Capítulo 10: Pedaço de Mim

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As três semanas de dezembro tinham passado extremamente rápido para Emma. O trabalho e toda a agitação das festas de fim de ano tomaram conta de todo o ambiente.

Emma abriu novamente a gaveta, encarando a pequena caixa de veludo que havia guardado ali. Sim, ela comprara um anel de noivado. Regina estava em seus pensamentos 24 horas por dia, 7 dias por semana. Ela não planejava se casar agora, mas certamente queria pedi-la em casamento, queria pedir para Regina ser sua noiva e futuramente queria que Regina se tornasse sua esposa mais do que tudo no mundo.

Emma se levantou, fechando a gaveta à chave, e foi em direção à cozinha da estação policial. Ela retirou o jarro de café da cafeteira e serviu uma xícara generosa de café. Emma respirou fundo quando sentiu o gosto amargo e levemente adocicado do café.

Emma retirou o telefone do bolso e olhou as conversas com Regina. Elas haviam marcado de ir jantar hoje após o trabalho, e Emma estava uma pilha de ansiedade, pois iria fazer o pedido hoje. Se a morena não aceitasse, ela entenderia, embora ficasse com um peso no coração para sempre.

Regina havia confirmado o jantar e já tinha desaparecido do celular, como sempre fazia devido ao trabalho, então não era estranho para Emma ela sumir de repente.
— Emma, você tá legal? — Ruby perguntou, se encostando no balcão da cozinha.
— Ansiosa.
— Ansiosa, por quê?

Emma respirou fundo e puxou Ruby um pouco para perto.
— Vou pedir Regina em casamento.
— O quê! Sério?
— Shhh, sim. Não comente com ninguém, por favor, Ruby.
— Pode contar comigo, Emma. Parabéns. Estou muito feliz por vocês.
— Ela precisa aceitar primeiro, então você pode ficar feliz.
— Quem diria, você finalmente está em uma coleira.

Emma revirou os olhos.
— Vai entender um dia. Ruby riu, e Emma retornou à sua mesa para voltar a investigar um caso complicado. Um cartel de drogas e tráfico humano. O problema é que um homem do mundo dos negócios, muito famoso e influente, estava envolvido, o que prejudicava toda a investigação.

Resolver um caso assim faria Emma sair de seu cargo de detetive júnior para uma detetive inspetora. Ela deixou no passado, mas quando ela e Hades resolveram um caso juntos de um cassino ilegal, todo o crédito havia ido para o homem, mesmo que a ajuda de Emma tenha sido fundamental.

Ela demorou para engolir isso, vendo todas as homenagens sendo direcionadas a ele. Ele até tentou incluir Emma, mas não foi o suficiente. Enfim, agora era um momento importante e ela precisava se dedicar.
— Ruby, tenho um mandado em uma fábrica de tecidos, vamos?
— Claro, vou pegar o casaco.

Emma dirigiu até uma fábrica que ficava nos arredores da cidade. Claramente existia trabalho clandestino ali. Emma podia farejar o traço de exploração. As duas foram guiadas pela fábrica e começaram a fazer a busca.

Todas as trabalhadoras pareciam ser ou tailandesas ou chinesas, o que ligava a investigação de Emma ao tráfico de pessoas para o trabalho. O chefe entregou uma autorização surrada que permitia a prática das funções, embora fosse claro o sistema de trabalho que ocorria ali.

Foram encontradas no local algumas permissões e autorizações que foram recolhidas. O local foi fechado por ora até o fim da investigação. A parte mais complicada foi entrevistar todas as trabalhadoras, pois a barreira idiomática estava prejudicando o entendimento.

Mas, em resumo, todas as trabalhadoras tinham um relato em comum: de que uma vida melhor as aguardava nos Estados Unidos. Mas uma delas chamou a atenção de Emma em especial. Ela era a mais jovem, devia ter 15 anos. Ela havia sido designada para outro tipo de "trabalho": barriga de aluguel. A jovem estava grávida, e era uma barriga de aluguel extremamente barata e submissa a quem quer que a tenha contratado.

The Piece of Me - GIPOnde histórias criam vida. Descubra agora