Bem-Vindo...NICO! - Parte II

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O clima na sala de aula apresentava uma nova dinâmica, como se uma onda de energia mágica tivesse se espalhado pelo ambiente. Os olhares ainda estavam fixos em Nicolas, e a conversa entre os alunos se intensificava em sussurros incontroláveis. As opiniões variavam entre admiração e curiosidade, mas uma pergunta pairava no ar: por que um garoto tão encantador e peculiar estaria em uma escola como a ESDM?

Enquanto a professora continuava a lição, Nicolas, ou Nico, tentava se adaptar ao novo cenário. Ele sentia os olhares mistos de adoração e desconfiança, algo que não era totalmente novo para ele, mas que ainda o deixava um pouco ansioso. Decidiu tentar ignorar as vozes e os olhares, enquanto pegava o livro emprestado de Brendow.

- Vamos lá, Nico. - Brendow disse, com um sorriso despretensioso. Aquele sorriso era a própria definição de confiança, e Nico se viu um pouco mais à vontade.

- Obrigado. - Nico respondeu timidamente, começando a ler em voz alta. Sua voz doce e melodiosa fez algumas cabeças se virarem em admiração. Mesmo assim, no fundo, algo o atormentava. O que realmente o havia levado à ESDM?

Enquanto isso, na mesa de trás da sala...

Fernando e Arthur discutiam em baixas vozes.

- Eu ouvi que ele veio de um internato. - Fernando comentou, fazendo uma expressão de desdém.

- Internato? Por que um cara como ele estaria em um lugar assim? - Arthur se perguntou, com um tom de curiosidade crescente.

- Dizem que ele... - Fernando hesitou, olhando ao redor para garantir que ninguém os escutava. - Dizem que ele tem problemas familiares. Alguma coisa sobre não se dar bem com os pais.

Arthur franziu a testa. Isso explicava um pouco da visão melancólica que Nico carregava por trás de seu sorriso. Ele decidiu que precisava saber mais, não apenas sobre o novo aluno, mas sobre o que realmente o trazia à ESDM.

No centro da sala...

Nico terminou de ler o parágrafo, sua voz sendo suavemente engolida pelo murmúrio dos estudantes ao redor. Ele notou que algumas meninas estavam vendo-o com olhares sonhadores, e não conseguiu evitar que a timidez dominasse mais um pouco seu rosto.

- Muito bem, Nico! - exclamou a professora, quebrando momentaneamente a hipnose coletiva. - Excelente leitura. Agora, que tal uma pequena atividade em grupos para vocês se conhecerem melhor?

Os alunos se entreolharam com entusiasmo. Nicolas não sabia ao certo como se sairia nesse momento. Ele tinha dificuldades em socializar e, enquanto alguns alunos pareciam tão ansiosos para se aproximar dele, outros pareciam espreitar à distância, como se o imaginassem como uma obra de arte.

- Você pode se juntar ao grupo do Brendow? - sugeriu a professora, como se aquele fosse um pedido direto.

Nico hesitou, mas a expressão amigável e a energia tranquila de Brendow o encorajaram. Ele assentiu, e se levantou da cadeira.

- Tudo bem... - disse ele, quase para si mesmo.

Brendow fez um gesto para que ele se sentasse mais próximo, e logo estava cercado por alunos que murmuravam empolgados. Milena, Esther e Maria trocavam olhares de quem seria a primeira a iniciar a conversa com o novo aluno.

- O que você gosta de fazer, Nico? - Millena perguntou, tentando quebrar o gelo.

- Eu... eu gosto de desenhar e ouvir música. - ele respondeu, sentindo que era uma oportunidade de se abrir.

Os olhos das meninas brilharam, e isso apenas aumentou sua timidez, mas ele seguiu.

- Ontem à noite eu fiquei desenhando e ouvindo algumas músicas novas... - ele começou a compartilhar.

Entre os risos e perguntas, uma sensação estranha começou a brotar dentro de Nico. Aquela atmosfera de aceitação e curiosidade, embora inicialmente estressante, começou a se transformar em algo mais aconchegante.

Mas ainda havia algo no ar. Algo que não se referia apenas a amizade ou encantamento. Era como se uma força invisível estivesse unindo aqueles alunos, movida por um mistério que, assim que a realidade se desenrolasse, começaria a ser revelado, mostrando que havia mais em jogo do que apenas um simples garoto transferido para uma nova escola.

E Nico, que por muito tempo havia se sentido solitário em seu caminho, parecia estar prestes a descobrir que talvez, só talvez, ali houvesse um lugar para ele também.

O Transtornado, Psicótico e Sobrenatural...NICO! (Em Construção E Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora