O QUINTO GUARDIÃO

3 Capítulo

Logo vem o pensamento de que tem algo fofo e pequeno se mexendo embaixo dele, o rapaz se apoia nos braços e abre os olhos.
Dando de cara com um garoto pardo de cabelos escuros como a noite, extremamente atraente na sua visão, também reparando a pose engraçada que o rapaz abaixo dele se encontrava como um gatinho assustado com as garras e presas para fora em forma de ataque, porém muito fofo.
O garoto logo se mexeu e abriu seus olhos, os que ele poderia descrever como os olhos mais perfeitos que ele poderia já ter visto na vida, um mesclado de um amarelo dourado e um verde cintilante e profundo que fez seu coração parar por um instante enquanto apreciava a visão.
Saindo de seus pensamentos, notando a situação em que se encontrava com o rapaz o olhando assustado,
Adam se levanta rápido já meio abobado, começando a se desculpar de forma atrapalhada.

- De-esculpa! Desculpa, desculpa mesmo, eu não queria... não queria ter feito isso eu, eu...

Olhando para o rapaz, vendo ele ainda sentado no chão desviando o olhar com as bochechas coradas, Adam estende a mão para o garoto.

- Ah.. desculpa mesmo

O garoto ainda não o olha diretamente nos olhos, pega sua mão e se levanta com a ajuda.
Ele se limpa das folhas em seu corpo ainda não olhando o outro rapaz mais alto, mas logo pegando fôlego e resolvendo falar com o mesmo.

- Tudo bem...obrigado..

- Oh, magina a culpa foi minha mesmo.

Então o silêncio toma conta do lugar.
Assim sem saber como continuar a conversa constrangedora do momento, Adam nota a flor de ipê amarelo nos cabelos negros do rapaz mais baixo, logo lembrando e reconhecendo o outro aprendiz, abrindo um sorriso enquanto se aproxima do mesmo.

- Tu é filho da comadre Fulozinha?!?

O outro se assusta pela aproximação repentina.

- Ah! Quer dizer!- ele se afasta e se ajoelha rápido em frente ao assustado- majestade... é uma honra.

- Ah não por favor, não faça isso, não precisa- ele se aproxima para levantar o Adam quando sem querer encosta nos seus braços, que faz os olhos a mais dos braços se abrirem por instinto, fazendo o garoto soltar um grito alto e se afastar com pavor.

Assim notando a situação Adam tentando cobrir os olhos, enquanto se levanta rápido para tentar acalmar o outro.

- Olha tá tudo bem! Não precisa ter medo, por favor não vou te machucar.

Ele tenta se aproximar do outro que continua se afastando cada vez mais.

- Vo-você é o... fique longe...

O rapaz olha novamente ele de cima a baixo e então sai correndo dele, indo em direção ao santuário o deixando outro novamente sozinho.

- Não,espera!- outro dá uma corrida, quando para, vendo que só pioraria mais a situação- eu não queria...

Vendo o mesmo nem olhar para trás e entrar no santuário, novamente fazendo o voltar a sensação ruim de antes.
Enquanto sua cabeça ainda tentava raciocinar os acontecimentos dos últimos minutos, desde a beleza do outro rapaz que havia deixado totalmente sem chão, como o jeito que o mesmo reagiu, o fazendo lembrar de fechar novamente os olhos do seu corpo.
Depois de sua recomposição ele lembra rapidamente do por que dele ter caído, e que não estava mais com seu bichinho que estava em seu ombro a uns minutos atrás e deveria ter caído quando ele se levantou rápido, logo correndo para procurá-lo, que é encontrado caído tonto entre as folhas da árvore, sentindo um alívio ao o ver relativamente bem.
O bichinho se arruma nas mãos do dono depois de melhorar, ele nota o mesmo novamente abatido e cabisbaixo, fazendo assim um gesto de preocupação para o dono.