Corda

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- mãe do céu, ele me levou para o meio do nada e meteu um tiro na minha cabeça! - Koushi conversava com a mulher pela vídeo chamada enquanto arrumava superficialmente a cozinha.

- mentira. - a mais velha estava no mínimo chocada, era muita informação caindo sobre si de uma só vez sem pausas sequer para tomar uma água e digerir o assunto.

- é verdade! Ele me deu um tiro com a arma de verdade e outro com a de choque, eu quase desmaiei mas que bom que a senhora criou um guerreiro, eu aguentei todos os tiros, a mamada na pistola e ainda sentei nele feliz da vida como se não fosse nada.

- Koushi do céu, quando eu te disse sobre as batalhas que você iria enfrentar na vida por querer se casar com o Daichi.. não era esse tipo de batalha não meu filho - mesmo com as bochechas rosadas a mulher comentou alegremente bebericando seu chá fumegante - mas e o cacetete? Ele já aceitou?

- a senhora acredita que não? Aquele viado tem a coragem de pisar na minha cara, me descer murros com o meu corpinho totalmente indefeso, me meter bala e choque, mas o cacetete que é bom, nada!

- pera aí filho, murro?

- eu não te contei essa parte não mãe?

- ué, não.

- foi assim olha - se sentou na cadeira em frente ao celular para se concentrar melhor na conversa - da primeira vez, eu tava de quatro, aí eu senti a mão dele passando na minha bunda e depois foi para a cintura, pensei: nossa, ele deve gostar mesmo da vista. Aí eu empinei um pouco mais, nisso que eu empinei um pouco, só senti o punho dele na minha lombar de uma vez - socou as costas de uma mão contra a outra para demonstrar todo o seu descabimento com a ação. - e na outra foi no sofá daqui da sala, ele chegou de farda mãe! De farda! Ele me girou inteiro, meteu o pé na minha cara e os caralho, foi soco na costela e tapa na bunda, eu fiquei em choque.

- em choque estou eu meu amor - a senhora soltou o chá antes que derrubasse a cerâmica - e doeu muito?

- não exatamente, foi mais o susto mas eu fiquei com uns ematomas, olha - se virou de costas na cama levantando a blusa mostrando a marca vermelha no final de sua lombar.

- isso é agressão domestica, você quer que eu ligue para a polícia, filho?

- ele é a polícia, mãe. - o platinado riu devolvendo a camiseta para o lugar - mas em fim mamãe, eu preciso ir agora, deixei o meu homem sozinho lá no quarto.

- tudo bem, vai se divertir querido, beijinhos - a mulher beijou a tela sorrindo.

- eu vou mamãe, eu vou sim. Eu te amo.

- eu também te amo querido - e enfim a chamada foi encerrada.

Koushi bebeu o copo de água - que era o seu objetivo principal indo até ali - e voltou ao quarto sorrindo ao ver que seu noivo realmente havia o obedecido - como se ele tivesse outra opção.

You (me) assOnde histórias criam vida. Descubra agora