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Genosha é o lugar feito para mutantes viverem pacificamente sem se preocupar em se esconder. Era aqui que Kara queria viver.

Por isso, em um momento ela conseguiu ir até lá. Era simplesmente lindo, nenhum tipo de animosidade podia ser vista por ninguém. Sorrir era quase involuntário ao olhar para tudo aquilo.

No começo foi um pouco difícil, pois ela não tinha dinheiro nem amigos. Mas depois de conhecer um homem adorável na frente de uma floricultura, ela conseguiu um emprego.

Esse mesmo homem era dono da floricultura, uma floricultura linda, se ela se permitisse dizer. Seu trabalho era atender clientes e cuidar das plantas, regando e fertilizando se necessário.

Mesmo morando em um lugar como esse, foi difícil esquecer todos os acontecimentos antes de chegar lá.

Na maior parte do tempo, Kara vivia fugindo, mudando de cidade para cidade. Toda vez que alguém descobria suas habilidades, era a deixa para ela fugir. Viver com restos de comida era horrível, às vezes ela tinha sorte de encontrar pessoas distribuindo comida para os moradores de rua.

Por muito tempo Kara nunca entendeu por que os humanos não conseguiam ver os mutantes como um deles, era algo que não entrava em sua cabeça. Mas com o tempo, ela entendeu que não era necessariamente porque eles eram mutantes. Quer dizer, sim, ser um mutante tinha seu fator, mas até em relação a si mesmos eles são preconceituosos.

Qualquer coisa que fosse errada aos olhos deles seria motivo para desprezo ou repulsa. Então ela se agarrou a isso e começou a sentir nada além de pena. Nenhum ódio ou raiva, apenas pena.

A humanidade nunca aceitará o que não acha certo.

"Kara, você pode pegar mais tulipas ali atrás para mim?" perguntou Hugo, o homenzinho que a ajudou

"Já vou, vovô."

Como ela morava lá, ela começou a o chamar assim. Ele nunca pareceu desgostar, então ela continuou chamando-o assim. E por um lado, ela o considerava um avô, ele sempre cuidou dela e até disponibilizou o quarto vago em sua própria casa que ficava no andar de cima.

"Vejo que a loja vai estar lotada hoje." Vivian, neta de Hugo, apareceu segurando um vaso com um girassol

"É esperado, o Dia dos Namorados é hoje", ela diz, procurando onde estavam as tulipas.

"Ah, espero que um príncipe me convide para sair hoje", diz Vivian com um suspiro sonhador.

Kara não conseguiu evitar rir, ela era uma jovem sonhadora. Mas ela tinha uma pequena falha em ver tudo como um conto de fadas.

"Você é muito jovem para essas coisas, espere uns 2 ou 3 anos, aí podemos pensar sobre isso." ela diz encontrando as tulipas

"Você é apenas 4 anos mais velho que eu e é solteira."

"Sou solteira por escolha."

"Eu sei, você rejeita todos os homens que compram flores especialmente para você, sua sortuda", ela diz com um beicinho.

A mais velha balançou a cabeça e voltou para a área da frente com as tulipas. Havia muitas pessoas dentro da loja, seria um dia movimentado.

Enquanto ela arrumava as tulipas, ela podia sentir vários pares de olhos nela. Normalmente isso não a incomodaria, mas dessa vez os olhares não pararam depois de alguns segundos.

Assim que ela se virou, viu dois homens por perto olhando para ela com um sorriso no rosto. Ela revirou os olhos e voltou a arrumar suas próprias coisas.

Amor em Genosha (Kurt Wagner/Noturno)Onde histórias criam vida. Descubra agora