A VINGANÇA É DOCE - Duologia Vingança - Livro 1

CAPÍTULO 4

O homi me olhava de boca aberta, sem acreditar no que eu estava falando, dei de ombros, eu não estava maluca e em breve a detetive dos cornos iria me falar, com a voz bem aveludada de que eu estava certa.

— Bom... É só isso mesmo, eu estou lhe contando por que é a coisa certa a se fazer e também... Pensei que sabe... Você estivesse com muito ódio nesse coração iria embarcar na minha vingança. — Dei de ombros, idai que eu poderia parecer uma adolescente nesse exato momento?

A reação dele não foi nada como eu esperava, o homem agora parecia uma estátua, sem demonstrar raiva, tristeza, sei lá, mais que porra! Reage homem!

Ele acena com a cabeça pensativo, nada muito revelador em sua expressão.

— Está me contando isso mesmo? Sonho? — Franzi a testa com o som da sua voz, quase zombeteiro.

— Olha aqui, eu contei e vou fazer algo sobre, não vou ficar sendo chifruda atoa.

— Com as certezas que você tirou literalmente do seu sonho. — Faço uma careta, que porra! Por que ele está sendo tão racional?

— Minha detetive de chifres logo irá confirmar.

Ele dá de ombros com os braços cruzados na altura do peito. Sinceramente? Um CEO de uma empresa que está vestindo calça, e uma blusinha merreca vai ligar para chifres? A outra também deve ser chifruda.

Decido sair dali, contei o que tinha que contar e quando a detetive dos cornos mandasse o retorno para mim eu iria esfregar na cara dele.

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Sai do prédio sem rumo para onde ir, meu digníssimo marido pensava que a essa hora eu estaria em algum lugar longe de casa. Olhei o celular e nada, o que me deu mais raiva, fazia anos que Marcus parou de se importar onde estava, no começo do nosso namoro ele ficava me checando a todo momento, enchendo meu celular de mensagem, chegava até ser irritante.

Caminho o mais lentamente possível até o meu carro, Ingrid estava no trabalho, avisei que não iria trabalhar hoje então nada de escritório, fiquei emputecida.

Vamos lá Pérola! Faz quanto tempo que não fica sozinha?

Desviei do caminho do meu carro e entrei no grande jardim que existia na frente do prédio do corno manso, a paisagem do jardim fazia parte do prédio, passei as mãos pelas flores entrando dentro de um labirinto baixinho até encontrar um banco para me sentar.

Em frente a uma ponte observei os peixinhos nadando vivem suas vidas insignificantes longe de seres humanos infeis e filhas da putas.

— Precisou de um ar? — Escuto a voz daquele gostoso do Ducan e me viro para ver o homem parado atrás de mim.

Revirei os olhos.

— Estou organizando a minha vida.

— Olhando para peixes?

— Sim. Aquele branquinho ali é a minha situação financeira depois que eu assinar o divórcio, ainda bem que temos divisão total de bens. O laranja é o meu trabalho, que não vai mudar muito, mas depois que todo mundo descobrir vou virar a fofoca da empresa, porém tudo bem, está no laranja eu aguento. O azul é a minha vida amorosa. — Digo tirando tudo isso da minha cabeça naquele exato momento.

Organizando minha vida uma ova!

— O que significa esse estar com a vida amorosa no azul? — Dou de ombros, sei lá porra.

Significa o grande e enorme oceano cheio de tubarão que come peixinhos.

— Por quê está fazendo tantas perguntas? Para de ser intrometido, ou você senta e pensa sobre o quão corno manso você está sendo ou cai fora — Digo sem paciência, puta que pariu viu!

— Você está na área da minha empresa — Reviro os olhos.

Minha cabeça estava uma bagunça, eu sinceramente não tinha pensado no depois que isso poderia ser.

— Faz quanto tempo que você está com ele? — Seu tom de implicância muda para uma voz aveludada e sútil.

Dou de ombros.

— Quase dez anos.

E tudo isso jogado no lixo, começo a ficar brava de novo, puta que pariu, dez anos jogados no lixo, tinha que ficar com mulher quando tive a oportunidade.

— Sinto muito, meu relacionamento não é... Normal, não sei pelo o que você está passando. — Ele diz e bato com as mãos na minha fuça de idiota, pelo amor de Deus! Esse homem vai me falar que está em um relacionamento aberto?

Bom... Mais essa pra piorar o meu dia, não vou ter um cúmplice.

— O que você está fazendo aqui? Fala logo.

Olho pela primeira vez para ele de verdade, me impressiono com a sua beleza, à primeira vista não dei muita atenção, a não ser pelos músculos de seus braços bem aparente. Ele tinha cabelos loiros escuros, quase um castanho claro, seus olhos eram impressionante azuis, todo o seu maxilar era magro e bem marcado, provavelmente era uns anos mais velho que eu, por ter alguns pelinhos de barba branca, ou era só estresse mesmo.

Que seu corpo era todo construído eu já tinha reparado, e na sua altura também, mas ele tinha uma áurea que enchia o lugar, era um tipo estranho de imã que fazia ele ter esse poder de parecer ser um líder, macho alfa. Daqueles tipos de homem com H maiúsculo.

Minha priquita pulsou.

Calma Giorgetti, hoje no máximo que você vai ter vai ser o Frederico.

— Eu aceito a sua proposta.

— O quê?! — Me viro completamente surpresa.

O homem está tão pacífico que até me irrita, seu semblante tranquilo é extremamente atraente. Pelo amor de Deus, preciso de uma boa foda.

— Eu concordo em foder a vida dos dois, mas só depois de ter provas completas, e não um sonho de uma mulher perturbada e paranóica.

Perturba?!

Paranóica?!

Ele pensa que está falando com quem?!

— Aí! — Ele grita completamente surpreso com o meu tapa em sua nuca.

— Perturbada e paranóica é a puta que te pariu! Vai toma no seu cu! — Me levanto determinada a ir embora.

— Como é que vamos manter contato e eu vou saber das provas verdadeiras?! — Ele grita já de uma distância boa.

Tenho um minuto de surto, bato meus saltos no chão como se fosse uma criança mimada, pego dentro da minha bolsa uma caneta e um papel perdido todo véio e sujo de maquiagem que deixo jogadas lá dentro.

Anoto meu número pessoal no papel e lhe dou já virando as costas.

— Não vai querer o meu?!

— EU DESCOBRO EM ALGUM SONHO!

Pelo amor de Deus, preciso de calmaria encapsulada.

Entro no meu carro determinada a ter um dia de spar! Afinal, no final do dia ainda continuo sendo corna, preciso ilustrar os chifres de veado.

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