Capítulo 6: O Velho e a Árvore

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Na manhã seguinte, no pátio do Palácio da Névoa:

— Homens, não deixaremos que tal crime bárbaro fique em pune! — reverberou Marcus a uma centena de Bordos, soldados do exército de Lutumora. — Quanto ao inominado, vocês já o conhecem. Mas, ele não estava sozinho. Não pude identificar o segundo assassino, pois usava uma máscara. Por isso, interroguem qualquer mascarado que encontrarem pela frente. Tragam os dois com vida, mas não hesitem em matá-los se for preciso! — continuou.

Marcus desembainhou sua espada e a ergueu, apontando para o céu e gritando: — Vermelha como sangue, fria como outono!

— A lâmina dos Bordos! — gritaram todos os soldados, em resposta a ele.

Algumas horas depois, em algum lugar de Vaal:

— Bonehart, acorde! Acorde! — sussurrava Páleas enquanto o sacudia repetidamente.

Bone abriu os olhos lentamente. Estavam vermelhos e inchados e seu corpo parecia dormente.

— Já amanheceu, precisamos sair logo daqui. — alertou Páleas.

— Tem razão. Vamos voltar para o pântano.

Após a fuga na noite passada, esconderam-se atrás de uma pilha de feno em um celeiro. Passaram a noite ali. Páleas mal conseguiu dormir e Bone adormeceu logo que deitou. Rapidamente recolheram seus pertences e saíram do local em direção ao Pântano Vermelho.

Enquanto caminhavam, Bone lembrou-se que, ao acordar no celeiro, viu a espada de Páleas recostada sobre a pilha de feno e sua lâmina estava suja de sangue.

— Diga, Páleas, você conseguiu ferir Marcus? — perguntou, encarando a espada enferrujada embainhada nas costas do espantalho.

— Não, pelo menos não com a espada. Esse sangue é de outro homem. — respondeu, ao perceber que o amigo encarava a espada e continuou: — Antes que eu chegasse até você, eu fui atacado pelas costas por alguém e, quando percebi, já havia defendido o golpe com essa espada, mesmo sem ter olhado para trás. Corri para tentar fugir, mas fui perseguido e então tive que lutar. Em algum momento fui jogado contra uma parede pela força de um chute e caí sentado no chão. Quando o agressor veio em minha direção apontando a espada para mim eu finquei minha espada em sua barriga. Ele caiu de joelhos apoiando-se em sua espada. Nesse momento consegui escapar.

— Era um homem? Conseguiu ver seu rosto? — questionou Bone.

— Ele era grande e parecia ser um homem. Não pude ver seu rosto. Ele usava um capuz e uma máscara metálica cobrindo o rosto até a altura dos olhos.

"Terá sido esse homem o assassino de Luna?" — pensou Bonehart. Os dois caminharam por mais algum tempo até chegarem ao grande arbusto onde ficava a barraca de Bone. Chegando lá, o arbusto estava cortado de forma que abriu uma grande passagem para dentro. Bonehart rapidamente entrou, seguido por Páleas. A barraca tinha vários rasgos e, do lado de dentro, tudo estava revirado.

— Não, não, não! O que fizeram com meu palácio!

— Acho que não podemos mais ficar aqui. — disse o espantalho, virando-se e caminhando para fora do arbusto.

— Parado aí, rapaz! — gritou alguém.

Páleas virou-se lentamente. Bonehart estava rendido. Um homem, atrás dele, segurava um de seus braços e apontava um punhal para seu pescoço pronto para cortá-lo.

— O que está fazendo aqui seu velho idiota? Como acharam esse lugar? — esbravejou Bone.

O homem era Tibério, Senhor de Lutumora. Ele vestia uma capa e um capuz sobre sua cabeça, mas Bonehart imediatamente o reconheceu.

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⏰ Última atualização: Aug 28 ⏰

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O Espantalho, o Livro e o Ladrão - As Crônicas de Páleas CaputOnde histórias criam vida. Descubra agora