Na base da F55, escondidos dos olhos curiosos da sociedade, os mais diversos experimentos eram realizados combinando a alta tecnologia com humanos. Um erro, um único e pequeno erro levou a um desastre. Um dos oficiais responsável pela ala 23T se descuidou no momento de checagem dos experimentos. Alguns míseros segundos foram o suficiente para que o projeto B1t3 conseguisse se conectar com o sistema do andar, fazendo assim com que tudo se desligasse. O projeto Blade se livrou de suas correntes com facilidade, sem os sistemas de radar, alarmes e nenhuma defesa potente ele foi capaz de fugir. Assim como os outros experimentos do andar 23T.
Alguns minutos depois o reforço chegou à ala, mas já era tarde agora Blade está perdido, sabe se lá onde, mas estava livre e nenhuma força poderia Pará-lo.
Uma densa chuva caia sobre a cidade, tudo parecia normal, mas Blade se encontrava entre as sombras no alto dos prédios. Com bastante foco olhava para baixo, as ruas vazias, povoadas quase que exclusivamente pelos carros. Blade se encontra encima de um prédio olhando para abaixo, analisando friamente a rua. Seus sentidos aguçados pressentiam o mal, sua mente cansada quase estava desistindo quando vê um homem de cabelo preto, postura rígida e roupas encharcadas. Seus olhos viram através de sua alma, sangue, muito sangue, isso indicava que ele era um assassino.
Blade se levantou, o homem encurralou um garoto, sem dizer muito começou a bater no rapaz que ficou apavorado. Usando sua visão, Blade logo notou que era apenas um estudante, inocente que agora estava apavorado. Sem nem pensar ele salta em alta velocidade se direcionando até os dois, aterrissou ao chão, sem nenhum arranhão.
O homem, segurando o garoto ameaça com o tom elevado: ― Moleque, passa a grana!
― Eu não tenho! ― grita o garoto com medo. ― Me solte... Por favor! ― implora, tremendo.
Blade se ergue caminhando calmamente até os dois, o homem ouviu seus passos se virou para trás ficando de frente para Blade. Um cara com longas unhas de tigre, braços enfaixados. 1,85 de altura. Longos cabelos brancos. Roupas simples, mescladas com as faixas encardidas. Em sua cintura preso em seu cinto a bainha de sua espada.
O homem soltou o garoto, surpreso. Mesmo diante de uma figura tão estranha, ainda teve a audácia de gritar para Blade:
― Qual é aberração. ― o homem leva sua mão ao seu bolso, Blade parou. Convencido que havia assustado Blade o homem continua de forma mais arrogante: ― Você quer apanhar? Seu merda!
Um silêncio se faz entre os dois, Blade ergue seus olhos para o infeliz em sua frente, com uma expressão de desgosto, que exibe suas presas avantajadas diz:
― Cale-se... Seu idiota. ― sua voz corta o silêncio como uma afiada lâmina. ― Marmanjo. Retardado de merda. ― suas duras palavras surpreendem tanto o homem quanto o garoto. ― Você... Me xingou!
Sem perder tempo o homem saca sua arma.
― Eu vou te meter pólvora, otário. ― anuncia antes de atirar contra Blade, que não sofre arranhão algum. Apenas continua olhando irritado para o homem que recua e tenta falar: ― Meu Deus... Ahh, c-cai f-f-fora i-i-idio... ― Blade continua se aproximando erguendo suas unhas para o maldito que o ofendeu. ― Idiota... ― a voz do homem falha, quando Blade se coloca há menos de dez passos dele, seus olhos comprovam que ele não terá piedade. ― N-não m-me... Mate, por...
Ignorando os lamentos inúteis do homem, Blade perfura sua cabeça enfiando sua mão em sua boca atravessando todo o seu crânio. Com o homem morto o lança para longe para livrar sua mão de seu corpo nojento. Seus olhos se voltam para o garoto que rapidamente se encolhe temendo por sua vida.
― Socorro, não me mate também. ― ele chora, desesperado. O que comove suficientemente Blade, para que ele o tranquilize com uma meia verdade.
― Eu não mato inocentes. Pessoas com sangue puro merecem viver. O idiota era um assassino impiedoso. ― aponta para o cadáver, mas vendo que o garoto continuava apavorado complementa: ― E... Ladrão?!? É, ele era um ladrão, muito mal... É isso. ― dá de ombros e ergue o polegar para o garoto, antes de se virar, caminha sobre a poça de sangue no chão e com apenas um salto alcançar o alto dos prédios e desaparecer na escuridão da noite.
O garoto olha para o homem morto no chão sem metade da cabeça com seus órgãos escorrendo pelo chão e sem um olho, olha novamente para o alto e foge.
Blade nota que tem que procurar um lugar para passar a noite, passando pelos bairros mais vazios da cidade, encontra um armazém abandonado. Um lugar ideal para se esconder dos holofotes da sociedade, se aproxima da porta forçando a maçaneta...
Fechada, com suas poderosas garras Blade poderia facilmente destruir as fechaduras ou usando a força de seu corpo derrubar a porta, contudo para Blade só havia uma alternativa.
Se afastando da porta, Blade tomou impulso e corre em direção a uma janela se batendo contra ela quebrando o vidro. Todo orgulhoso murmura para o alto:
― Que sujeira que eu fiz, há, há, há.
O silêncio logo consumiu suas palavras, o lugar não possuía nada de especial e aparentava estar abandonado a um bom tempo. Blade se encostou em um canto longe de qualquer fonte de luz, a noite tem problemas para dormir, suas memórias na F55, o atormentam. Mesmo tentando afastar os pensamentos seu corpo ainda reagia como se ainda estivesse sendo cortado, suas mãos foram deformadas para o implante das garras, seringas o injetaram substâncias desconhecidas. Os tratamentos deturparam completamente suas memórias de quem um dia ele já foi... Mas algo dentro de si dizia que ele não era um monstro, não como os outros... Tantos experimentos, tanto sofrimento, seus gritos de angustia o deixavam inquieto, seu sexto sentido fareja por problemas.
Seus instintos o levaram a um passeio à noite pela cidade, tudo seguia calmo, calmo de mais para o gosto de Blade. Quando ele estava cogitando voltar para o armazém, seus pelos se arrepiam e uma faca é arremessada perfeitamente em seu pescoço. O líquido escuro, viscoso. Como graxa de carro, escorre pelo seu pescoço, com um sorriso satisfeito, por novamente estar certo, ele retira a faca.
Sem olhar para seu atirador, lançou a faca para trás á cravando perfeitamente na veia do braço do homem. Um cara alto, magrelo, trajado com uma moda ultrapassada. Jaqueta de couro, botas com espinhos, correntes e um cabelo moicano bem "punk".
Com a mão em seu braço ferido, o homem murmura, não aparentando perceber o perigo de irritar Blade: ― Droga... ― ele se volta para o beco atrás de si: ― Venham para cá! ― seu grupo começou a cercar Blade, todos homens fortes segurando diversos tipos de metais.
Cano de ferro, porrete de chumbo, taco de cobre e marreta de aço. Eram cinco homens, quatro armas, afinal o primeiro estava incapacitado. Ao menos na visão de Blade que se voltou para os quatro com um largo sorriso torto, suas pupilas dilatavam a medida que a adrenalina aumentava.
― Há! Precisa de babacas com metais. ― saca sua espada, uma katana feita de seus ossos arrancados e o que sobrou de suas garras. ― E eu não preciso de nada além de minhas mãos, mas só pra humilhar bonito vou usar a katana, engole essa seu merda! ― sem perder tempo enfia a lâmina no peito do primeiro que ele que vê. Que carinhosamente chamou de "1" em sua mente.
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Blade, não confundir com o da Marvel
AksiEssa história é minha releitura da história do Youtuber/streamer/cantor Vitor do canal Gemaplys todos os créditos são pra ele. Blade é um experimento que não sabe de seu passado, graças a uma falha na segurança da base F55 ele obteve sua liberdade...