Depois eles ficaram amigos e sempre que pudessem se encontravam a beira do rio Cokeworth. O pequeno Severo ensinou tudo sobre o mundo bruxo para Lilian, conforme seu avô Prince ia lhe contando, ele como ninguém sabia que ela mesmo sendo uma nascida trouxa tinha dons incríveis para a magia. Além da magia ele também já conhecia muito mais que deveria saber sobre as Artes das Trevas, seu avô achava que deveria estar preparado para o viria a frente, ele tocou uma vez no assunto de magia negra para Lilian, eles ficaram sem se falar por uma semana. Seu desagrado em Hogwarts veio como uma dor de barriga após uma farta e exagerada refeição de domingo e tinha um nome, Tiago Potter. Ele era tudo e mais alguma coisa o que Severo não era. No seu primeiro e segundo ano escolar, Tiago e seus amigos Remo, Pedro e Sirius tinham como hobbie pessoal atormentar sua vida. Eles chamavam Severo de Ranhoso, Snape se arrepiava de ódio quando ouvia aquela palavra. Já no terceiro ano Severo já não tolerava mais, depois de conhecer amigos em que protegia-o e ajudava. Bernard Avery foi um dos melhores amigos que teve, a sua família era de importantes bruxos, que ao ver o potencial de Severo convidou ele para a Gangue de Sonserinos no final do seu segundo ano, um grupo de alunos que praticavam e aperfeiçoavam os estudos das Artes das Trevas.

— Já disse e repito, não aprovo você com essas pessoas. Você é uma pessoa boa e eles não — disse Lilian quando Severo vinha descendo acompanhado de Avery e Wilkes, e se despedia deles ao ver a garotinha ruiva sentada na grama perto do lago sentando ao seu lado. Os dois amigos continuavam andando uma vez ou outra olhando para trás com desprezo.

— Ora, eles são meus amigos Lily, um dos poucos que tenho.

Lilian olhava-o com censura. — Eu sou sua amiga — disse ela seguido por um longo silêncio.

— Você não quer que eu tenha mais amigos para variar? Só posso ser seu amigo, é isso?

— Não Sev, não é isso, é só que eles são...

— E você pode ser amiga daqueles idiotas, e porque eu não posso ter os meus?

Lilian iria começar a falar quando novamente quando ele interrompeu de novo.

— Não venha falar que eles são isso ou aquilo, seus amigos também não são tão santos assim como você acha, ou você é cega e não vê o que eles fazem com qualquer indefeso que veem em sua frente?

Lilian não respondeu, ficou calada por um momento. Ela particularmente não gostava de discussões, ainda mais com pessoas de quem ela gostava e conhecia.

— Escute, não quero falar mais sobre isso, tá bem? Só lembre do que eu disse, por favor. — Ela sorriu e saiu com livros em seus braços. Severo amava aquele sorriso, e ficava feliz em ela gostar dele, quando havia poucas pessoas para isso. Na metade do caminho ela voltou e disse.

— Acho que não vamos nos ver nessas férias porque irei viajar, então fique bem.

Severo não respondeu de imediato, e em seguida balançou a cabeça em concordância sorrindo. Ela voltou ao seu caminho subindo os degraus para a escola. Alguém tinha chamado-o, mas agora a voz era masculina e bem grave.

— Ei Snape! — gritou uma voz ao longe. Severo olhou para trás e descobriu quem o chamava. Pegou sua mochila preta velha e correu até o castelo. Um garoto de olhos enrugados e de face com pouquíssima emoção esperava-o do lado da porta de entrada. Seus olhos eram castanhos como seu cabelo. Severo chegou ao seu encontro e ele soltou novamente a sua voz grave.

— A Gangue de Sonserinos abomina Sangues-Ruins, certamente você sabe muito bem disso acredito eu. Você tem que parar definitivamente de se envolver com essa trouxa. Você já é um pouco sujo demais sendo um mestiço, não se afunde mais Snape. Essa é a última vez em que alerto você.

Mulciber saiu sem esperar uma resposta de Snape. Ele era líder da Gangue de Sonserinos, precessor de Lúcio Malfoy que saíra de Hogwarts em 1981, primeiro ano de Snape em Hogwarts. Snape teve um bom relacionameto com Malfoy e preferia ele como líder do grupo. Severo correu para as masmorras, Casa da Sonserina. Estava confuso, não queria deixar de falar com Lilian como também não queria deixar de praticar as Artes das Trevas. Eram as duas coisas mais importantes até ali em Hogwarts. Ao passar pela porta com senha, desceu as escadarias até a sala comunal. Era calma e pouco barulhenta e muito espaçosa, tinha grandes estandartes verde e prata espalhados por toda a sala. No centro um retrato de Salazar Slytherin, fundador da casa. No lado direito alguém levava a mão ao ar chamando a atenção do recém chegado. Avery chamava-o para se juntar a eles em uma mesa próxima à alguns troféus de Quadribol, com cadeiras luxuosas e bem confortáveis. Severo se aproximou dos amigos e procurou um lugar para sentar.

— ...todos sabem que ele foi um dos mais poderosos seguidores do Lorde das Trevas. — falava um garoto que tinha um rosto suave e bem cuidado, seu cabelo era claro e tinhas olhos verdes que não pareciam nada amigáveis. Falava com audacidade e moral.

— Você só fala isso porque ele é o seu pai Evan. Não se engane seu idiota. — contradizia Avery.

— Então, quer dizer que seu pai era o mais poderoso comensal?

— Obviamente. Ele é quem vem ajudando mais e mais a causa. — disse pacientemente.

Mulciber descia outra escada menor que vinha dos dormitórios. Quando sentou em uma poltrona de cor verde clara, todos se calaram. Ele era de longe o mais cruel e maduro do grupo, mesmo todos tendo a mesma idade, exceto Régulo Black que cursava o primeiro ano e Narcisa Black que estava em seu último ano. Régulo sempre foi muito desconsiderado por ser irmão de Sirius, Snape particularmente odiava-o como odiava todos daquele grupo dos marotos, como ficaram conhecidos no começo do segundo ano.

— Basta de tolices. — disse sem humor. — Consegui outro livro do escritório de meu pai, ele contém magias negras de ensino superior. Vou passar ele para cada um de vocês para que possam ver sobre do que se trata com seus próprios olhos. 

— Nível de Avada Kedavra ou relacionado? — perguntou Avery. Evan que pegara o livro primeiro, olhava boquiaberto o sumário do livro de magia negra, pela sua cara era um não.

— Existe algo pior que a maldição da morte, caro Avery. Evan não demore com o livro por favor.

Ao final da pequena reunião, Snape foi dormir. Amanhã viajaria de volta para casa. Ao contrário das outras casas tinham dormitórios separados e grandes para cada um, todas com imóveis muito caros e bonitos. Seus pensamentos eram concentrados em Lilian Evans como seus sonhos também. 

Always - A Vida do Príncipe MestiçoOnde histórias criam vida. Descubra agora