Rayssa's pov
Estar com Amanda denovo me fazia tão bem. Se ela soubesse o quanto eu senti falta de ouvir sua risada, sentir seu cheiro doce, a assistir falar animadamente sobre seus jogos, nunca teria se afastado.
Claro, não culpo somente ela, não soubemos lidar com a rotina lotada das duas, mas agora me sinto aliviada, me sinto completa outra vez.Amanda sempre foi uma pessoa muito importante para mim, quase como uma irmã, e nunca fiz questão de esconder isso.
Ela sempre me acompanhou em todas as competições, e eu ia em todos os jogos que podia, assistir e torcer por ela. E digo com toda a certeza do mundo que no momento eu sou a pessoa mais orgulhosa dela.
E me sinto extremamente feliz por poder acompanhar ela nas primeiras olimpíadas.Fiquei completamente nervosa quando a garota deitou sua cabeça em meu ombro, me tirando de meus pensamentos. — Estou com sono. — Bocejou. Eu estava imóvel sentindo o peso de sua cabeça no meu ombro enquanto sentia seu cheiro invadir minhas narinas.
— Quer ir embora? — Perguntei, a vendo pensar por um momento. — Nathi não vai ficar chateada, já está aqui há horas.
— Me acompanha até a porta?
Amanda's pov
Me despedi de Giulia, Nathália, Felipe e alguns amigos. Agradeci minhas amigas pelo convite e Rayssa me acompanhou até a porta.
Já se passava das onze da noite, estava extremamente cansada e dolorida por conta do jogo de mais cedo.
Abri o aplicativo para pedir um carro, esperando que Jhúlia fosse se despedir de mim e entrar novamente, mas ela não o fez, ficou encostada na porta esperando que o carro chegasse.Mas isso não aconteceu, fiquei bons minutos procurando um motorista, mas por conta do horário não havia encontrado nenhum ainda.
— Desliga isso aí, vou pedir um aqui pra você. — Disse me chamando com a mão para que eu me aproximasse. Logo em seguida tirou o casaco que usava e me envolveu com ele, já que eu tremia de frio. — Fica quieta e coloca o casaco rapaz! — Falou rindo quando tentei negar
Demorou alguns minutos para o carro chegar, enquanto isso Jhúlia me aconchegou em seus braços, me protegendo do frio. Um choque percorreu a minha espinha quando ela fez isso, mas simplesmente ignorei a sensação e me encolhi no seu peito.
— Vem, eu vou te levar pra casa. — Falou assim que o motorista estacionou em frente ao meio-fio
— Não precisa disso. — Neguei com a cabeça — Chegando em casa te aviso.
— Nada disso, não senhora! — Fez sinal de não com os dedos — Muito tarde pra senhorita ficar andando na rua assim. — Dei risada e ela abriu a porta do carro para mim — Anda anda, entra!
O caminho pra casa foi tranquilo, as vezes Rayssa conversava com o motorista, ou me contava sobre algo que tinha acontecido nesse tempo afastadas. Tentei devolver seu casaco, já que já estávamos dentro do carro, mas ela negou.
Percebi que a garota não tinha colocado uma parada no aplicativo, o destino final era na minha casa. E quando chegamos, Jhúlia desceu do carro e o motorista foi embora.— Por que desceu aqui também? — Perguntei dando risada
— Para me certificar que chegaria em segurança.
— Estamos na frente do meu condomínio, Rayssa! — Exclamei dando um grande sorriso
— Muita coisa pode acontecer contigo nesse caminho rapaz! — Disse e eu ri mais ainda sendo acompanhada pela mesma — Só queria mais um tempo pra conversar contigo, foi mal.
— Não tem que se desculpar, faz algum tempo que não conversamos. — Concordou com a cabeça — Vem, vamos pelo menos entrar.
Caminhamos algumas ruas até chegar em frente a minha casa, Jhúlia não quis entrar, já se passava das onze e meia e minha mãe já devia estar dormindo. Sentamos no meio- fio lado a lado.
— A gente fazia isso direto, lembra? — Se referiu a sentar na calçada e ficar até altas horas conversando sobre a vida, sorri e acenei com a cabeça — Sabe mandi, estava estranhando viver minha vida sem te contar de tudo. — Admitiu, com o tom de voz sério
— Sinto saudade de acompanhar sua vida de perto. — Falei olhando pro asfalto, sem conseguir olhar para a garota ao meu lado — Podemos nunca mais ficar afastadas?
— Combinado!- Sorriu pra mim quando finalmente a olhei — Sabe, quando vocês ganharam aquele jogo, no mês passado, eu pensei em te mandar mensagem, mas não achei que você fosse gostar ou sei lá.— deu de ombros
— 'tá maluca? — Falei alto dando risada — Era tudo que eu queria, Rayssa!
— A Nathália me convenceu a ir te ver hoje mas fiquei nervosa de pensar como você reagiria. — Coçou a nuca
— Fiquei muito feliz que foi me ver, Leal! — Sorri para a garota que fez o mesmo — E ainda bem que foi.
Ficamos um bom tempo conversando na calçada, até quase uma da manhã, quando a mãe de Rayssa ligou para ela, falando que a buscaria pois já estava tarde. Eu não deixaria a garota ir embora sozinha tão tarde da noite também.
Assim que tia Lilian apareceu e desceu do carro fui correndo até ela.— Oi, meu bem! — Disse me envolvendo em um abraço — Quanto tempo você não vai em casa, hein.
— Estava com saudades, tia. — Sorri para a mais velha — Vou aparecer mais lá agora.
— E vai mesmo, tá? — Jhúlia brincou e veio me abraçar para se despedir. Foi um abraço demorado, aproveitei a sensação dos braços de Jhúlia me envolvendo e fazendo um carinho leve nas minhas costas. — Não some! — Foi a última coisa que disse antes de entrar no carro e ir embora
Naquela noite, depois de tirar a maquiagem, tomar banho e me preparar para dormir, deitei na cama usando o moletom de Rayssa sentindo o cheiro dela que tinha ficado nele e fiquei levemente chateada por ter que devolvê-lo mais tarde.
☆
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝙎𝙤𝙧𝙩𝙚 𝙣𝙤 𝙖𝙢𝙤𝙧 𝙚 𝙣𝙤 𝙟𝙤𝙜𝙤 - Rayssa Leal
Fanfiction𝘼𝙢𝙖𝙣𝙙𝙖 𝙎𝙤𝙖𝙧𝙚𝙨, a mais jovem ponteira a jogar pela seleção brasileira de voleibol feminino nas olimpíadas de Paris 2024. 𝙍𝙖𝙮𝙨𝙨𝙖 𝙇𝙚𝙖𝙡, skatista e mais jovem medalhista olímpica brasileira. Onde 𝘼𝙢𝙖𝙣𝙙𝙖 e 𝙍𝙖𝙮𝙨𝙨𝙖 descob...