Emergindo da Névoa: O Desembarque na Ilha das Criaturas

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Depois que saímos da arena, fomos levados para um alojamento que parecia bastante confortável em comparação com o que havíamos enfrentado.

Tomamos um banho relaxante e logo depois, fomos conduzidos com os outros vencedores para um jantar, a refeição foi muito boa, o clima era de celebração, mas eu estava com a mente distante, pensando no que viria a seguir.

Após o jantar, voltamos para o quarto e nos foi recomendado que dormíssemos cedo, pois partiríamos para a ilha na manhã seguinte.

A noite parecia interminável para mim, eu não consegui dormir direito e para minha surpresa, tive sonhos que nunca havia tido antes, pesadelos com as criaturas.

Em meus sonhos, eu tentava desesperadamente fugir delas, mas me via cercado, prestes a ser capturado.
A sensação de medo era tão intensa que, quando finalmente acordei, estava ofegante e com o coração disparado.

Nunca antes, após anos de treinamento, eu havia sentido um medo tão profundo.

Foi impossível voltar a dormir, uma sensação estranha e indefinível me apertava o peito, algo que eu não conseguia explicar.
E a inquietação só aumentou quando, pouco depois de ter acordado, batidas na porta soaram, anunciando que era hora de nos prepararmos para a partida, o aperto no meu coração se intensificou, mas tentei ignorar esses sentimentos e me levantei, decidido a me arrumar.

Enquanto eu me vestia e preparava minhas coisas, a imagem das criaturas ainda estava fresca em minha mente e o medo que senti parecia quase real.

Eu me perguntava se os sonhos eram uma simples ansiedade ou um presságio do que estava por vir, mas de qualquer forma, eu sabia que não podia deixar que esses sentimentos me dominassem, era hora de enfrentar o que estava por vir e cumprir a missão que tínhamos pela frente.

Depois de tudo pronto, fomos levados para um avião.

A viagem seria dividida em duas partes: primeiro voaríamos pelos céus e em seguida, pegaríamos um barco.

E assim que entramos no avião, Ben estava radiante com a ideia de voar.

—Primeira vez que eu vou andar de avião — Ben exclamou, saltitando de tanta empolgação.

—Cuidado para não derrubar o avião com essa sua animação toda — Joe brincou, o que fez Ben parar de pular e nos olhar assustado.

—Pulos podem fazer um avião cair?

—Não, relaxa — Eu disse enquanto passava por eles para me acomodar —Joe só tá zoando.

Ben colocou a mão no peito, visivelmente aliviado e se sentou ao meu lado, seguido por Joe.

O avião decolou e ao sentir o frio na barriga da decolagem, eu percebi o quão ansioso estava. Enquanto Ben estava empolgado, observando a paisagem pela janela e falando sem parar, eu fechei os olhos para tentar descansar.

A noite mal dormida estava me pegando e sem perceber, acabei cochilando.

Infelizmente, os pesadelos com as criaturas voltaram com força total e eu acordei com um salto, o coração acelerado, quando uma das criaturas parecia estar prestes a me matar.

—Tudo bem? — Joe perguntou, notando meu susto quando dei um pulo no banco.

—Ah, sim. Tá tudo bem, não foi nada — Tentei disfarçar, olhando ao redor e notando que Ben não estava mais ao meu lado —Cadê ele? — Eu perguntei apontando para o lugar vazio.

—Foi pedir pro piloto deixar ele pilotar o avião.

—Nem brinca — Falei, olhando para o corredor em busca de Ben.

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