You were born bluer than a butterfly
Beautiful and so deprived of oxygen
Colder than your father's eyesHe never learned to sympathize with anyone
Dias depois
Ela estava sentada à mesa, os olhos fixos no prato à sua frente, mal tocando na comida. A sala de jantar da mansão estava decorada com riqueza e extravagância, o que só tornava o ambiente mais sufocante para ela. Um lustre de cristais pendia do teto, lançando reflexos pelas paredes, enquanto a longa mesa de vidro estava repleta de pratos refinados que ela mal conseguia pronunciar o nome.
Ao lado dela, os amigos do seu pai riam, suas vozes ecoando pela sala de jantar. Eles eram homens de negócios influentes, todos podres por dentro e cheios de autossuficiência. Ela se sentia pequena e insignificante, como uma boneca de pano que não deveria estar ali.
-Então, Seo-yeon, ouvi dizer que você está fazendo todo o trabalho duro para o seu pai agora!- disse um dos homens, um senhor de meia-idade com uma barriga protuberante. -O velho Seo realmente sabe como delegar, hein? Enquanto você trabalha, ele só precisa se sentar e relaxar."
As risadas ecoaram pela sala, mas para Seo-yeon, cada risada parecia um golpe. Ela sabia que seu pai estava ouvindo tudo, sentado na ponta da mesa, o tal "trono de ouro" que os amigos brincavam. Ele estava reclinado em sua cadeira luxuosa, com uma expressão de orgulho no rosto, como se as palavras deles fossem um elogio.
-Estava pensando, talvez seja hora de encontrar um bom partido para a minha filha. O que acham de casá-la com o filho de um de vocês? Assim, manteríamos tudo em família, não é?
As palavras pairam no ar por um momento, antes que um dos homens mais velhos, sentado à direita do pai de Seo-yeon, se inclinasse na direção dela com um olhar sugestivo e uma risada forçada.
-Ou quem sabe, Seo-yeon, você poderia se casar comigo? Não acha que ser esposa de um homem de experiência seria uma sorte? Eu prometo não dar muito trabalho.
Ela colocou o garfo no prato com cuidado, respirou fundo e, sem levantar os olhos, respondeu com voz firme e calma.
- Agradeço a preocupação de todos, mas já estou comprometida.
O silêncio que se seguiu foi pesado. O pai de Seo-yeon a encarou, surpreso, claramente não esperando que ela tivesse algo a dizer. Os outros homens se entreolharam, confusos, como se não soubessem se a resposta dela era parte do jogo ou uma verdadeira afronta.
O homem que havia feito a piada, tentando manter o tom leve, disse.
-Ah, é? E quem é o sortudo?"
Ela o encarou diretamente pela primeira vez naquela noite, os olhos frios de sempre.
-Alguém que sabe me respeitar. Vincenzo. Vincenzo é o nome dele.
-Vincenzo?- O nome escapou dos lábios do pai dela em um sussurro que quase se perdeu no ar, mas que carregava um peso inegável. Vincenzo era o nome que nunca deveria ser mencionado naquele círculo, o rival de longa data, a pedra no sapato da família.
-Sim, Vincenzo,- Seo-yeon respondeu, com a mesma calma firme que usara antes. Ela sabia exatamente o impacto que suas palavras teriam, mas estava disposta a enfrentar isso. -E estou muito feliz com ele.
-Você está dizendo que está comprometida com aquele Vincenzo?- O tom do pai dela era um misto de descrença e raiva. Ele se endireitou no trono dourado, que agora parecia menos confortável, como se a realidade do que estava ouvindo o estivesse empurrando para fora de sua posição segura.
Os outros homens, que antes riam e faziam piadas, agora estavam em silêncio absoluto, alguns com sorrisos congelados nos rostos, outros com expressões de preocupação. Eles sabiam que aquilo não terminaria bem.
Ela sustentou o olhar do pai.
-Sim, pai. Exatamente ele.
O pai dela apertou os punhos, os nós dos dedos ficando brancos, e por um segundo, ela pensou que ele fosse perder o controle. Mas então ele soltou um riso frio e forçado, que ecoou pela sala, sem vida.
-Então, querida,- ele disse, a voz carregada de sarcasmo venenoso, - parece que você acabou de escolher um caminho bem difícil para nós dois. Espero que esteja preparada para as consequências.
Ela manteve a postura firme, mesmo com a tempestade que se formava nos olhos do pai. "Estou, pai," respondeu ela, sem desviar o olhar.
Seo-Yeon foi lançada contra o armário com uma força brutal. O impacto fez com que a porta do móvel se quebrasse,ficando entreaberta. Ela caiu no chão frio e sujo, sua respiração entrecortada e os olhos marejados de dor. A sala ao redor era sombria, com uma iluminação fraca que mal conseguia iluminar as paredes úmidas e sujas.
Seo-Yeon, visivelmente machucada, está ofegante e com o rosto pálido. Seu cabelo está desgrenhado e ensanguentado, e seus olhos, ainda cheios de medo, se fixam no pai, que está parado à sua frente com uma expressão cruel e implacável.
Seu pai se aproxima, seus passos pesados ecoando na sala. Ele olha para ela com uma mistura de raiva e desdém, suas mãos fechando no longo cabelo dela e puxando com força para fazê-la olhar para ele.
-Você acha que pode me desafiar? - ele grita, a voz tremendo de fúria. -Você acha que pode simplesmente se revoltar contra mim e sair impune?
Ela tenta abrir a boca para responder, mas as palavras são engolidas por um gemido de dor. Seu pai, ignorando a fraqueza dela, ergue a mão e dá um soco brutal em seu rosto. O impacto faz com que sua cabeça se vire violentamente, e ela cai de volta no chão.
- O que eu fiz...foi tão ruim assim? - a voz dela saiu fraca, mas cheia de uma desesperada determinação.
O pai não respondeu. Em vez disso, ele levantou o cinto e o brandiu no ar, a ponta do couro estalando contra o ar como uma ameaça iminente. Ele parecia implacável, a crueldade em seus olhos não escondia nenhum traço de remorso.
Quando o cinto finalmente encontrou seu alvo, Seo-Yeon gritou, um som que parecia mais um lamento do que uma expressão de dor. O couro cortou sua pele, e ela se encolheu no chão, a dor se tornando uma onda quase insuportável que fazia seu corpo se contorcer.
Ela tentou se proteger com os braços, mas a força do impacto era demais. O pai não parecia cansado nem satisfeito; cada golpe era dado com uma precisão cruel, como se estivesse tentando extrair uma espécie de punição final, uma conclusão que ele mesmo tinha decidido.
Ela lutava para manter os olhos abertos, para não se deixar levar pela escuridão que ameaçava consumir tudo ao seu redor. A última coisa que ela viu antes de fechar os olhos foi a expressão inabalável do pai, e um fio de esperança que estava lentamente se desfazendo, como uma chama prestes a se extinguir.
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The Sweetest thing on this side of hell
FanficEle governa a máfia com mão de ferro, enquanto ela, criada pelo pai na crueldade da rivalidade, é uma assassina letal. Seus destinos se entrelaçam em uma festa, onde a atração floresce antes que a verdade obscura venha à tona. Agora, presos entre le...