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Stella saiu do banheiro, enrolada na toalha, e sentiu a leve brisa que entrava pela janela aberta do quarto. O ambiente estava silencioso, o único som era o de seus próprios passos suaves no chão de madeira. Ela se dirigiu até a cama e se sentou na beirada, ainda absorvida por seus pensamentos.

Enquanto o vapor do banho se dissipava, Stella refletia sobre o que viria a seguir. Ela se sentia à deriva, presa em um ciclo de autocrítica e desespero, sem saber como escapar. As palavras de seus pais ainda ecoavam em sua mente, alimentando a sensação de inadequação que a acompanhava constantemente. Por mais que tentasse, não conseguia se livrar da sensação de que nunca seria suficiente, de que nunca faria nada certo.

As memórias do dia na escola começaram a misturar-se com as lembranças do passado, criando um turbilhão de emoções que Stella tinha dificuldade em controlar. Ela pensava em Matteo, na oferta de amizade que ele havia feito, e uma parte dela queria acreditar que alguém poderia se importar de verdade. Mas a voz cínica em sua mente insistia que confiar em alguém era perigoso, que abrir-se para outra pessoa só resultaria em mais dor.

Stella vestiu um pijama confortável, mas, ao deitar na cama, sentiu-se pequena e vulnerável, como se o mundo ao seu redor fosse um inimigo implacável. As paredes de seu quarto pareciam se fechar, sufocando-a com a pressão de expectativas e frustrações que ela não sabia como atender. Tudo parecia conspirar contra ela, cada detalhe, cada palavra, cada olhar de seus pais e irmãos reforçava a ideia de que ela era o problema.

Olhando para o teto, Stella começou a questionar se haveria uma maneira de mudar as coisas, de encontrar algum tipo de paz em meio ao caos que sua vida havia se tornado. Mas cada tentativa de imaginar um futuro diferente esbarrava na dura realidade de sua família, na maneira como era tratada, na constante sensação de estar perdida e sozinha.

As horas passavam lentamente, mas Stella não conseguia desligar seus pensamentos. A casa estava quieta, mas sua mente estava em tumulto. Ela sabia que precisava descansar, mas o peso das preocupações e da dor emocional a mantinham acordada, presa em um ciclo de reflexões sombrias.

Finalmente, exausta, Stella fechou os olhos e tentou afastar os pensamentos, pelo menos por um breve momento. Ela se lembrou das palavras de Matteo, do pequeno conforto que elas lhe haviam trazido, e tentou se agarrar a essa lembrança, como se fosse uma tábua de salvação em meio a um mar tempestuoso.

Por mais que as circunstâncias fossem difíceis, Stella sabia que ainda havia um fio de esperança, ainda que tênue. Matteo havia sido um sinal de que talvez, em algum lugar, ela pudesse encontrar compreensão e apoio. Talvez, se ela permitisse, poderia encontrar uma maneira de lidar com tudo isso, de enfrentar seus desafios com um pouco mais de força.

Enquanto o sono começava a envolvê-la, Stella se prometeu que, no dia seguinte, tentaria novamente. Talvez fosse apenas mais um dia de lutas internas e conflitos familiares, mas talvez, apenas talvez, ela pudesse encontrar um pequeno avanço, uma faísca de esperança que a ajudaria a continuar. E com esse pensamento, ela finalmente sucumbiu ao cansaço, adormecendo com a esperança de que, de alguma forma, as coisas poderiam melhorar, mesmo que apenas um pouco.

Autora aqui/

Postei mais outro logo, assim eu só posto amanhã 😃.

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