32

70 7 3
                                    

Hoje completa um ano que a Bonten se tornou uma organização não criminosa. Um ano que não colocamos nossas vidas em risco em trocas de tiros ou coisa parecida.

Sn: Onde vocês estão me levando?

Yuna: É uma surpresa, calma!

Mikey: Que pressa toda é essa, Sn? Se acalma, mulher.

Eu já estava querendo bater neles.

Sn: Vocês me acordaram em um domingo às 6 e 40 da manhã, não me falam onde estamos indo e ainda estou vendada, parecendo uma barata tonta!

Yuna/Mikey: Tonta você já é.

Sn: Agora eu mato vocês. – Eu escutava os dois rindo, querendo esfolá-los.

Mikey: Você não mata quem está te fazendo uma surpresa. – Ele fala com deboche.

Sn: Ah, pode acreditar, vou lhe matar com muita gratidão.

Eu não sabia para onde estávamos indo, estava com sono, irritada pelo sumiço do Haruchiyo, que é outro que, assim que eu colocar minhas mãos no pescocinho dele… garanto que vou torcer...

Depois de muito tempo em um carro com esses dois, paramos e eu senti o cheiro da natureza.

Sn: Socorro, eles querem me matar e esconder meu corpo. – Penso comigo mesma. – Uma floresta, dois sequestradores da madrugada, meu namorado desapareceu, Yuna me vestiu com uma roupa que só Deus sabe o que é já que me vendaram e me amarraram para não bater neles. Vão me matar, é a única alternativa lógica nessa situação. – Eu sempre os amei! Dei carinho! Comida! Boas risadas e me apunhalam pelas costas!

Yuna me sentou em um lugar que eu não faço a mínima ideia de como cheguei, já que estava reclamando e teorizando. Tirou a venda e começou a me maquiar.

Sn: Isso, pelo menos eu tenho que morrer arrumada.

Yuna: Cala a boca, Sn. – Ela rindo.

Ela arrumou meu cabelo e, realmente, estávamos no meio do mato.

Sn: Por que diabos você colocou um vestido branco em mim, sua maluca? Estamos no meio do mato e, com toda a certeza do mundo, se eu morrer, não vai ser o vestido branco que me mandará para o céu.

Yuna: Amiga, eu te amo, mas por favor, não me faça perguntas difíceis em um momento como esse. – Ela fala calma, e eu já estava preocupada.

Sn: Se me amasse, me contava...

Eu já estava perdendo a paciência com essa história. Cada segundo parecia uma eternidade, e a minha mente criava mais e mais teorias insanas.

Yuna: Só mais um pouquinho de paciência, tá quase...

De repente, eu ouvi passos pesados se aproximando e a risada familiar de Mikey ficou mais clara. Antes que eu pudesse reclamar de novo, Yuna puxou a venda dos meus olhos. A luz do sol me cegou por um segundo, mas, quando minha visão voltou, o que eu vi me deixou sem palavras.

Estávamos em uma clareira linda, cercada por flores e luzes penduradas nas árvores. E no centro de tudo, uma pequena estrutura montada, como um altar. Eu olhei em volta, confusa.

Sn: O que é isso?

Yuna: Isso, minha amiga, é o seu casamento.

Eu congelei. Coração acelerado, boca seca.

Sn: O quê?!

Antes que eu pudesse processar o que estava acontecendo, vi Haruchiyo. Ele estava parado no altar, com aquele sorriso arrogante de sempre, mas havia algo diferente. Ele estava nervoso, quase tímido, o que era raro. Ele me olhou diretamente nos olhos, e meu coração, que estava a mil, pareceu parar por um segundo.

Bad GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora