Lembra de quando nos apaixonamos?

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Hi baby gays!! ❤️








Todas as tardes depois do almoço e de suas obrigações como esposo real , Yongbok gostava de passear pelo campo de flores, ler um pouco e assistir ao pôr do sol acompanhado de seu eunuco e as damas de companhia, ele gostava do silêncio e de sentir o ventinho no rosto, mas naquele dia estava difícil de se concentrar. 

Hyunjin não tirava os olhos de si e toda vez que o repreendia, ele dizia: “— Só estou fazendo meu trabalho, alteza”. Ele até tentou reclamar com o marido, alegando que não precisava de guarda costas algum, mas não adiantou nada, o rei estava inflexível com aquele assunto, alegando que era para o seu bem. Se ele soubesse a verdade, já teria mandado arrancar a cabeça do Hwang. 

— Se lembra de quando nos apaixonamos? Nós ficávamos o dia todo juntos nas tardes de outono. O clima era frio e sempre me pedia para te aquecer em meus braços. - o guarda costas falou de repente assim que distraiu os outros funcionários. Hwang Hyunjin era esperto, sabia como ganhar confiança e aproveitar as oportunidades. — Éramos jovens e inocentes, andando de mãos dadas escondidos por medo dos seus pais descobrirem. 

— Eu estou lendo, está me desconcentrando. Já disse que não me lembro dessas coisas, o senhor está me confundindo com alguém.

—  Jamais me confundiria.  Aposto que se lembra, nós olhávamos fixamente nos olhos um do outro, eu me sentia como se fosse parte de você. Nosso primeiro encontro foi no mercado e eu comprei um presente pra você. Lembra? Você estava tão bonito e te dei um enfeite para o cabelo. Me lembro perfeitamente do seu sorriso quando segurei sua mão pela primeira vez, eu não queria te soltar nunca mais…

— Senhor Hwang, por favor, pare de me distrair.  - Pediu mais uma vez. Será que ele não iria desistir de ficar perguntando aquelas coisas? Alguém poderia ouvir e criar algum mal entendido, era perigoso, por que ele não ficava em silêncio concentrado em fazer seu trabalho assim como os outros funcionários? Por que tudo sempre precisava ser tão difícil com ele? Yongbok suspirou voltando a atenção ao livro, disposto a ignorar qualquer comentário do guarda, pois não o deixaria entrar em sua cabeça daquele jeito. 






Conforme os dias iam se passando, ficava cada vez mais difícil lidar com as conversas unilaterais do Hwang, e as visitas noturnas seguidas de um pedaço da história que de acordo com ele, deveria se lembrar, já fazia parte de sua rotina. — O senhor não deveria estar aqui, sabe que essa sua postura é muito perigosa. E se alguém o ver? O que vai dizer para se explicar? E se meu marido resolver me fazer uma visita nupcial surpresa?

— Posso dizer que estava fazendo minha ronda de rotina, ouvi um barulho estranho e quis verificar. Afinal, é minha obrigação manter sua segurança, bokkie.

— Não me chame assim! Está perdendo o juízo, só pode. Vá embora por favor, toda noite será assim agora? Nunca mais terei paz para descansar?

— Eu paro quando parar de fingir que não me conhece e fugir comigo como planejamos. Quero ficar contigo, Yongbok, você sabe que fomos feitos um para o outro.

O ômega negou com a cabeça mal acreditando no que estava ouvindo, mas escolheu não responder, só ficou olhando para ele, esperando ele começar a história daquela noite, pois jamais admitiria que gostava de ouvi-las. — Eu não estou fingindo, realmente não o conheço. 

— Ora, vamos lá Yongbok-ah, vai dizer que não se lembra do nosso primeiro beijo? - o ômega arregalou os olhos em sua direção e até prendeu parte da respiração sem perceber. O Hwang sorriu vitorioso e voltou a falar. — Foi alguns dias depois do nosso primeiro encontro..

— Não…

— Sim. Ainda no outono, você usava um hanbok cor de rosa e chapéu tentando esconder sua identidade, já que seu pai é um ministro importante e você não podia ser visto com um humilde filho de músicos como eu. 

— Eu não quero ouvir - Yongbok tapou os próprios ouvidos e fechou os olhos com toda a força, como se fosse resolver alguma coisa, mas aquilo só acabou dando espaço para Hyunjin se aproximar mais de si e logo sentiu as pontas dos dedos dele tocar em sua bochecha promovendo um carinho que o fez tremer por dentro.

O Hwang segurou o rosto delicado com uma das mãos e o polegar contornou o formato dos lábios avermelhados. — Você também estava nervoso no nosso primeiro beijo, estava com medo de alguém ver e seus pais ficarem sabendo. A brisa daquele dia estava fria, mas seus lábios eram quentes e eu sentia o pulsar do seu coração na palma da minha mão assim como sinto agora. 

— Hyunjin… - o chamou em um quase sussurro tentando não ceder à vontade,  mas parecia impossível com os lábios dele tão próximos dos seus e eles se tocavam levemente conforme o Hwang falava. — Não faz isso..por favor 

— Não farei, só se quiser

— Eu quero, mas não posso…

— Por que não? Você já era meu muito antes de ser dele

— As coisas não funcionam assim, Hwang -- suspirou pesadamente. — você precisa ir

O guarda ignorou o pedido e passou um dos braços envolta da cintura esguia, os deixando ainda mais próximo e ele continuou a falar, assistindo de perto cada reação do omega que parecia não ter coragem de abrir os olhos, os fechava com força, mas sua boca estava entreaberta, como se esperasse pelo contato tão desejado. — Quando nos beijávamos, eu sentia meu corpo inteiro se aquecer, você se sente assim também? 

O ômega engoliu em seco e abriu os olhos, encarando os do outro profundamente. Ele era intenso, suas respirações se misturavam, mas a sua era ainda mais acelerada. — Não…

— Está mentindo, eu te conheço muito bem e você sabe disso. Por que tenta mentir pra mim se sabe o quanto eu te amo? 

— Não fala isso…

— Por que? É o que eu sinto, é como você me faz me sentir. Eu amo você, Yongbok 

A sentença foi como um golpe final bem em seu estômago que se contorceu com aquela sensação estranha de borboletas, mas era como se elas estivessem com raiva de tão forte que foi. Seu coração disparou de uma forma que nunca achou ser capaz e sentiu o suor começar a brotar em sua pele. Com a respiração descompassada e um súbito desespero, o ômega não conseguiu se controlar, ergueu-se na ponta dos pés, juntando os lábios com pressa, dando início a um ósculo ansioso. 

Sua mente ficou completamente nublada e era como se estivessem em um lugar distante, um lugar vazio onde só existia os dois e ele até esqueceu do pecado que estava cometendo, pois naquele momento, nada mais importava, apenas os lábios de Hwang Hyunjin sobre os seus, as mãos dele em seu corpo, seu cheiro e seu sorriso. Yongbok o abraçou com toda a força sem separar suas bocas, queria ter certeza de que ele estava ali mesmo e de que não desaparecia quando abrisse seus olhos. Na verdade, não queria nem abrir os olhos, pois não queria que sua consciência falasse e que a culpa caísse sobre seus ombros. 

Eles se afastaram brevemente para recuperar o fôlego, mas permaneceram com as testas unidas, enquanto puxava o ar com dificuldade. — Eu amo você… - Yongbok sussurrou contra os lábios do outro e os uniu novamente, ignorando a consciência que gritava tentando o impedir de continuar cometendo aquela loucura. 

Hyunlix - Remember the time Onde histórias criam vida. Descubra agora