Um Mês À Vida - MB

Dia 17: De Segunda à Terça-feira.

☀️ Boruto On

Após longos minutos voltando para a faculdade e conversar muito com os médicos finalmente chegamos e fomos ao quarto.

Mitsuki se deitou em sua cama enquanto eu arrumava o cabideiro de entrada, eu conseguia o ver de esguelha. É claro que ele não está bem. Ele ainda não aceitou que está com uma doença terminal.

Pelo espelho, o vi cobrir o rosto com as mãos. Deixei alguns casacos no cesto de roupas e fui até ele. Ele me olhou nos olhos com as mãos em frente a boca.

- Vai ficar tudo bem. - Disse a ele retirando seu gorro.

- Você sabe que não vai. - Ele começou. - Não temos todo esse dinheiro pra ambas as coisas. Nem os remédios, nem a cirurgia semanais. E mesmo se pagarmos depois de tudo resolvido, teremos uma dívida eterna... E se não funcionar, deixarei vocês com a dívida eterna.

- Qual é, não pense em dinheiro e muito menos em coisas negativas. Tendo dinheiro ou não, se trata de uma vida. Essa é a primeira prioridade de um médico, não é o dinheiro.

- Ah... - Colocou o travesseiro em seu rosto. - Gostaria de não sair nunca mais desde quarto. E ficar somente com você... - Segurou minha mão após retirar o travesseiro.

- Sua autoestima está baixa, não é?

- Está.

- Não se preocupa com isso. Você continua sendo uma pessoa extraordinária. - Sorri. - Isso é uma decisão sua, decida se quer contar a situação pro casal. Eu vou me banhar. Ah, tenta não mecher na sua pele. - Me afastei dele e me tranquei no banheiro.

Assim como ele não está acreditando nisso tudo, eu também não estou. O estado dele já é terminal, um nível alto, uma probabilidade de ele não sobreviver.

Meu corpo escorregou pela porta e se encontrou com o chão.

Eu tenho que me fazer de forte, mas nenhum dos dois tem essa capacidade. Se eu desabar na frente dele, ele também vai desabar e piorar a doença.

É desesperador pensar que o seu namorado está perto da morte e você não... Não consegue fazer nada. O que eu faço pra ajudar?

Eu preciso transformar os seus dias os mais felizes possíveis. O fazer esquecer um pouco do câncer. Mas eu não consigo esquecer, quem dirá ele.

Após me banhar, ainda pensativo voltei ao quarto e Mitsuki estava sentado olhando para o chão.

Com a toalha no quadril, fui ao meu guarda roupa e fechei o biombo. Procurei uma roupa melhor ora acompanhar o meu namorado na angústia.

- Está pensando muito. - Comecei.

- É que... Eu estive pensando... - Ele começou murmurando. - Se eu sou mesmo um rapaz sortudo por ter durado 10 meses e uns quebrados sem tratamento... Quanto tempo eu ainda vou aguentar?

- Mitsuki, melhor não ficar pensando nisso. Não vai fazer bem. - Vesti uma camiseta rosa meio avermelhada, ainda com os meus colares.

- Não bem isso que estou pensando. Mas é que... Bom, já nos beijamos algumas vezes e...

- E? - Queria que ele terminasse o raciocínio. Eu vestia uma calça preta e abri o biombo guardando as coisas. - Continua, o quê?

- Você acha que conseguiríamos ter uma daquelas noites? - Eu ainda estava de costas segurando a minha toalha branca. Isso me surpreendeu.

- O quê? - Me virei e sua direção. Ele ficou de pé.

- Seja sincero. Você ainda ficaria mesmo comigo sabendo que minha pele está morrendo, que EU estou morrendo?