Athena culpa o desaparecimento dos heróis pela morte de seus pais, pegos em um incêndio quando os mascarados deixaram Nova York de um dia para o outro. Com a promessa de uma nova vida em Lumina Valley, ela encontra dificuldades para aceitar a famíli...
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Azura avisou o local de encontro com um feixe de luz azul em direção ao céu.
No topo do prédio mais alto da cidade, o ponto de encontro dos heróis, Azura deixou o vento gelado levar as mechas loiras para trás. Ela respirou fundo ao observar Lumina Valley brilhando abaixo.
Azura se lembrou do primeiro dia como a heroína, de como um misto de pavor e força tomaram conta dela naquela noite. Nem ela nem Escarlate tinham imaginado que aqueles dias estavam chegando ao fim.
Por um lado, Azura pensou que não poderia se sentir mais aliviada por estar perto de encontrar Esmeralda. Aquela havia sido a razão para aceitar se tornar a heroína, em primeiro lugar, e, com alívio, improvavelmente ela também estava prestes a encontrar o assassino de seus pais.
Azura era justiça, a forma que Athena conseguiu encontrar para seguir em frente.
Por outro lado, temia deixar a máscara para trás. Assim como Escarlate, também tinha se apaixonado pela vida secreta. Ser Azura era perigoso e encantador, assustador e inspirador. Era medo e coragem unidos.
Além disso, partia seu coração saber que, ao deixar de usar os orbes, também deixaria Escarlate para trás. Ele nunca saberia o que ela sentia por ele, nunca poderia vê-lo cara a cara ou mesmo poderia observar de longe o futuro do garoto da máscara vermelha se desenvolver. Querendo ou não, aquela vida nunca terminaria para ela, não enquanto fosse a guardiã, e por isso ela nunca mais poderia ver o parceiro.
Interrompendo seus pensamentos, Escarlate aterrissou no telhado. Azura não se virou. Ela sabia a quem pertencia os passos. Ele sentou ao lado dela, os pés balançando sob a cidade abaixo.
Escarlate contava com Athena para encontrar Esmeralda, mas não podia contar para a parceira. Azura não podia contar para o parceiro que ia atrás da inimiga. Ambos sabiam que aquela podia ser a última vez que olhavam um para o outro.
– Preciso ficar longe por um tempo – disse Azura.
Escarlate olhou para baixo, mirando o preto do uniforme que envolvia suas mãos.
– Aconteceu alguma coisa? – perguntou.
Azura quase revelou a verdade. Por um ínfimo instante, quase falou que estava perto de derrotar Esmeralda, perto de vingar Ash, quase perto de encerrar tudo. Mas não podia fazer isso, então ela pegou a mão dele e a puxou para si.
Finalmente, Escarlate encontrou os olhos dela e também olhou para ela como se fosse a última vez. Era quase como se ele soubesse, pensou Azura.
– Eu te contaria se pudesse – ela falou.
– Eu sei.
– Você está bem? Se sente bem?
– Não se preocupe, estou bem.
Eles voltaram o olhar para o horizonte e sentiram a nostalgia de uma lembrança. Os dois tinham percorrido cada centímetro de Lumina Valley juntos.
