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Alissa recebeu um beijo na testa de seu querido pai, apesar de que o seu mau humor recorrente era resultado de uma escolha dele.

━━ Nos avisem quando chegarem. ━━ Marie, sua mãe, pediu.

Max deu um breve aceno para os dois, encostado em sua Aston Martin. Alissa revirou os olhos e caminhou até o carro, estendendo a sua mala para ele e fazendo a menção de abrir a porta de trás.

Max toca o pulso dela, gentilmente.

━━ Você vai no banco da frente. ━━ Ele sussurra.

━━ Por que?

━━ Por que vamos fazer isso certo e acabar com essa asneira o mais rápido possível. ━━ Max avisa. ━━ Fique parada.

Alissa respira fundo, desvencilhando o seu pulso da mão de Max. Ela espera, em uma falsa paciência, que ele guarde a sua mala e suba os degraus de entrada para falar com os seus pais. Uma das coisas que Alissa nunca iria entender, era a relação de Max com os seus pais. Certas vezes, parecia que Max era o segundo filho - Alissa recusava pensar que não era a primeira.

Ele comprimentou Logan e abraçou Marie, despedindo-se deles antes de finalmente abrir a porta do carro para Alissa, que sorriu minimamente com o gesto.

Sabia que toda essa gentileza era uma farsa, mas era desconcertante ver Max se esforçar para fazer algo que os beneficiava. Ela conseguia contar todas as vezes em que pensou que Max estava tentando se redimir ou agir pelo bem dos dois, mas no fim, era apenas um blefe que ela fielmente acreditava.

Seu silêncio durante os primeiros quinze minutos no caminho do aeroporto foi motivo o suficiente para manter a paz durante os primeiros momentos da manhã. Alissa reconhecia que se ficasse o maior tempo possível em silêncio, não haveriam brigas e nem desentendimentos entre eles.

Enquanto isso, Max reconhecia que os desentendimentos entre eles ficavam cada vez mais intensos a medida que o tempo passava, e que Alissa fazia o possível para manter-se calada a maioria das vezes. Mas isso era uma das partes que ele mais odiava: silêncio.

Silêncio para ele sempre foi uma punição desde pequeno. Max tinha uma memória vívida de sua infância, que gostaria de apagar de sua mente.

Max era apenas um garotinho e tinha perdido uma corrida de kart. Viu o rosto impaciente de seu pai após a derrota, sabendo que levariam horas para que o mais velho lhe dirigisse a palavra.

"Não fale com ele, Alissa. Max tem que aprender a lidar com a derrota sozinho."

Ele ainda lembrava do desgosto na voz do pai, que guiava Alissa pelos ombros para longe dele. Teve quase certeza de que aquele seria um dos únicos momentos em que Alissa seria gentil com ele, mas seu pai a impediu.

Horas mais tarde, quando ele pacientemente esperou que Jos e Logan terminassem seus drinks e conversa, Max foi embora com o seu pai.

Mas o caminho de volta para casa não foi como ele imaginava.

Jos ordenou que Max fosse andando de volta para o hotel em que estavam hospedados.

Max andou por meia hora sozinho, casa vez mais amedrontado pelo anoitecer e a distância que faltava do hotel. Estava cansado, e seus agasalhos não eram suficientes para que ele aguentasse o frio que começava a tomar conta das ruas.

Um carro buzinou perto da calçada, e ele sentiu um alívio ao ver o rosto familiar de Logan, com os lábios comprimidos e tentando entender o porquê de tal punição.

Max sentou no banco de trás, vendo Alissa com o rosto curioso ao seu lado. Não era a expressão teimosa de pervesidade infantil, ela estava tentando entender a situação.

✦ 𝐒𝐏𝐎𝐓𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓.  - MAX VERSTAPPEN. 𝟑𝟑Onde histórias criam vida. Descubra agora