Capítulo 3

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Era hora do jantar, sobre a mesa uma panela de sopa, segurando o prato de porcelana azul, Lily serviu um pouco de sopa para a irmã que lhe agradeçou com um sorriso, Daisy ainda tinha no rosto um semblante triste e abatido, enquanto Lily ainda se sentia perdida, ambas as irmãs estavam tentando se adaptar a sua nova vida. Com uma boca a mais para sustentar, Lily teve que abrir mão de várias coisas que poderiam ser considerados seus luxos pessoais para garantir que nada faltasse a irmã.

Havia começado a trabalhar como garçonete a apenas três dias, sua nova rotina diária envolvia acordar duas horas mais cedo, preparar o café da manhã,deixar Daisy na escola, trabalhar por cerca de cinco ou seis horas por dia, pegar Daisy na escola, arrumar a casa, preparar o jantar. O período de adaptação nunca era fácil, mas esse nova rotina estava sendo ainda mais difícil.

_ Mamãe sempre orava antes de jantarmos! Anúnciou Daisy fazendo Lily parar a colher no ar, aquela era a primeira vez que jantava juntas, já que Lily sempre acabava jantando mais tarde por está ocupada.

_ Tudo bem então, vamos orar! Falou forçando um sorriso. Então unindo as mãos e fechando os olhos Lily disse. _ Senhor agradecemos por essa refeição, amém! Falou abriu os olhos, e então pegou um pão tirando um pedaço o levando a boca antes de tomar a sopa.

Lily acreditava em Deus, porém achava uma hipocrisia tentar orar depois de já ter feito tantas coisas erradas e pecado tanto durante os seus 27 anos de vida.

Enquanto as irmãs tomava sua sopa na cozinha, tomaram um susto quando a porta da sala foi aberta com certa brutalidade, assustada Lily pegou o rifle da avó que ficava atrás do armário porém que não era recarregado há anos e rumou em direção a sala com a irmã agarrada a sua blusa preta.

Com as mãos trêmulas Lily observou aos mais de dez homens enormes, vestindo terno preto e óculos escuros que tinham pontos de comunicação nos ouvidos, e que com certeza estavam arramados, parados na sua pequena sala de estar fazendo ela parece ainda menor e sufocante.

Ao perceber que Lily apontava o rifle em direção a eles os homens lhe apontaram suas armas, fazendo Lily ficar ainda mais trêmula e Daisy se esconder atrás da irmã.

_ Abaixem as armas! Ordenou uma voz grave vinda de fora.

De repente os homens formaram duas fileiras, abrindo espaço para o homem que adrentou a casa preenchendo todo o ambiente com sua inexplicável áurea de poder, ele era alto de corpo atlético e porte elegante, usava um caro terno de grife preto e tinha um sobre preto sobre os ombros, ele era exatamente como Lily imaginou que seria um mafioso, porém o que lhe impressionou não foi a aura de poder que exalta pelo poros daquele homem, ou sua voz que trovejou dentre aqueles homens.

Mas si o fato dele ser branco, completamente branco, sua pele era tão alva que sequer parecia correr sangue em suas veias, seus cabelos, cílios e sobracelhas eram completamente plateinados, porém ele tinha traços fortes e seus olhos eram de um azul tão limpo e cristalino que davam a impressão de serem lilases.

_ Quem são vocês e o que fazem na minha casa? Questionou Lily apontando o rifle para o homem.

_ Você deve ser Lily Robinson e essa garotinha covarde deve ser minha sobrinha Daisy! comentou o homem com desdém. _ Eu vim para buscá-la! Falou sem demonstrar nenhuma emoção.

_ Do que está falando? Questionou colocando a mão a frente da irmã de forma protetora.

_ Vim para levar a filha da minha irmã comigo! Em vista disso Lily sorriu irônica.

_ Você só pode ter ficado louco! A resposta da jovem o irritou.

Victor Ivory poderia suportar muitas coisas, até mesmo quando as pessoas falavam de sua aparência física, mesmo que isso lhe despertasse uma aura assassina, já que ele era albino, uma condição genética extremamente rara em pessoas brancas, mesmo assim na lotérica da genética ele fora sortiado, sua pele era tão branca e sensível ao sol que ele muitas vezes saía apenas a noite ou quando extremamente necessário, e mesmo utilizando protetor solar e óculos escuros, enxergar enquanto era exposto ao sol, ou não sofrer uma insolação era algo bastante difícil, a única coisa que tinha cor em seu rosto era os olhos azuis que lembravam os olhos de um husky siberiano e os lábios rosados, mesmo assim ele conseguia suportar que as pessoas falassem de suas características físicas, mas quando desafiaram sua autoridade, isso o deixava possesso.

Flores E Marfim ( Não Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora