Quando encarou o abismo da própria alma e viu que os demônios eram reais, ele sorriu aliviado.
Que alegria! - Não precisava mais sofrer calado.
Pedir ajuda virou um ato de coragem.
- Dostoiévski, Os Demônios (1872)Morningstar sempre se viu na defensiva ao falar de seus próprios problemas, tratando como se fosse piada; ou que estava tudo bem, não precisa de ajuda, não precisa conversar. O problema do outro será sempre maior que o seu, então fique calado, por que está sofrendo? Tem comida, tem dinheiro, tem tudo. Logo porque sofrerá?
Pedir ajuda para o louro era um ato de covardia, uma ato de um perdedor. Não conseguia sentir empatia por si mesmo, não consegue ver que seus problemas também são validos - e por ignorar, os sentimentos apenas aumentão de acordo com o tempo; o relógio não espera o nosso melhoro. Nós temos que seguir o horário passando, e não o tempo aguardar enquanto temos uma crise sobre o real sentido da vida.
Esconder quando algo havia de errado, era a pior coisa para Lucifer. Ele não sabe agir enquanto segura o peso de alguma responsabilidade, e consequentemente ficava estressado, quebrando coisas ou dizendo palavras sem sentido. E os discursos possivelmente estranhos ao ver por outra pessoas.
O loiro era alguém animado, cujo só de olhar, via-o dando pulinhos felizes e dizendo coisas sobre patos. Mas ao ser encoberto por sentimentos que apertava seu coração, não sabia pedir ajuda. Sentindo-se reprimido, inferior, e alguém inútil. E agora, era o momento em que se via impotente. Não conseguia expressar o que sentia, por medo de ser negado por Alastor.
Aprenda a ser gentil consigo mesmo.
Amar a si mesmo não é um pedido egoísta
Amar mais ao outro, é um feito de egoísmo para você e para quem amas.
Como você pensava que seria sua vida adulta?
— Como você se imagina adulto? — O menino de cabelos castanhos e pele morena, pergunta a criança loira, cujo estava sentada ao seu lado, na areia.
O clima era úmido, e estava ao escurecer. O sol cruzava-se com à lua. E havia apenas duas, únicas crianças sentadas na areia, perto de alguns brinquedos infantis. O menor estava construindo um castelo, enquanto o mais novo apenas o observava. A diferença de idade não era tão distante, dois meses, apenas.
Lucifer aparentava estar pensativo com o questionamento, nunca havia pensado nisto. Pois seu foco no agora era; brincar, correr, comer e dormir. Não havia responsabilidades, seus pais o ajudavam, por mais que o homem de sua família era distante. Logo o louro, apenas para o que fazia, encarando o crepúsculo. A vista era linda, dava para observar algumas aves sobrevoando.
— Eu não sei — A criança finalmente responde — Talvez... eu vou ser um presidente, e aumentar os impostos para cem porcento — Ele abre um sorriso bobo, mostrando os dentes que faltavam em sua boca.
— O que são impostos? — Alastor franze a testa.
— Também não sei, apenas ouvi meu pai falando — Volta a se concentrar no pequenino castelo, feito com areia molhada e seca.
— Mas agora, sério, como acha que vai ser a vida adulta?
— Eu acho, que vou ter todas as resposta, vou ser rico, me casar, ter filhos, e provavelmente vou fazer o que eu quiser. Sem excessões! — Busca o molde de patinho, para por de enfeite na frente da obra, feita pelo mesmo. Sua fala era animada, aparentando estar bem relaxado com a presença do outro — E claro, a gente vai morar juntos — Pega dois bonequinhos, colocando por cima do pequenino castelo de areia, sinalizando ser Alastor e Lucifer.
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Bachelor Party || Radioapple
FanfictionA ventania batia na face da dupla, as arvores dançavam de acordo com a intensidade do vento. A fumaça do fumo sobressaiam pela floresta - Vai se casar com ela? - Um homem alto e de pele negra se aconchegava no tronco de uma árvore, retirando o cigar...