CAPÍTULO 2

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Fiz as minhas malas na força do ódio, enquanto arrumava minhas roupas encontrei Frederico, Jesus! A quantos anos eu não via ele?

— Meu Deus Frederico, desculpa te abandonar por esse bosta, sei que você nunca iria fazer isso comigo — Beijo a glande do pinto de silicone muito feliz. — Mamãe vai te usar hoje.

Prometo dando uma risadinha, mas em seguida o ódio pelo vagabundo volta com força. A decadência que estou! Prometendo para um pinto de borracha que irei usá-lo!

Desço com a minha malinha pequena para a sala observando a decoração falsa ao meu redor. Eu fazia questão ainda de ter álbuns e quadros de decoração, cada parte desta casa foi decorada pela trouxe Pérola que sonhava em passar o final dos seus dias com esse Jurandir fubango vagabundo!

Na cozinha escrevo um bilhete lhe dizendo que em última hora precisei viajar e não tive tempo de avisá-lo. Mentira. Quem não consegue mandar uma mensagem de cinco segundos? Mas sei que ele não irá se importar comigo mesmo! Então pau no cu dele.

No caminho para o hotel que reservei minha hospedagem fico matutando todos os alertas que minha pobre cabecinha dava e eu ignorava. Agora tudo fazia sentindo, enquanto a jumenta aqui estava em celibato forçado, o desgraçado estava afogando o pau dele na boceta daquela baranga loira.

Saio do carro e um manobrista já está ao meu lado de prontidão para roubar meu carrinho de mim. Olho para o carro novinho que ele me presenteou no meu aniversário e pronto, já peguei ranço do carro e estou movendo meus dedinhos para vender esses caralho.

Depois de fazer todo o processo de check in subo para o meu quarto e no elevador encontrei um homem delicioso.  Agora que estou solteira, posso apreciar a paisagem que nosso bom Deus colocou nesse mundinho veio sem porteira. O cara passa por mim me dando somente uma olhada e nada mais, seu semblante fechado da um tesão da porra, principalmente por estar usando um terno sob medida azul marinho.

Entro no elevador e rapidamente estou no meu quartinho, que será minha casa por algum tempo. Simplesmente se dormisse debaixo do mesmo teto que o vagabundo do Marcus, eu iria botar fogo no desgraçado enquanto ele dormia.

Anúncio a venda do meu carro, olho a mensagem da investigadora de cornos e enquanto o horário não chega arrumo minhas coisas no armário deixando tudo organizado.

— Serviço de quarto! — A batida suave me faz levantar da cama e atender a pessoa por trás da porta. — Bom dia senhora! Aqui está o seu café da manhã.

Observo o moço novo que empurra o carrinho cheio de comida farta, já era dez e pouco da amanhã e eles ainda entregavam comida? Mas que hotel chique.

— Obrigado — Agradeço observando a bundinha do homem que não é de se jogar fora.

Ele se despediu saindo do quarto e com uma puta fome ataquei o carrinho comendo tudo o que tem direito, esfreguei a sujeira do canto da boca fazendo as migalhas caírem no chão.

Puta merda Pérola, para de ser imunda!

Resolvo levantar e ir tomar um banho antes de encontrar a investigadora de chifrudos. Tiro as roupas que normalmente vou para o trabalho indo em direção ao banheiro. Me surpreendo quando vejo uma banheira tão grande que parece uma piscina.

Bom, eu merecia um pouquinho.

*****

— Puta merda! Você foi ver a detetive dos chifres? — Ingrid questionou pela ligação.

— Tô indo agora — Digo saindo do carro com o telefone na orelha.

— Pérola... Você não pensou... Sei lá...? CONVERSAR COM O SEU MARIDO?!

— Conversa de cu é rola caralho! A próxima vez que eu conversar com ele pessoalmente vai ser para humilhar aquele merda. — Desliguei na cara dela por que não sou obrigada a ouvir sermão que não é da mesma opinião que a minha.

Mensagens da minha amiga chegam sem parar.

O sua vagabunda
Tá achando que é quem pra desligar na minha cara?
Sua filhote de urubu com sarna
Faz o que você quiser, mas desliga na minha cara de novo pra ver se não arrasto esse seu rosto de cavalo chupando manga no asfalto

Solto uma risadinha colocando o celular no bolso da calça. A fachada do escritório é bem simples e discreta, não tem nenhum outdoor com um; "DESCUBRO SE VOCÊ É CORNO COM PROVAS! DETETIVE DE CHIFRES" revirei os olhos com a minha imaginação fértil.

Sem mais enrolação para o que iria por vir passei pela porta de vidro preta de correr e uma moça jovem com um sorriso simpático me recepcionou.

— Boa tarde! Em quê posso lhe ajudar? — Abri um sorriso de cortesia.

— Boa tarde! Eu liguei mais cedo... — Na ligação nem lembro se falei o nome da mulher detetive.

— Ah sim! A senhora é o encaixe de última hora. — A moça se levantou e saiu de trás da bancada. — Venha, irei te levar até a sala da senhora Torrez.

Acenando com a cabeça sem dizer mais nada a sigo pelo grande e longo corredor branco até final onde tem uma porta diferente de todas as outras, grande e dupla eu encaro a madeira escura com determinação.

A jovem dá duas batidinhas na porta antes de enfiar sua cabeça pela fresta e dizer que eu estava presente. Ergo minha cabeça sem mostrar vulnerabilidade e então entro na sala pronta para fuder com a vida de Marcus.

*****

Após as apresentações e ela me falar detalhadamente como funciona o seu trabalho eu concordei com a cabeça em silêncio.

— Dentro das minhas experiências a pessoa que traí não consegue passar mais de uma semana sem ver a amante. — Ela diz mexendo em alguma coisa no seu computador. — As provas que eu posso te dar podem ser usadas em processo de divórcio, mas só se for se o casal em questão estiver em local público. Vou colocar um rastreador no carro dele, seguir ele, descobrirei todos os seus passos em questão e no final entregarei tudo para você.

Aceno com a cabeça pensativa.

Ela para por um segundo o que esta fazendo e me observa.

— Faz quanto tempo no seu inconsciente que você sabe disso?

Não entendo sua pergunta e não consigo lhe responder, a investigadora abre um sorriso de quem sabe muito e não fala porra nenhuma.

— Você está muito indiferente, tirando a raiva obviamente.

Eu penso sobre sua pergunta, fico alguns segundos em silêncio enquanto ela me observa.

— Faz quase um ano que sinto que as coisas não estão bem — Digo, finalmente desabafando. — Eu já fui corna muitas vezes para reconhecer o padrão doutora, meu sonho foi só uma confirmação do que eu não queria ver, e viver novamente. Eu sou assim — Encolhi os ombros sem sentir sentimento algum. — Marcus já está morto para mim, e eu quero fuder com a vida dele.

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