Dói estar aqui de novo,
Entre noites sem fim e sem cor.
O silêncio vira barulho,
Ouço simples passos sem amor.
Está quase tudo escuro,
Sinto um frio na alma,mas enfim.
Mas ao contrário,o calor na pele dura,
Sinto um vazio em mim.
Sinto a minha pele está molhada,
Salgada, mas não do mar.
Os meus olhos doem, estou cansada,
Mas nem o sono quer chegar.
Sinto um vazio tão profundo,
Mas de dia mal o sinto.
Ou talvez eu finja demais neste mundo,
Já nem sei dizer o que sinto.
Mas quando a crise decide vir bater,
Perco o controlo e isso dói.
Percebo que deixei de ser,
Quem será que eu sou? Isso me corrói.
Já não pertenço a nada,
Nem a ninguém, estou só.
Sozinha aqui no fundo, isolada,
Sei que pior não será, não há pior.
Magoar-me mais? Não sei.
E se tentasse escalar?
Talvez pudesse tentar, mas pensei:
No fundo é onde vou ficar.
