“Jaehaera era uma criança solitária, com tendência a chorar e de mentalidade um tanto limitada, mas parecia satisfeita em seus aposentos com suas criadas e damas de companhia, seus gatinhos e bonecas.”
Sob os regentes: Guerra e paz e exposição de gado, Fogo e Sangue, pág 534.131 A.C, KING'S LANDING
𝐀 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐄 𝐃𝐎 𝐑𝐄𝐈 𝐀𝐄𝐆𝐎𝐍 𝐈𝐈, 𝐎 𝐕𝐄𝐋𝐇𝐎, fora noticiada pela manhã do dia posterior ao falecimento por envenenamento, deixando para atrás a única filha sobrevivente e a última da linhagem Hightower no trono, aos vinte e quatro anos de idade.
Todas as pessoas afetadas pela guerra civil marcada como 'A Dança dos Dragões' comemoraram o fato. Da mesma forma quando Rhaenyra Targaryen correu para a morte, um ano antes. Ficaram em êxtase com o fim do conflito que levou quase todas as criaturas representantes da Casa Targaryen, os majestosos dragões. Com exceção de dois, Stormcloud e Morghul, os únicos sobreviventes do ataque ao fosso dos dragões por não estarem presentes no momento do fato, e mais tarde, Morning, o ovo da dragão de Lady Rhaena Targaryen, viria a eclodir.
A morte do rei, no entanto, deixou vago o cargo de extremo interesse naqueles que desejavam governar Westeros sob a justificativa da ausência de um herdeiro homem de Aegon II. Porém, todos não podiam estar mais equivocados.
Jaehaera Targaryen, a única filha do rei, havia sido prometida e casada ao primo, Aegon, o jovem, como forma de instaurar a paz em Westeros após a onda de desgraça assolar o reino em nome do poder. Aegon, fora nomeado o herdeiro do tio, mesmo que este odiasse a ideia do sangue de Rhaenyra Targaryen percorrer sobre o Trono de Ferro, uma vez que tentou de todas as formas exterminar a linhagem da meia-irmã.
O sofrimento era inevitável para a menina, que sentia-se próxima do pai mesmo que este não demonstrava tanta emoção em tê-la como a única de sua linhagem.
A notícia amedrontou Alicent que encontrava-se na presença da neta no momento em que a recebeu. A rainha viúva se descabelou e aos berros, disse: “Eles o mataram! Eles arrancaram de mim o meu último filho. Matem-nos!”
A princesa, aos dez anos, apesar da mentalidade limitada, compreendeu as palavras da avó. Ela tinha conhecimento do ódio que irradiava entre ambos os lados da facção e havia sido instruída a abominá-los da mesma maneira.
Jaehaerys. Maelor. Helaena. E Aegon. Todos eles foram arrancados dela sem piedade. Todos assassinados. Assim ela pensava.
— Jaehaera... — Alicent, em meio a um surto pela perda do primeiro filho, aproximou-se da princesa, e lhe agarrou o rosto. — Mate-o. Assim como ele o fez com seu pai. Corte a garganta daquele verme da mesma forma que fizeram com o meu filho. — disse a mais velha, em sussurros e chacoalhou a neta.
Jaehaera não se apavorou com as palavras ditas em voz alta por Alicent, pois estava de certa maneira acostumada com os tratamentos da avó. Ela era ríspida, fria, e louca em diversos momentos, e suas palavras não tinham qualquer cabimento.
A babá responsável pelos cuidados da princesa, interveio.
— Vossa Graça. Creio que não esteja em condições para ditar algo desta natureza à princesa.
Os braços de Alicent foram afastados de Jaehaera.
— Eu virei visitá-la mais tarde, vovó. Para lhe dar um beijo de boa noite e contar uma história de dormir. — Jaehaera sorriu inocente para Alicent. — As suas histórias evitavam pesadelos estranhos e quero fazer o mesmo por você.
Mesmo com a avó em condições beirando a loucura, Jaehaera inclinou-se para depositar um beijo sobre a testa de Alicent e sorriu para ela.
— Cuide-se.
Aquelas palavras fizeram Alicent impedir aos berros que Jaehaera fosse levada para longe de si, porém, compreendendo o estado de surto da rainha, todos os responsáveis pelo bem estar da princesa afastaram-na.
Quando a porta do quarto foi fechada, Jaehaera ouvia Alicent chamar por ela e encarou a babá.
— A vovó vai ficar bem?
— Se você estiver bem, ela melhorará em breve.
A babá, por sua vez, apanhou a mão da princesa, levando-a para os seus aposentos.
No meio do caminho, encontrou Aegon acompanhado de Lorde Unwin Peake, homem cujas más ntenções eram óbvias. O príncipe encarou a prima com os mirantes saltados e sobrancelhas arqueadas.
Jaehaera sentiu-se desnorteada pela forma como era vista por Aegon, com empatia, quando tudo o que ela sabia sobre ele era coisas absurdas e cruéis. Porém, nem mesmo este ato foi capaz de fazer Jaehaera desmanchar o escudo que havia construído para se proteger das garras de Aegon.
No entanto, tudo o que foi capaz de fazer é encará-lo com desprezo e indiferença, seguindo o percurso a frente da babá.
Corte a garganta daquele verme da mesma forma que fizeram com o meu filho. Palavras ditas por Alicent ecoavam pela cabeça da jovem princesa.
Nos anos que iriam suceder, Jaehaera iria nutrir um sentimento amargo por Aegon e passaria um longo tempo querendo matá-lo com as próprias mãos, o culpando por todas as desgraças.
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𝐃𝐀𝐑𝐊 𝐏𝐀𝐑𝐀𝐃𝐈𝐒𝐄
Fanfiction𝐏𝐀𝐑𝐀Í𝐒𝐎 𝐒𝐎𝐌𝐁𝐑𝐈𝐎 | 𝐀𝐄𝐆𝐎𝐍 𝐈𝐈𝐈 & 𝐉𝐀𝐄𝐇𝐀𝐄𝐑𝐀 𝐈 𝐓𝐀𝐑𝐆𝐀𝐑𝐘𝐄𝐍 𝐄𝐌 𝟏𝟑𝟏 𝐀.𝐂, chegou ao fim a guerra conhecida como "A Dança dos Dragões". O reino estava em pedaços, com danos dos quais jamais se recuperaria. Aegon II...