Capitulo 5

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Quando a festa acaba, fica decidido coletivamente que a noite vai continuar na beira do rio Sweater Weather. É um segredo nada secreto que os estudantes de Riverdale fazem suas próprias pós-festas lá há décadas. Além disso, Josie tem uma chave para deixar todo mundo entrar na casa de verão de seus pais, onde os buldoggs e as vixens normalmente fazem sua pós-festa.

Betty dirige já que ela é a única que não participou da "arrecadação de fundos dos veteranos". Archie se senta no banco de trás com Verônica, enquanto eu fico no banco do passageiro, segurando o estojo de seus materiais jornalísticos (se é que essa frase existe) dela no colo. Archie aproveitou para tomar mais duas doses da arrecadação de fundos enquanto eu estava no corredor dos armários, então ele está meio atordoado e risonho.

Não para de dar risadinhas falando do quanto precisa mijar. A garagem da casa está aberta quando nós chegamos. As pessoas estão por ali ainda usando os ternos e vestidos, algumas dentro do casa, a outra parte ainda no estacionamento.

O ar está ameno e tem o cheiro de folhas mortas e fogueira acesa. Enquanto meus amigos se adiantam para inspecionar a casa, aproveito um momento para beber água e ruminar um pouco sobre algo que está fermentando no meu cérebro.

A ideia se acendeu em algum ponto da última hora, depois que ouvi Cheryl e Josie conversarem na festa. É uma ideia louca e ridícula, mas não consigo afastar a sensação de que poderia ser exatamente o que eu preciso para resolver meus problemas.

Quer dizer, meus irmãos não tinham me dito para eu fingir até conseguir o que queria?Tomo a decisão e marcho na direção de Cheryl antes que perca a coragem.

Ela está parada com uma pequena multidão de amigos que erguem o olhar quando me aproximo. Estou quebrando normas sociais preestabelecidas ao me aproximar deles, mas, nesse instante, eu não me importo.

— Cheryl — chamo alto.

— Oi? — ela responde, um fio cortante na voz. Cheryl cruza os braços na frente do vestido cor vermelho vinho e me olha, desconfiada.

— Preciso falar com você. — Lanço a ela um olhar significativo. — É importante.

Nunca fui tão ousada antes, mas por que eu não deveria ser, ainda mais agora que conheço todos os pontos fracos dela?

Ela me segue para trás da casa, onde a beira do rio está. Há menos pessoas por aqui; vai ser mais fácil ter uma conversa particular. Eu me sento na grama e espero enquanto ela se curva para se sentar ao meu lado.

— Que foi? — ela pergunta.

Puxo meus joelhos para mais perto, passando os braços ao redor das minhas pernas como se essa fosse a conversa mais casual da minha vida.

— Ouvi você e a Josie conversando no corredor — digo, olhando diretamente nos olhos dela. — Não sabia que você era a fim de meninas.

Há um relampejo de preocupação nos olhos dela, mas logo em seguida ela ajusta a expressão e me lança um olhar gélido.

— Por que você está sempre no lugar errado na hora errada? É claro que ela quer me culpar pela decisão de ter uma conversa particular em um lugar público.

— Eu já estava no corredor antes de vocês — respondo calmamente. — Foi você que não olhou se eu tinha a preferência. Ela dá uma risada amarga.

— Esperto. Amei a metáfora.

— Né? Achei inspiradora.
Cheryl balança a cabeça e passa os dedos pelo cabelo. Pela primeira vez, vejo isso como um hábito nervoso em vez de vaidade.

Espero que ela negue tudo ou me ameace, mas a resposta dela é completamente diferente.

— Se você está planejando revidar o que eu fiz com o seu carro, então só acaba logo com isso. Fico tão surpresa que só solto uma risada.

A jogada do amor - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora