O Prólogo do Plano

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Já fazia um tempo que a noite havia tomado conta do céu, e àquela hora, ele deveria estar conciliando o sono em vez de se perder nos labirintos conturbados de sua mente. No silêncio de seu quarto, Nicholas se encontrava preso em um turbilhão de pensamentos que pareciam deslocados, como peças de um quebra-cabeça que, por mais que tentasse, não conseguia encontrar a forma correta para unir. Ele já estava acordado há quase meia hora, e essa insônia inquieta o conduzia para lugares sombrios, onde as dores e os medos se misturavam em um cocktail amargo.

Em um breve momento, buscando desesperadamente um refúgio em suas memórias, ele foi invadido por um caloroso sentimento, lembrando-se da luz suave que emanava da presença amável de sua mãe e do olhar protetor de seu pai. Embora essas cenas de amor familiar não se desenhassem com a clareza que ele desejava, eram o suficiente para trazer um sorriso a seus lábios. Era uma pequena intrusão de alegria em meio a uma tempestade de angústia, mas esse momento feliz foi logo consumido pelas preocupações que o cercavam como sombras sufocantes.

A luta interna que se desenrolava dentro dele se intensificou e, em meio ao seu tormento, surgiu uma questão que parecia flutuar no ar, cheia de desespero: "O que eu devo fazer agora?" Essa reflexão o deixava inquieto, e a resposta parecia escorregar entre seus dedos, como areia fina. As imagens vívidas de mortes, as memórias distorcidas que o assombravam e os segredos que ele havia enterrado tão fundo quanto podia, tudo isso invadia sua mente como um furacão sem aviso. Nada estava realmente claro, um blecaute emocional o envolvia, mas havia uma certeza que ele não podia ignorar — a bruxa que o amaldiçoara ainda estava à solta, e ele sabia que, para enfrentar essa ameaça, precisava encontrá-la. Contudo, ele estava ciente de que essa não seria uma tarefa simples. Seria capaz de resolver isso sozinho? A dúvida se instalou em seu coração, e ele se via atordoado, questionando se realmente possuía as ferramentas necessárias para se defender, especialmente considerando que estava preso em uma escola que, mais parecia uma prisão, onde as chances de escapar daquela realidade aterradora eram escassas. Um pensamento o sobrecarregava: talvez precisasse de ajuda.

Enquanto isso, em outros quartos, a tensão era palpável, principalmente entre os alunos delinquentes que compartilhavam do mesmo fardo de medo e incerteza. Cada um deles manifestava suas emoções de maneira distinta, mas havia um sentimento comum que unia todos naquele ambiente hostil: "ALGUÉM ESTÁ MATANDO PESSOAS NA ESDM!! E NÓS QUEREMOS DESCOBRIR!!!" As vozes se entrelaçavam em um coro revoltoso, uma sinfonia improvisada de desespero e determinação que ecoava pelos corredores da escola, tentando acender uma chama de esperança em meio ao caos.

Voltando ao nosso protagonista, Nicholas sentou-se na beirada da cama, olhando ao seu redor. Ao seu redor, suas coisas estavam dispersas, como se refletissem o estado de sua mente. Uma das suas maiores paixões sempre foi desenhar, e essa habilidade o acompanhou desde seus primeiros dias na ESDM, quando expressou sua arte em um caderno que agora jazia esquecido em um canto. As roupas amontoadas e seus outros pertences estavam ali, testemunhas silenciosas de um tempo mais simples que parecia tão distante. "Minha família está bem?", perguntou a si mesmo em um sussurro desesperado, a voz quase se perdendo no eco da solidão do quarto. Como ele tinha chegado a essa situação sombria e aterrorizante? O peso das respostas inexploradas se tornava quase insuportável.

Para descobrir a raiz de sua desgraça, devemos recuar no tempo, até aquela fatídica visita à bruxa, uma mulher cuja fama ressoava em seu vilarejo e cujas promessas de poder e mudança estavam envoltas em mistério. A escolha que fez de cruzar seu caminho e as consequências daquela visita mudariam o curso de sua vida para sempre. E assim, a jornada de Nicholas, entre memórias, sejam elas doces ou amargas, estava apenas começando.

A busca pela verdade se tornaria um caminho repleto de obstáculos, desafios e descobertas que ele jamais poderia imaginar. Entretanto, em meio a esse novo enredo, a única coisa clara era uma determinação crescente: ele se recusava a ser apenas um espectador em meio aquele caos.

- Eu vou precisar de ajuda. - diz Nicholas, decidido.

Uma corrida contra o tempo vai começar! Será que Nicholas conseguirá impedir mais mortes antes de obter uma resposta? O que ele fará?

Continua...

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⏰ Última atualização: Sep 03 ⏰

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O Transtornado, Psicótico e Sobrenatural...NICO! (Em Construção E Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora