Capitulo 6

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Mais tarde naquela manhã, recebo uma única mensagem que valida a coisa toda.

Lucy Vives: Você tá mesmo namorando com ela?

Fico tão convencida naquele momento que é um milagre eu mesma me tolerar. Estou sorrindo satisfeita quando respondo a mensagem.

Eu: Sim, e daí?

Só uma parte pequena e distante do meu cérebro pensa em como Cheryl está lidando com tudo. Pelo que vejo, está sendo proveitoso: eu escuto alguém na fila do refeitório cochichar que ela sair do armário faz com que ela pareça mais "do povo".

Quando a vejo na aula de Perspectivas mais tarde, ela parece tão majestosa e tão intocável quanto sempre. Ela lança um sorriso para mim que para qualquer outra pessoa que olhe deve parecer um flerte, mas para mim ele diz: Isso é uma idiotice e essas pessoas são completas imbecis e eu talvez te mate, mas ainda não decidi.

Sorrio de volta e até mesmo acrescento uma piscadela. Quase consigo senti-la se esforçando para não revirar os olhos.

***

Quando chego no treino naquela tarde, minhas colegas pegam mais pesado do que todo mundo.
— Então você finalmente superou a Lucy? — elas perguntam, mas consigo sentir que para elas é uma vitória tanto quanto é para mim.

— Cheryl é bem mais gata de qualquer forma — Valerie fala —, mas eu não sei como a gente deve se sentir sobre você trocar uma jogadora de basquete por uma líder de torcida. Você não queria ficar mais com atletas?

— Líderes de torcida são atletas — retruco.

— Uuuuuiii — as garotas dizem, trocando olhares.
— Chega de falar da vida amorosa da Toni — Verônica diz, parecendo se esforçar ao máximo para simplesmente não deixar a verdade escapar.

— Precisamos focar. Vamos praticar a jogada do marshmallow.

Eu jogo melhor do que joguei durante toda a temporada. Os olhos de Verônica estão brilhando quando consigo fazer a minha terceira cesta de três pontos. E claro, perto do fim do treino, Cheryl e uma dúzia de outras pessoas aparecem para assistir.

***
— Você é uma boa atriz — falo para Cheryl quando vamos para o carro dela naquela tarde.

— Hum. — Ela soa desinteressada. — Queria poder dizer o mesmo sobre você.

— Quê? Minha atuação está ótima.

— Duvido. Aquela piscadinha que você me deu na aula de Perspectivas foi exagerada demais.

— Você amou.

— Aham, tá — ela diz, seca.
Apesar de suas palavras, dá para ver que ela está satisfeita — e tão cansada — quanto eu. Nós entramos no carro e nos jogamos nos bancos, suspirando ao mesmo tempo.

— Sair do armário é exaustivo — Cheryl comenta de repente.

Eu olho para ela. Seus olhos estão embaçados, e ela respira lentamente. — Se minha opinião vale de algo, eu acho que você lidou muito bem — digo, neutra. — Alguém foi um cuzão?

— Algumas pessoas perguntaram como você "me converteu".—

— Babacas. — Ela dá uma espreguiçada, bocejando.

— Eu só queria que as pessoas fossem mais criativas com a ignorância delas. Rio sem querer, mas abafo, transformando em uma tosse.

— Isso quer dizer que você tem que se assumir pros seus pais? Ela faz um gesto como se estivesse afastando uma mosca.

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⏰ Última atualização: Oct 12 ⏰

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A jogada do amor - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora