VI

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Kurt a segurou até ela adormecer. Havia manchas de lágrimas secas por todo o rosto dela. Além disso, sua camisa tem uma mancha molhada.

A dor que ela sentia era tanta que ele podia sentir. Foi uma surpresa e uma revelação Gambit ser seu irmãozinho.

Gentilmente, ele a colocou na única cama disponível no apartamento, que era no quarto dele. Ela se enrolou em uma bola assim que atingiu o colchão. Kurt colocou um cobertor e saiu silenciosamente.

Kara acordou assim que ele a moveu para o sofá. Ao ver que ela estava sozinha, mais lágrimas fluíram de seus olhos. Ela não conseguia deixar de pensar em Gambit.

Como ela pode esquecer seu próprio irmão? Ela só o viu uma vez quando criança, mas estava tão animada por ter um irmão. Sua mãe agiu como se nunca tivesse tido um parto de 22h, abandonando seu próprio filho.

Agora fazia sentido, depois daquele dia eles se mudaram para Nova York. Ela sempre soube que seus pais tinham um ódio quase supremo por mutantes. Mas abandonar um bebê, um recém-nascido, não era algo que ela conseguia entender.

Quando sua mutação se manifestou, seus pais e avós se mudaram. Ter uma mutação física foi o gatilho, mas ela sabia que se fossem apenas as visões, eles teriam o mesmo ódio.

Kara não teve a chance de conhecê-lo melhor. Mas o pouco que ela o conhecia o deixou feliz em ver que ele tinha se tornado bem, até mesmo se tornado um X-Men. Ele tinha morrido para salvar os outros, ele tinha dado sua própria vida.
Mais lágrimas fluíram de seus olhos, ela dormiu de exaustão.

~•~

No dia seguinte, assim que abriu os olhos, encontrou um quarto relativamente escuro. Sendo iluminado apenas por alguns feixes de luz que passavam pela cortina.

Ela sentou-se esfregando os olhos sentindo algumas crostas de lágrimas secas, ela suspirou. A porta se abriu lentamente, Kurt entrou segurando uma bandeja com um belo café da manhã.

"Desculpe, devo voltar mais tarde?" Ele perguntou ao ver o rosto sonolento dela.

"Não, você pode entrar." Ela se ajustou melhor, ignorando as pontadas (agora suportáveis) na perna. "O que temos para hoje?"

"Fiz uma torrada com geleia de morango e um pouco de suco natural de melancia." Ele coloca a bandeja na mesa de cabeceira. "Não sabia o que você gostaria, então fiz algo suave."

"Obrigada, Kurt, você é um amor." Mesmo que ela estivesse grata pelo café, ele podia ouvir o tom de tristeza vindo dela. "Sinto muito por ter arrastado você para fora da cama."

"Kein Problem, eu não me sentiria bem com você dormindo machucada no sofá." ele diz, indo vasculhar uma mala que Kara só agora notou. "Como você está se sentindo?"

"Ainda abalada, mas de certa forma superando." Ela dá uma mordida na torrada.

"Fico feliz em ouvir isso. Você se importa se eu tomar um banho?"

"É o seu lugar, não precisa me perguntar."

Kurt riu divertidamente, então pegou uma muda de roupa e desapareceu com um leve "Bamf". Kara ficou sozinha tomando café da manhã. O cheiro que residia no quarto era de Kurt, e se ela se concentrasse, ela poderia até sentir a sensação de seu pelo.

Amor em Genosha (Kurt Wagner/Noturno)Onde histórias criam vida. Descubra agora