Capitulo Quinze: O Melhor Relacionamento

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"Se você ama alguém, deve estar pronto para viver sem essa pessoa, e ainda assim escolher estar com ela."

Jean-Paul Sartre, o filósofo existencialista francês




Temos o costume de querer sempre ser autossuficientes para alguém especial, desejando sentir aprovação o tempo todo. Queremos que essa pessoa nos deseje apesar de nossos defeitos, que nos ame além dos nossos conflitos. No entanto, uma relação onde os dois lados não chegam a uma conclusão está fadada à desordem.

Lucifer, na primeira comemoração de seu relacionamento com Lilith, foi expulso de duas papelarias. Mesmo com as brigas com os comerciantes, ele conseguiu proporcionar o melhor dia para a loira, que ficou encantada com tudo o que ele havia organizado. No segundo ano, Morningstar preparou uma noite mais romântica, alugando um espaço só para eles dois. Felizmente, todos os anos, ele conseguia surpreender Lilith com suas surpresas. E este ano não seria diferente.








Alastor encarava o céu, dominado pelos fogos de artifício. O barulho irritante incomodava seus ouvidos, mas ele forçava um sorriso satisfeito para agradar o parceiro, que exibia um enorme sorriso no rosto. Harfelt estava exausto; eles haviam saído de casa às cinco da tarde, e já passava da meia-noite. Morningstar tinha planejado um dia inteiro para eles dois, começando com uma visita ao parque para causar inveja aos solteiros, seguido de um restaurante, cinema, presentes... e quem sabe o que mais.

— E então... gostou? — perguntou Lucifer, entregando um buquê para o amante, com uma leve esperança nos olhos.

— Sim! Sim... adorei! — concordou Alastor repetidamente, levando em conta o esforço do loiro.

— Adorou mesmo? — Lucifer notou a feição nervosa do outro e sentiu uma pontada de desconfiança. Mas, para evitar uma discussão, suspirou pesado e perguntou: — Quer ir para casa?

— É a única coisa que desejo no momento — respondeu Harfelt, relaxando os ombros e virando de costas para o parceiro. — Não vem? — brincou.

Lucifer o seguiu, resignado, mas ainda sorria para o namorado. Talvez, ao chegarem em casa, a noite pudesse ser mais revigorante... Mas antes, ele precisava perguntar algo a Alastor.






(...)



Harfelt destrancava a porta, abrindo-a para que o loiro entrasse primeiro. Lucifer aceitou, passando à frente do outro, mas parou ao vê-lo trancar a porta novamente. Seria essa a hora certa para fazer a pergunta? Não era algo complicado, apenas um questionamento normal.

— Al — chamou, atraindo a atenção do moreno.

— Fala — respondeu Alastor, bocejando, enquanto deixava a chave sobre a mesinha de vidro da sala.

— Esse foi o melhor Dia dos Namorados? — perguntou Lucifer, abrindo um sorriso cheio de expectativas, deixando o maior confuso com sua preocupação.

— Sim, meu bem. Agora eu vou tomar um banho, preciso tirar esse cheiro de enxofre daqueles fogos barulhentos — ironizou, caminhando até Lucifer e lhe dando um selinho rápido antes de seguir para o banheiro. Deixou o loiro sozinho, mergulhado em pensamentos.

Insatisfeito, Morningstar resmungou baixo ao ouvir a porta do banheiro se fechar. Ele se jogou no sofá, seu ponto de autodepreciação, pensando em como poderia melhorar o dia para os dois ou como conseguir uma resposta verdadeira de Alastor. O moreno era péssimo em mentir quando Lucifer colocava expectativas sobre suas respostas, e o loiro havia percebido isso.

Diversas ideias passavam por sua cabeça, mas nenhuma parecia boa o suficiente. Ele precisava que Alastor falasse a verdade. "A verdade... a verdade. Como faço ele desembuchar?" pensava, rolando sobre o sofá. Até que, num pulo, lembrou-se da antiga fantasia de lobisomem vestido de Mulher-Maravilha. Ele tinha o laço da verdade. Provavelmente não funcionava de verdade, mas talvez fosse o suficiente para sobrecarregar Harfelt e fazê-lo falar o que realmente pensava.

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