Capítulo XIV

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Dylan M.

  Medo.

  Era o que eu estava sentindo, a única coisa que eu estava sentindo.

  Eu estava em um quarto escuro, amarrado em uma cadeira com apenas uma fraca luz vindo da pequena janela iluminando o cômodo. Minhas roupas estavam amarrotadas e sujas, meus olhos inchados de tanto chorar e um sentimento de angústia enorme crescendo dentro de mim.

  "Vince...Cadê você?"-Pensei enquanto soluçava em meio a um choro silencioso.

  De repente ouço a porta se abrir e levantei minha cabeça, na esperança que fosse Vince vindo me buscar, porém era um homem estranho, alto, cabelos quase grisalhos e olhos profundos, acompanhados de uma cicatriz que atravessava de sua testa até a parte de baixo do olho direito. Apenas de vê-lo eu estremeci.

  Ele andou lentamente até mim, com as mãos atrás do corpo e uma postura intimidadora, e quando ficou frente a frente para mim, se curvou para que pudesse retirar uma mecha de cabelo que cobria meu rosto.

  –Boa noite, Dylan.—Ele abriu um sorriso, que deveria ser gentil mas que pareceu assustador.—Espero que meus rapazes não tenham te machucado seriamente, ou machucaram?

  Eu não respondi a pergunta, mas ele ainda parecia calmo. O homem puxou uma cadeira que estava no canto do quarto e se sentou na minha frente, me olhando de cima a baixo.

  –Gosta de vinho? Champanhe? Ou você não bebe álcool?—Ele estalou os dedos e uma mulher vestida inteiramente de preto trouxe uma bandeja com dois copos e diversos tipos de bebidas.

  Ela a colocou sobre uma pequena mesinha que estava perto da parede ao nosso lado e saiu em silêncio.

  "Ele vai me embebedar? Ele colocou veneno nessa bebida?"

  Ele se levantou e serviu um pouco de vodka no pequeno copo e trouxe até mim.

  –Se você está preocupado ou com medo de que eu tenha posto veneno aqui...não se preocupe, eu não tenho intenção de te machucar...se você for um bom garoto, claro.—Ele me observou por alguns segundos.—Tudo bem, veja.

  Ele levou o copo até a boca e bebeu todo o líquido, se aquilo estivesse envenenado ele certamente morreria.

  –Por que eu beberia com o meu sequestrador? Por acaso somos amigos?—Finalmente disse alguma coisa e ele me olhou surpreso.

  –Bem...Se você se comportar direitinho eu posso me tornar seu amigo.—Ele me deu outro sorriso cínico.—Aceita alguma coisa?

  Eu estremeci. Aquele homem provavelmente era um psicopata, o melhor a se fazer seria apenas obedecer ele, qualquer coisa que acontecesse comigo seria melhor do que a morte, então acenei positivamente com a cabeça e ele serviu o outro copo com a mesma bebida.

  Ele trouxe até mim e encostou o copo nos meus lábios, dando um pequeno sorriso. Antes de beber aquilo eu precisava perguntar muitas coisas.

  –Se eu beber você vai responder as minhas perguntas?—Olhei no fundo dos seus olhos.

  –...Claro.

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