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Sn: Você não acha que estamos indo muito rápido? - Pergunto, olhando para a vista.

Sanzu: Você não quer? - Sua voz tinha uma pitada de desespero.

Sn: Eu quero, mas nos reencontramos há pouco tempo, e você tem muitas fãs por aí. - Viro meu olhar para ele, encarando-o diretamente. Seus olhos azuis, calmos como o mar, me analisavam.

Sanzu: Eu acho que já demorei demais para isso. - Ele fala enquanto abre o vinho e serve para nós dois. - E em relação às "fãs", você acha que eu não vejo o tanto de vermes que te olham com desejo? Estou quase renovando os executivos para o Mikey. - Ele fala calmo, e eu gargalho.

Sn: Ciúmes, amor? - Falo, me apoiando para frente antes de pegar a taça de sua mão.

Sanzu: Longe de mim. - Ele responde com um sorriso. - Eu não sou ciumento. Talvez possessivo e territorialista. - Fala, tomando seu vinho em um único gole, olhando em meus olhos. - Acho que já ficamos tempo o suficiente nesse jogo de gato e rato, Sn. Afinal, não é de hoje que estamos nesse jogo.

Realmente, já faz algum tempo que estamos nesses jogos de provocação. Deixe-me pensar... Quando começou mesmo? Na Toman? Sim… era legal ver como ele matava Nahoya com o olhar, pobre Smiley.

Mas Smiley não era o único a ser fuzilado pelos belos olhos azuis. Todos que se aproximavam mais do que o necessário. Isso inclui todos os membros de todas as gangues.

Hanma, quando se juntou à Toman... Aquele dia foi divertido.

Sanzu: No que está pensando? - Pergunta, acariciando minha mão.

Sn: Em como você sempre foi possessivo. - Falo sorrindo para ele, que bufa, revirando os olhos.

Sanzu: Vamos comer, o que acha?

Sn: Uma ótima ideia.

Era um "jantar" caótico, afinal, já passava da meia-noite. Só o Haruchiyo para pensar em um jantar na madrugada.

Não que estivesse reclamando, pelo contrário.

Enquanto comíamos, Sanzu me observava com uma intensidade que me fazia sentir como se eu fosse a única pessoa no mundo.

Sanzu: Então, me diz, o que você realmente quer, Sn? - Ele pergunta enquanto pega um pedaço de sushi do prato, seus olhos nunca deixando os meus.

Sn: Eu... - Hesito por um momento, observando o brilho nos olhos dele, aquele misto de desejo e determinação. - Eu quero isso, Sanzu. Eu quero estar com você. Mas, ao mesmo tempo, tenho medo de perder quem sou no processo.

Ele para por um momento, o sushi ainda na metade do caminho até sua boca. Abaixa os hashis e se inclina na minha direção, segurando minha mão com firmeza.

Sanzu: Você nunca vai se perder, Sn. Não enquanto eu estiver ao seu lado. - Sua voz estava baixa, quase um sussurro, mas a intensidade era inegável. - Eu te conheço melhor do que qualquer um. Sei o que te faz sorrir, o que te faz chorar, e o que te faz querer fugir. Eu também sei o que te faz querer ficar.

Eu engulo em seco, sentindo o peso de suas palavras. Era verdade, ele me conhecia melhor do que eu mesma em alguns aspectos. Mas a vida com Sanzu nunca seria simples, e ambos sabíamos disso.

Sn: Só não quero que esse "jogo" termine de forma que nos machuque. - Falo, minha voz soando mais vulnerável do que eu pretendia.

Ele solta um leve suspiro e, em um movimento rápido, me puxa para mais perto, de modo que nossos rostos fiquem a poucos centímetros de distância.

Sanzu: Eu prometo que vou proteger você, Sn. De tudo e de todos. Não vou deixar ninguém ou nada nos machucar. - Seus lábios roçam a minha bochecha, causando um arrepio que percorre todo o meu corpo. - Eu sou um homem de poucas promessas, mas essa... Essa você pode confiar.

Sn: Eu acredito em você, Sanzu. - Respondo com sinceridade, sentindo o peso da emoção nas minhas palavras.

Nos minutos seguintes, o silêncio entre nós foi confortável, quase íntimo. O jantar prosseguiu, com pequenas trocas de olhares e sorrisos, até que finalmente terminamos. Sanzu, sempre cavalheiro, puxou minha cadeira para que eu me levantasse, e me guiou até a varanda, onde a vista da cidade iluminada nos envolveu.

Sanzu: Quero te mostrar algo. - Ele diz, tirando do bolso um pequeno embrulho.

Curiosa, desembrulho o pacote com cuidado, revelando um pingente em forma de flor de lótus, delicadamente esculpido em ouro.

Sanzu: É um símbolo de pureza e renascimento. Assim como você, Sn. - Ele coloca o colar ao redor do meu pescoço, seus dedos roçando minha pele, causando mais arrepios.

Sn: É lindo, Sanzu. - Minha voz quase falha, tomada pela emoção.

Ele sorri, um sorriso raro e sincero, que ilumina seu rosto de uma forma que eu raramente via. E naquele momento, percebo que, apesar de todos os obstáculos, há algo especial entre nós. Algo que vale a pena lutar, independentemente dos desafios que ainda enfrentaríamos.

Sanzu: Vamos começar de novo, Sn. Desta vez, sem joguinhos. Apenas nós dois. - Ele estende a mão, esperando que eu a pegue.

Sn: Vamos. - Respondo, segurando sua mão com firmeza.

Enquanto nos afastamos da varanda, sinto que estamos começando um novo capítulo, um que será marcado por honestidade e um compromisso real. Não será fácil, mas, pela primeira vez em muito tempo, estou pronta para enfrentar o que vier, ao lado de Sanzu.


Beijos. Até o próximo capítulo ✨

Bad GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora