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Alissa corria sem sair do lugar, tentando alcançar a mão de alguém que reconhecia muito bem o rosto. Olhava para trás de vez em quando, tentando ver o motivo pelo qual estava correndo.

Era uma neblina preta, espessa e apavorante. Ela corria mas suas pernas estavam lentas como se estivessem se movendo na água.

Tropeça, caindo no chão de concreto, sem conseguir tocar a mão. Vendo apenas o borrão de olhos turquesa antes de ser engolida pela neblina.

Alissa desperta, com o coração acelerado. Ela se senta na cama, com a testa suada e a respiração descompassada. Ainda estava escuro além das persianas na sua janela.

Teve um pesadelo.

Ela liga o celular.

Três e vinte e um.

Abaixo do horário, uma mensagem de texto em suas notificações.

⤿ Max. 3:19 A.M
Tem se cuidado, garota? Você sumiu.

Alissa coçou os olhos e desbloqueou a tela.

Alissa.
Sim. E você? Não ouvi nada sobre as corridas.

Max.
Estressante. O carro tá uma merda.

Alissa.
Espero que esteja dando o seu máximo, então.

Max.
Eu estou.

Alissa.
Que bom, porque eu não acordei no meio da madrugada pra saber de notícias ruins.

Max.
Droga, foi mal. Eu esqueci completamente da diferença de horários.

Alissa.
KKKKKKKK
Tá tudo bem, eu já acordei mesmo.

Max.
Não não, volte a dormir.
Marie me disse que você anda meio cansada, deveria dormir melhor.

Alissa.
Ela que fica contando ou você que fica perguntando sobre mim?

Max.
Um pouco dos dois.

Alissa.
Acho que já somos grandinhos demais pra brincar de telefone sem fio, não acha?
Se quer saber como estou, converse comigo diretamente.

Max.
Essa sua solução cai por terra. Não conseguimos conversar, Alissa.

Alissa.
Nós nem tentamos, na verdade.

Max.
Bem, não foi um telefone sem fio dessa vez. Agora, vá dormir. Quando eu chegar em Mônaco, você vem na próxima viagem.

Alissa.
É, eu sei. Estou pagando pelo preço de Horner ter assinado meu nome no livro do diabo.

Max.
São três da manhã aí, e você realmente fica falando coisas assim?
E outra, eu sou ruim desse jeito?

Alissa.
Eu só estou brincando, Max.
Você é só um pouco.

Max.
Nunca vou entender esse humor.
E pela terceira vez, volte a dormir.

Alissa.
Tô indo.
Boa noite, Emilian.

Max.
Não me chame assim.
"Lissy".

Alissa ri, desligando o celular e colocando o celular de volta na escrivaninha e adormecendo.

Enquanto isso, Max sentava no banco de espera do aeroporto, pensando em Alissa pela quinquagésima vez durante as duas semanas em que ficaram distantes.

Provavelmente pensou mais, mas esse foi o máximo que ele conseguiu contar.

Detestava o fato de que ela não saia da sua mente, e detestava o próprio orgulho por não ter mandado uma mensagem sequer.

Até cinco minutos atrás, se ele não tivesse apertado o botão 'enviar' pela pressão de seu amigo Lando, ele passaria mais algumas sem contato direto com ela. O que talvez para Alissa não fizesse tanta diferença, já que ele estaria de volta a Mônaco quando ela acordasse.

Max sentia falta dela de uma maneira desconcertante, e ele, por mais que tentasse evitar a veracidade da suposição, esperava que ela mandasse um "volte para casa" a qualquer momento.

Ele detestava saber que voltaria se ela pedisse.

Só precisava que ela pedisse.

E ela estava deitada entre os lençóis, sonhando com um borrão de olhos turquesa que pertenciam à ele. Tentando alcançar sua mão, seu conforto para afastar a neblina escura.

✦ 𝐒𝐏𝐎𝐓𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓.  - MAX VERSTAPPEN. 𝟑𝟑Onde histórias criam vida. Descubra agora