"Não me envergonho de ser pobre, o que não suporto é continuar sendo."Mariana Fontes:
Sou filha única, minha mãe ficou sozinha após o meu pai "desaparecer" no mundo. Fui criada com a ajuda da minha madrinha, Silvia, que sempre me incentivou a ser melhor.
Minha mãe, Solange, vendia salgados na rua, e era com essa pouca renda que ela me sustentava. Eu sempre quis mais, desde criança sempre fui ambiciosa, e por incrível que pareça, sempre consegui o que quis.
Para dona Solange, eu tinha que me contentar com a vida humilde, procurar um marido trabalhador, casar, ter filhos e ser dona de casa. Mas, a minha madrinha sempre me ensinou o contrário. Puxei esse lado ganancioso dela, é óbvio.
Sempre me envolvi com homens que tinham dinheiro, ou pelo menos algo para me oferecer. Nunca liguei pra sentimentos, porque quando a fome entra por uma porta, o amor sai pela janela.
Estabeleci que não podia me apaixonar, relacionamentos eram como negocios pra mim. E eu sempre fechei com as melhores propostas.
O problema, é que o meu coração não ouvia a razão, e desde criança eu gostava do Eduardo, um pobretão que vendia o almoço pra conseguir a janta. Eduardo era o genro que a minha mãe sonhava, um coitadinho, que trabalhava de garçom num bar da esquina, ganhava pouco e sonhava em ter uma casinha pequena no morro. Isso é sonho de alguem que preste?
Eduardo fazia "de tudo" por mim. O problema é que esse TUDO na verdade não era nem o mínimo. E eu não iria sacrificar a minha vida, ao lado de uma pessoa que não tem vontade de crescer, de ser alguém e ter dinheiro.
Digamos que eu "ficava" com o Edu, eu gostava dele, ele era bonito, mas beleza não se põe na mesa. Mesmo a minha mãe achando que eu deveria arrumar um emprego de babá, e me casar com o garçonzinho. Ele poderia ser bonito e gostoso, mas continuava pobre, então eu ficava com ele por curtir a sua beleza e é claro que ele vivia correndo atrás de mim igual um cachorrinho. Pelo menos ele servia pra elevar a minha auto estima.
Sei que sou da favela, mas isso nunca me impediu de estudar e ser inteligente. Logo passei na PUC e consegui bolsa integral, comecei a cursar direito, então as coisas mudaram um pouco. Conheci gente com dinheiro, filhinhas de papai que gastaram horrores em cursinhos pra conseguir entrar numa universidade. Eu não precisei de cursinho, sempre me esforcei nos estudos e tudo o que eu precisava estava dentro da minha cabeça.
Por morar no morro do Jacarezinho, minha mãe implicava com a minha faculdade. Era distante e eu gastava um dinheiro com condução. Eu nunca fui preguiçosa, então resolvi procurar um emprego e deixar de ajuda-la com salgados. Eu tinha o plano perfeito, arranjaria um emprego, manteria meus gastos e ajudaria a minha mãe nas despesas.
A minha madrinha, uma costureira conhecida por todos no morro, sempre me incentivou a procurar um homem mais velho que me bancasse. Chamam isso de Suggar Daddy, só que meus planos eram muito maiores.
Até conheci alguns ricassos, que me davam presentes, e por esse motivo mesmo pobre eu tinha algumas roupas e acessorios de luxo, que minha mãe inocente acreditava que eram falsificações baratas, que eu mesma comprava. Bom, mas como vocês podem imaginar, eu não conseguia manter a minha verdadeira história escondida por muito tempo. Então eu sempre fugia deles quando estavam proximos de descobrir que eu era uma "favelada".
Por falar em favelada, onde eu morava tinham bailes, mas eu nunca gostei de frequentar. Sou fina, funk não combina comigo. Além do mais, eu detestava morar e frequentar o mesmo ambiente que traficantes de merda.
Aiai
Eduardo sempre me arrodeava, fazia o que estava ao seu alcance pra tentar me conquistar. Era a minha "paixonite" da infancia sabe? Mas isso nunca me impediu de ganhar joias de outros homens.
O problema sempre foi a insistência da minha mãe, e eu a respeitava demais, mas ela tinha que entender que eu não vou sacrificar a minha vida e a minha beleza por um homem sem ambição. Se Eduardo, pelo menos, sonhasse em mudar de vida e conquistar um futuro fora desse mar de pobreza, eu ainda poderia lhe dar uma chance. Mas o idiota gostava de ser pobre, e isso me irritava.

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O PLANO IMPERFEITO
Fiksi PenggemarMariana, uma jovem de 23 anos, ambiciosa e cínica, determinada a fazer tudo o que quer pra ser rica e bem sucedida. Mas perde o controle da situação ao encontrar o capitão Nascimento. Essa história contem: traição, mentiras, ambição, hot🔞, abuso e...