Capítulo: Quando os Olhos se Encontram
A música da festa vibrava pelas paredes, ecoando pelas almas presentes como se fosse a trilha sonora de um filme, mas para duas figuras no meio da multidão, o som estava abafado, distante, quase irrelevante. O ambiente ao redor parecia se dissolver em um turbilhão de cores e luzes, enquanto suas mentes se fixavam uma na outra, esquecendo o resto do mundo.
Marianne e Riley estavam paralisadas, os olhares conectados por uma tensão elétrica que parecia acender memórias enterradas. A batida suave de "My Boo" ressoava, cada nota parecendo sincronizar com os batimentos de seus corações, que de alguma forma, ainda se conectavam. O tempo que passara desde a última vez que se viram parecia desaparecer, e em seus olhos, tudo se misturava em uma tempestade de sentimentos não resolvidos.
Marianne sentiu uma onda de emoção que quase a fez vacilar. Queria correr até Riley, envolvê-la em seus braços e confessar o quanto sentira a falta da garota todo esse tempo. A saudade que carregava parecia um fardo, mas naquele momento, algo estava completo, uma lacuna preenchida apenas pela presença da loira. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se inteira, mas o medo a manteve ancorada no lugar. Riley sempre teve um efeito avassalador sobre ela, e naquele instante, a vontade de se entregar a esse sentimento foi quase insuportável.
Por outro lado, Riley estava tomada por uma necessidade visceral de empurrar todos ao redor, abrir caminho até Marianne e puxá-la para perto. Sentir o calor do corpo de Marianne contra o seu, o cheiro inconfundível dos cabelos dela, o toque de sua pele. Riley queria se perder novamente naquelas sensações que conhecia tão bem, esquecer aonde estavam, o porquê da distância. Mas antes que pudesse reagir, a voz de Max a chamou de volta à realidade, arrancando-a da bolha que criara ao redor das duas. Por um breve momento, viu Marianne desviar o olhar, a conexão entre elas se partindo como um espelho rachado, fragmentos caindo no chão. A realidade voltou com uma força esmagadora. Marianne estava longe novamente, e tudo o que restou foi um vazio sufocante.
Enquanto Max continuava tentando falar com ela, Riley se viu transportada para o passado, para a última vez em que haviam falado.
— Eu não consigo acreditar que você vai simplesmente embora! — Riley gritou, a voz carregada de frustração e raiva. — Como você pode fazer isso, Marianne? Como pode me deixar?
Marianne, com os olhos marejados, tentava se manter firme, mas sua voz tremia ao responder. — Riley, não é como se eu quisesse ir embora. Isso é importante para mim, é uma oportunidade que eu não posso desperdiçar. Eu... Eu preciso fazer isso, mas isso não significa que eu quero te deixar.
Riley balançou a cabeça, incrédula. — E eu? Como você acha que eu vou ficar? Como eu vou conseguir... — A voz dela falhou, quebrada pela dor que sentia. — Eu não quero te perder, Marianne, mas não posso fazer isso, não posso ficar aqui e te ver partir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Azul é a cor do amor: A história se reinicia
Fiksi RemajaRiley e Marianne se conheceram no colégio, onde uma conexão intensa e inesperada começou a se formar. Suas vidas tomaram rumos diferentes, mas o vínculo entre elas permaneceu. Ambas frequentaram uma faculdade comunitária juntas, mas, ao longo do tem...